Alemanha x Grécia - Favoritismo germânico contra vebra grega

A seleção da Alemanha, uma das favoritas ao título na Eurocopa-2012, enfrenta a Grécia, maior surpresa da primeira fase do torneio, nesta sexta-feira em Gdansk, pelas quartas de final da competição europeia, em duelo com fortes conotações políticas. O vencedor desta partida disputará uma vaga para a grande final com o vencedor do choque entre Inglaterra e Itália. A 'Mannschaft', atual vice-campeã, busca o tetracampeonato no torneio após os títulos conquistados em 1972, 1980 e 1996. A equipe vem embalada por ser a única da competição a encerrar a fase de grupos com 100% de aproveitamento, com vitórias por 1 a 0 sobre Portugal e por 2 a 1 sobre Holanda e Dinamarca.

Já a Grécia estreou com um empate em 1 a 1 com a co-anfitriã Polônia, perdeu por 2 a 1 para a República Tcheca na segunda rodada, mas surpreendeu a todos ao se classificar em segundo lugar do grupo A com sua vitória por 1 a 0 sobre a Rússia. Não é a primeira vez que os gregos derrubam o favoritismo de equipes mais tradicionais. Em 2004, a equipe então comandada pelo técnico alemão Otto Rehhagel protagonizou uma das maiores zebras da história do futebol mundial se sagrar campeã da Eurocopa, em Portugal. No entanto, para a partida desta sexta-feira contra a Alemanha, a Grécia não poderá contar um dos heróis do título de 2004, o veterano Giorgios Karagounis, autor do gol da vitória sobre a Rússia na última rodada da fase de grupos, que está suspenso por ter levado dois cartões amarelos na competição.

O técnico da Alemanha, Joachim Löw, reconheceu que o desfalque de Karagounis pode pesar a favor da sua equipe. "Ele tem sido uma peça-chave da seleção grega, fazendo ótimos passes, além de ser importante para a união du grupo", comentou. Já Löw terá à sua disposição todas as estrelas da 'Mannschaft', o artilheiro Mario Gomez, que já marcou três gols desde o início do torneio, os volantes Bastian Schweinsteiger e Sami Khedira, além de Mats Hummels, revelação na zaga junto com Badstuber. O único que até agora rendeu menos do que esperado foi o meia Mesut Özil, que não conseguiu repetir as grandes atuações que teve nesta temporada com o Real Madrid.

"Tenho certeza que em breve, ele entrará em cena. Na última Copa do Mundo, ele foi genial depois da fase de grupos. Acho que aqui, vai acontecer a mesma coisa", explicou Löw. Já os jogadores gregos avisaram que iriam encarar a partida sem complexos. "Vamos brigar com unhas e dentes. Fizemos a promessa dar tudo que temos durante noventa minutos", declarou Kostas Katsouranis. Além da rivalidade esportiva, o duelo terá um forte valor simbólico pelas tensões atuais entre os dois países, com a crise econômica como pano de fundo. A Grécia, que vive uma situação crítica com sua dívida abissal e uma taxa de desemprego recorde (22,6%), teve no último domingo eleições cruciais para o futuro do país, durante as quais a Alemanha da chanceler Angela Merkel foi estigmatizada como o símbolo das exigências externas para cortes de gastos.

Quando o duelo contra os alemães foi confirmado para as quartas de final da Eurocopa-2012, os jornais gregos não perderam a oportunidade de provocar o rival. "Tragam-nos a Merkel", disse um diário. A chanceler não se deixou abalar pelas provocações confirmou presença no estádio de Gdansk, na Polônia para assistir à partida, enquanto ficou ausente da partidas da primeira rodada, disputadas na Ucrânia, para protestar contra a prisão da ex-primeiro ministro ucraniana Yulia Timochenko.



Joachim Löw não quis entrar em nenhuma polêmica e disse que deixava Merkel "cuidar dos temas políticos, assim como ela não vai se intrometer nas questões táticas da seleção". Os jogadores gregos também afirmaram que o papel deles era apenas de vencer dentro das quatro linhas. "Vimos aqui apenas para jogar futebol, não estamos preocupados com a política. Estamos aqui para representar a Grécia e sabemos o que acontece no nosso país. Temos um novo primeiro ministro (Antonis Samaras, que venceu as eleições no último domingo) então se quiserem falar sobre política, podem procurar eles", se irritou Katsouranis.

Possíveis escalações:

Alemanha: Neuer - Boateng, Badstuber, Hummels, Lahm - Khedira, Schweinsteiger, Podolski, Müller, Özil - Mario Gomez. T: Joachim Löw

Grécia: Sifakis - Torosidis; K. Papadopoulos, Papastathopoulos, Tzavellas - Maniatis, Katsouranis, Makos - Salpingidis, Samaras, Gekas. T: Fernando Santos (POR)
Árbitro: Damir Skomina (SLO)

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