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segunda-feira, 24 de março de 2014

Zona Azul, radares, punições do TJD e da Conmebol: medidas sócio-educativas ou máquinas de fazer dinheiro?

Ceticismo. Há muita gente que não sabe o que essa palavra significa. Nem precisam. Mesmo sem sequer ter ouvido tal termo, carregam uma onda de dúvida a respeito de todo e qualquer ato ou decisão política. Autoridades como juízes, desembargadores e relatores também tem sido colocadas em xeque. Infelizmente, tenho me familiarizado com esta leva.

Hoje, duas punições chamaram minha atenção. O Tribunal Disciplinar da Conmebol multou o Real Garcilaso em R$ 27 mil devido às ofensas de torcedores locais ao volante Tinga. As imagens mostram o quanto foi constrangedora a situação. Mesmo assim, ao invés de educar, a Conmebol partiu para o caminho mais cômodo e rentável: a multa. Esses R$ 27 mil, por um acaso, serão revertidos em campanhas para exterminar o preconceito? O Garcilaso, talvez, nem tem tanta culpa no cartório. Não há como travar a língua de seus adeptos (estes sim deveriam ser punidos sempre que atitudes como esta sejam provadas). Porém, para mostrar serviço, resolvem aplicar uma punição e aí, é claro, entra a punição financeira e não educativa. Até que derrubem meu ceticismo, imagino que apenas engordará os cofres da Conmebol.

Aqui em São Paulo, a denúncia de injúria racional contra o também volante Arouca terminou em multa ao Mogi Mirim. Com menos provas do que no "Caso Tinga", o TJD (Tribunal de Justiça Desportiva) resolveu multar o Mogi Mirim em R$ 50 mil. O estádio Romildo Ferreira ainda teve a interdição mantida. A diretoria do Sapo vai recorrer. Vivi o caso do Mogi de perto. Por mais que qualquer discriminação seja abominável, houve uma pirotecnia exagerada e a FPF não poderia deixar de punir o clube. E ai, qual a principal sanção? Multa. R$ 50 mil na conta da entidade. Ficarei feliz em saber para onde será destinada tal verba. (Questionarei a entidade através da Assessoria de Imprensa).

Seja como for, com meu ceticismo, não vejo que R$ 50 mil de multa foi um castigo determinado para educar o cidadão que vomitou palavras de preconceito contra Arouca. Vejo os montantes como as multas de trânsito. Radares, em suma, servem para reduzir a velocidade dos motoristas. Porém, vimos melhorias no trânsito com os recursos captados pelas administrações municipais, estaduais e federais após a aplicação de tais multas?

A Zona Azul, nome simplificado para os estacionamentos rotativos, também visa conscientizar o motorista de que há um próximo desejando usar as vagas nos centros das cidades. Porém, os parquímetros, não soam como medida sócio-educativa e, sim, como uma máquina fazer dinheiro. Assim como é com radares e tribunais vinculados a entidades desportivas. Infelizmente, figurões como Del Nero, Marin, Teixeixa, Leoz, Figueiredo, arranham a imagem e nos deixam em dúvida quanto aos membros dos tribunais do esporte. Que os magistrados derrubem meu ceticismo e corrijam, de fato, os problemas dos nossos estádios...
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