Corinthians: com a faca e o queijo na mão!

Um pontinho. É isso que basta para o Corinthians conquistar seu pentacampeonato brasileiro sem depender de outro resultado, um jejum em nacionais que persiste desde 2005, ano da polêmica conquista na disputa contra o Internacional, que ficou marcada pela máfia do apito, com inúmeros escândalos de arbitragem e anulação de jogos. E o alvinegro está com a faca e o queijo na mão. Joga em um Pacaembu lotado, com mais de 35 mil corintianos.

Por Fernando Surur

O problema é que do outro lado enfrenta um aguerrido Palmeiras, que após a chegada de César Sampaio como novo gerente de futebol, elo entre diretoria, comissão técnica e jogadores, e a saída do atacante Kléber, renasceu e acumula vitórias nas últimas duas partidas pelo nacional, inclusive no clássico contra o São Paulo.  Ao lado do futebol apresentado dentro de campo (visivelmente superior em relação ao exibido durante todo o segundo semestre) um pomposo ‘bicho financeiro’ é prometido pela diretoria no caso de vitória em cima do maior rival, tudo para estragar a festa corintiana.

Mesmo diante deste quadro, um cenário que não seja o do titulo para o Corinthians será grande surpresa. A equipe, comandada pelo contestado e melhor técnico do campeonato, o gaúcho Tite, joga por amor a camisa, apresenta disposição, doação e uma vontade em campo de fazer inveja a qualquer equipe, aliado ao rígido esquema tático, obedecido de forma exemplar pelo elenco. Tudo isso ao lado de talentos individuais, que se não são estrelas, formam um conjunto altamente competitivo. Falamos de Júlio César, Paulo André, Leandro Castán, Ralf, Paulinho, Alex, William, Emerson Sheik e Liedson.  Mesmo com o desfalque de Ralf e Danilo e a provável escalação de Moradei e Alex, a pegada durante os 90 minutos deve ser a mesma e o entrosamento não será muito comprometido. Aliás, o time teve o ‘privilégio’ de deixar Alex, titular no próximo domingo e um dos melhores meias em atividade no futebol nacional, no banco de reservas durante boa parte da competição. E claro, não podemos esquecer do iluminado Adriano, que caso entre no decorrer do jogo, em um lance pode mudar todo o panorama.

Por outro lado, é difícil acreditar que o Palmeiras jogue com mais gana devido a qualquer incentivo financeiro, por mais sedutor que ele seja. Todos os atletas no elenco são bem remunerados e desempenhar um futebol condizente com a história do clube é pura obrigação, não só devido à pesada camisa que vestem, mas sim pelas próprias carreiras.

Fora de campo...

Fora das quatro linhas, a segurança deverá ser reforçada, os ânimos estarão acirrados e declarações provocativas de ambas as partes ao longo da semana podem representar grandes problemas não só aos torcedores, como também aos jogadores. O barril de pólvora no Pacaembu está pronto. Se a lógica prevalecer ele tem tudo para não explodir. Caso contrário é bom todos tentarem se proteger dos possíveis estilhaços.

Que a paz prevaleça!