Após mudanças, um Mandi com pés no chão

Última partida da segunda fase da Série A3 de 2012. O Atlético Guaçuano enfrenta o Marília, já eliminado, em sua casa. O estádio Alexandre Augusto Camacho lotado já era uma ferramenta favorável. Mas precisar apenas da vitória para conquistar o acesso à Série A2 tornava a vantagem ainda maior. Porém, o sonho foi tão alto quanto a frustração. O Mandi empatou por 2 a 2, viu seus rivais Juventus e Grêmio Osasco alcançarem entre eles um resultado favorável para ambos e o sonhado acesso não foi consumado.

De 6 de maio do ano passado para cá se passaram mais de 260 dias e muito mudou. O discurso otimista na reta final da campanha hoje é comedido. Seja nas palavras do novo presidente, Paulo Sabino, ou do técnico Jura, a meta no Mandi é seguir degrau a degrau, mas com foco inicial em manter o time na Série A3. “Estamos em um recomeço e temos que pensar em seguir na A3”, frisou o dirigente. Sabino destacou que a mudança na administração da Prefeitura e a saída do empresário Adilson Brito, parceiro do clube nos últimos anos, também prejudicaram. “Quando assumi não tinha nem bola no clube”, comentou.

Sabino enfatizou ainda que deseja uma aproximação com o prefeito Walter Caveanha (PTB) e elogiou a parceria com a empresa Casa Soccer, do empresário Luís Augusto de Carvalho. Mesmo, disse que a receita do clube com patrocínios, por exemplo, corresponde nesta temporada a cerca de 10% do montante de 2012. “Temos que nos apoiar nos parceiros que estão conosco hoje”, afirmou.

OTIMISMO

Se há serenidade nas projeções do clube para a temporada, ao menos os trabalhos táticos da pré-temporada renderam bons resultados. O elenco chamou a atenção do técnico Jura, que destacou a aplicação tática dos seus comandados. E ao menos a referência na profissão do treinador é reconhecida por grandes trabalhos: Telê Santana.

Jura foi lateral direito e campeão mundial pelo São Paulo sob o comando do ex-técnico e garante tê-lo como espelho. “Não fiz curso de técnico, mas trabalhei com um dos maiores de todos”, destacou. Jura explicou que entre os métodos do mestre Telê que tenta aplicar ao Guaçuano está nos treinamentos. Jura não trabalha com muitos treinos coletivos e procura focar no aprimoramento dos fundamentos. “Jogador acha que sabe tudo, tem que trabalhar tudo. Chute, passe, cruzamento, drible”, disse Jura.

Da equipe que atuou em 2012 há apenas três remanescentes. O meia Wilson Júnior e os laterais João Paulo e Diego Evaristo seguem no clube. Já os demais atletas foram contratados através da parceria com a Casa Soccer. “Tiramos leite de pedra, mas pelo pouco tempo de treinamento, estamos satisfeitos. Vamos ver como será a evolução dentro dos jogos”, analisou o presidente Sabino. O principal cartola do clube lamentou apenas o não acerto com Finazzi. O experiente atacante, ex-Corinthians e ponte Preta ficou próximo do clube após acerto salarial, mas aceitou proposta do Poços de Caldas e disputará o Módulo II do Campeonato Mineiro.