quinta-feira, 26 de abril de 2012

A semana em que "pai" e "filho" salvaram a honra do futebol espanhol

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Por Lucas Valério

Desde que o sábado foi embora e o domingo amanheceu na Espanha, o país via brotar uma semana histórica para o futebol do país. O Campeonato Espanhol ainda rolava, o mundo repercutia a incrível vitória do Real Madrid sobre um "diferente" Barcelona em um clássico que muitos, mas muitos mesmo esperavam acontecer pela próxima vez no dia 19 de maio longe da terra das castanholas. Sim, Munique seria o palco perfeito para a revanche culé contra os empolgados merengues. E para isso acontecer tudo passava por essa semana vermelha e amarela. As cores da Espanha poucas vezes estaria tão presente no futebol do que entre terça e quinta-feira. Seriam três dias com quatro jogos pelas principais competições do futebol europeu em solo hispanico e a possibilidade de quatro, dos cincos times envolvidos, estarem nas finais da Liga dos Campeões e da Liga Europa.

Uma dessas vagas, aliás, já estava definida, já que Atlético de Madrid e Valencia já faziam um duelo caseiro pelas semifinais da Liga Europa. Mas Barcelona e Real Madrid, mesmo com a desvantagem nas partidas de ida pela Champions e o Athletic de Bilbao, que perdera para o Sporting de Lisboa, time vizinho na Pensisula Ibérica, eram favoritos mesmo precisando reverter seus placares.

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Pois bem, a terça-feira começou e no final dela Barcelona e Chelsea entraram em um Camp Nou com mais de 95 mil pagantes. A torcida fez o tradicional mosaico, o time abriu 2x0 e com um jogador a mais, já que Terry havia acertado uma joelhada UFC em Alexis Sanchez e expulso, tudo parecia conspirar para o fim da zica blaugrana. Sim, a zica também passa pelos lados da Catalunha e após duas derrotas seguidas, o time de Pep Guardiola via a vaga na final ficar mais longe quando Ramires imitou Messi, apertou o L1 (comando de um jogo de video-game em que o jogador encobre o goleiro) e fez um golaço, tornando a vitória culé inútil.

No segundo tempo da tortura catalã para cima dos dez guerreiros do Chelsea, produziu apenas um penalti do zagueiro Didier Drogba (sim, zagueiro!!!) sobre Daniel Alves, mas na cobrança, da-le zica e Messi mandou no travessão a esperança blaugrana. Depois, defesas de Cech, dedicação total do riva inglês e o primeiro espanhol ficava pelo caminho. Adiós, Barcelona e festa daqueles que estavam enjoados do futebol arte do time de Guardiola. (Mano Menezes deve ter aplaudido em pé o triunfo londrino e Telê Santana chorado em seu merecido descanso eterno com a queda da arte culé).

Mas paciência, tem dias que de noite é f... como diria um amigo. E falando em amigo, Madrid e Barcelona não são cidades que podem ser consideras amigas no âmbiro esportivo, mas bem que poderiam. Ambas poderiam chorar a queda de seus maiores clubes, já que na quarta-feira a inveja existem entre ambos foi usada da pior maneira possível para os blancos, que após abrirem 2x0 sobre o Bayern de Munique, com dois de Cristiano Ronaldo, se sentiam donos do jogo. Mas esqueceram que do outro lado havia um time com menos status, mas talvez mais forte tecnicamente do meio para frente que o próprio Real. Schweisteiger, Kroos, Robben, Ribery e Mario Gomez causam inveja em qualquer torcedor e com mais volume de jogo os bávaros diminuiram com Robben, de penalti e quase empataram. O problema é que espanhóis e alemães sofriam do mesmo mal: medite aguda ocasionada pelo temor em ser eliminado, a famosa eliminalite.

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Com os dois times sem querer nem tchu, nem tchá, o jogo foi para os penaltis, palavra non grata na Espanha e Neuer, ainda olhado sob olhos de desconfiaça após chegar do rival Schalke 04, provou que a semana não era das estrelas na cal, pegou as batidas de Cristiano Ronaldo e Kaká e após ver seus parceiros Kroos e Lahm também desperdiçarem, apenas assistiu de camarote Sergio Ramos dar um "baggiada" e isolar a bola no Bernabéu. Depois foi só Schweisteiger cobrar de forma certeira, fazer 3x1 e o Bayern ganhar o bilhete de volta para Munique, sua cidade e sede da final tão desejada pelos rivais, e amigos de amargura (vai uma cachaça aí?) Real e Barça.

Pronto, ressaca pronta na Espanha. Mas nem tudo estava perdido. Na quinta-feira Valencia e Bilbao sediariam os duelos da Liga Europa e finalmente a pátria mãe de tantas nações espanhadas pela América pode ser agraciada com a benção de pai e filho. Sim, O Atlético de Madrid despachou o Valencia no duelo caseiro e ganhou o direito de fazer a segunda final de Liga Europa em dois anos. Do outro lado, o Athletic de Bilbao jogou com a raça patenteada pelo Chelsea e com uma atuação brilhante de Fernando Torres Llorente (assustou com o Fernando Torres não foi?) passou pelo Sporting Lisboa por 3x1.

Ah, porque pai e filho? Eis a historinha que lhes conto. Em 1903 um grupo de estudantes deixou Bilbao com a meta de criar uma filial para o Athletic na capital. O time ganhou o status de ex-filial apenas em 1921, quando perdeu o vinculo esportivo com o clube do País basco, mas seguiu com o nome de Atlético de Madrid, herdou as listras verticais na camisa e a essência em seu escudo do pai Bilbao e até o início da década de 50 era o maior time de Madrid. Aí surgiu um tal de Di Stefano, que projetou o Real e daí em diante é um papo para outro dia...

Mas enfim, pai e filho se reencontram décadas e décadas depois da separação e mesmo com tantos confrotnos na bagagem, nenhum será como esse, no dia 9 de maio, em Bucareste, na Romênia. E eu, cque me sinto um parente distante por ter carinho justamente por essas duas equipes (confesso uma queda maior pelos colchoneros), já sou campeão, em uma semana em que pai e filho, salvaram a honra da Espanha no futebol!

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