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quinta-feira, 19 de junho de 2014

O que aconteceu com a Espanha?

Nada demais. Esta é a resposta curta. Porém, vendo a atual campeã do Mundo e bicampeã europeia cair prematuramente, a análise será um pouco mais longa. A Espanha campeã europeia em 2008 tinha Fernando Torres como referência. Até Dani Guiza, hoje no Cerro Portenho do Paraguai, atuava com regularidade. Eram postes como é Fred. Mas resolviam. Em 2008, o Barcelona estava em fase de transição, já sem Ronaldinho Gaúcho e com Messi começando a embalar.

A partir de 2009, o Barcelona se tornou irresistível devido a um esquema sem um atacante fixo. Muita mobilidade e principalmente toque de bola preciso. O tal de tiki-taka nada mais é que fazer o básico. Errar poucos passes e manter a bola longe dos pés do rival. O Barça inspirou a Fúria, que chegou a ter sete de seus 11 homens, sob o escudo do time catalão. Até 2012, o padrão culé era inquestionável e a Espanha também. Ganhou a Copa em 2010 e a Euro em 2012.

Na Copa das Confederações, fez o básico até encontrar um Brasil com muita fome (hoje a Seleção parece estar empanturrada). Os 3 a 0 no Maracanã fizeram Vicente Del Bosque repensar o estilo de jogo e voltar à Euro 2008. Ali, a magia acabou. Negredo, Soldado e Torres. Todos tiveram seu bm momento, mas às vésperas da Copa, ninguém estava melhor que Diego Costa. O hispano-brasileiro foi recrutado, mas entrou em uma sequência de lesões que impediu uma série de jogos pela Fúria.

Diego Costa foi escalado ao léu. Sem o entrosamento que tanto marcou a Espanha. Sem a magia do toque preciso, apelaram aos lançamentos em busca de Diego Costa vide o Atlético de Madrid campeão espanhol. Não deu certo. Esta Espanha, desde 2009, foi configurada para tocar a bola, não para dar chutões. Para piorar, o Barcelona, gene base da Fúria, também entrou em decadência. Desde 2012, o Barça não é o mesmo e as duas fiilosofias morreram abraçadas.

Para ajudar, Holanda e Chile eram os piores rivais possíveis. van Gaal e Sampaoli armam suas seleções para impedir o toque de bola do rival. Marcam muito na saída de bola e possuem esquema táticos mutantes. Blindi hora é lateral, hora volante. Diaz hora é primeiro volante, hora zagueiro. A Espanha se perdeu em sua transe de filosofia e em meio à eficiência tática dos adversários. Infelizmente, a Fúria, responsável por melhorar a plástica de um futebol que caminhava para um pragmatismo de segunda divisão da Irlanda do Norte, acabou. É hora de se reconstruir e não de caçar bruxas.
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