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sábado, 4 de abril de 2009

COLORADO DAS GLÓRIAS, ORGULHO DO BRASIL! PARABÉNS INTER PELOS 100 ANOS


Por Matheues Reck

Hoje acordei diferente. Como sempre, de bom humor. Mas neste dia, em especial, de ótimo humor. Em paz total com a vida. Mas algo estava mudado em minha essência. Em minha natureza. Senti renascer. Senti que se atinge o céu em um passo lento porém contínuo. Sem paradas ou descidas. Sempre em rumo reto, degrau por degrau, etapa por etapa. E sendo assim, senti a maior alegria do mundo, e a maior alegria que um gaudério parido nestes campos do garrão da pátria pode sentir. Senti que nasci pra ser colorado. Nasci para envolver em meu pescoço o lenço vermelho rubro. Nasci para trajar o manto de cor encarnada em minha pele. E pelear por ele. Até que não me reste mais forças e o sobrenatural faça sua parte. Até que tudo possa parecer perdido, e em uma demonstração incomum de força e comunhão, se reverta tudo. Se transforme o universo em um pátio para comemoração. Um quintal de sua propriedade. Uma representação de tudo o que lhe pertence.

Ser colorado é vislumbrar um nascimento mágico, em que se buscava a identidade de clube do povo e sua representação. Em que se buscava ser o máximo que algo possa ser. Mas tudo isso sem perder a identidade. Sem menosprezar, mas sim desafiar e vencer. Sem diminuir, mas buscar forças para se superar e superar as adversidades.

Ser colorado é vislumbrar um time com apelido de máquina. Que realmente maquinava, patrolava, esmagava seus adversários. Que entrava em campo e a dúvida era saber qual o placar. Que passeava, com humildade mas consciência, um futebol total. Isso em tempos de guerra e precariedades.

Ser colorado, é vislumbrar uma equipe que tomou de assalto um país, mostrando como se jogar um futebol perfeito e plástico, sem perder a garra. Sem dar margem a oportunidades. Apenas jogar por amor à um manto rubro, cor de sangue, que do sangue veio e ao sangue sempre tornará.

Ser colorado é ver um Celeiro de Ases produzir craques em série, sem nunca deixar de imprimir em seu DNA a essência de ser colorado. E vê-los também contribuir com quem lhe ensinou os verdadeiros segredos de ser campeão. Da maneira mais nobre possível. Erguendo canecos.

Ser colorado é ver jogadores que até não seriam grandes figuras do futebol se transformarem em ídolos, mediante devoção metafísica à mística da camisa rubra cor de sangue, que os transforma em profissionais respeitados e para sempre reconhecidos pelo que fizeram na obra maior, que sempre foi e sempre será o Gigante do RS.

Ser colorado é presenciar insucessos sabendo que se transformarão em lição para os futuros sucessos. Que esperar pode ser sinônimo de prosperar. Que para os grandes, a fila é curta. Que o sucesso sempre aguarda, por mais que os caminhos sejam tortuosos.

Ser colorado é chorar até não poder mais, até que não reste mais uma lágrima sequer para ser derramada. Mas de alegria. De satisfação.

Ser colorado é ver quem veste vermelho como um irmão, um pai, uma mãe. Ser colorado é saber que o sangue que corre nas veias não é vermelho por acaso. E saber que quem o derrama, está prestando uma espécie de devoção por isso. Pois se sabe que o sangue é vermelho por conter ferro. Ferro e fibra. Sinônimo de coragem dos gaudérios que peleiam pela bandeira rubra. Desde os onze que pisam o gramado até os milhões que sapateiam nas arquibancadas do sagrado concreto do Gigante da Beira Rio, ou nos bares, ginásios e afins.

Ser colorado é ter orgulho de há 100 anos sempre ser elite. Sempre ser respeitado por não ter uma mancha em sua ilibada história. Sempre honrar o povo que te carrega.

Ser colorado é o ápice do gauchismo. Ter a ciência de que manda em seu costado e que ninguém terá a ousadia de desrespeitá-lo. Se o fizer, pagará da maneira mais simples: dentro de campo, onde o couro come e o resultado final já é sabido. Há mais de 60 anos.

Enfim, ser colorado é o supra sumo de ser gaúcho. Sem querer menosprezar ninguém, mas ser colorado é uma dádiva. E ela somente poderia ser devotada a quem realmente a merece.

E todos nós, Pele Vermelha, a merecemos.

E a devotamos.
A amamos.
E a respeitamos.
A defendemos.
E a honramos.

Parabéns, Sport Club Internacional de minha vida. De nossas vidas.

Obrigado por fazer de minha, de nossa existência, algo gratificante, emocionante, real e ao mesmo tempo metafísico.

Mas antes de tudo real.

Muito real.

Obrigado, Inter.

FOTO: ATILA SBRUZZI

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