Entre mitos, lendas, verdades e mentiras, está Douglas, o Deus Goiano dos Muleke Zica. Zicado! Douglas surgiu muito bem no Goiás, que revelara, na mesma época, o eterna promessa Vítor. Uma pubalgia vetou sua ida ao Internacional campeão da Libertadores de 2010, mas não evitou sua ida ao São Paulo. Douglas estreou contra o ex-clube, marcou um golaço e caiu em... desgraça com a torcida. Esforçado, raçudo, dedicado, de grupo, fisicamente forte. Douglas se tornou queridinho apenas dos treinadores, que são xonados por atletas-atletas.
Em 2012, foi para o banco de reservas o São Paulo foi campeão da Copa Sul-Americana, único título tricolor entre 2008 e 2014. Quanto titular, Douglas acumulou passes errados, dribles sofridos e partidas sofríveis junto a um grupo sofrível, como o de 2013. A briga contra o rebaixamento teve em Douglas uma das bandeiras. Em um amistoso contra o Bayern, em Munique, câmeras flagraram até uma mensagem interativa, nas placas publicitárias, com palavrões direcionados ao Mestre Supremo da Ziquizira.
Mas quem disse que Douglas é um pé de coelho às avessas? Em agosto, o São Paulo conseguiu vendê-lo para o Barcelona. Isso mesmo. Neymar, Messi, Iniesta, Xavi, Luis Suárez ganharam a companhia de Douglas, a legenda! O São Paulo, com a carteira vazia, celebrou a entrada dos 3,6 milhões de euros (R$ 9,6 milhões). Hoje, o time paulista luta por dois títulos (terá muito trabalho para faturá-los). Ganso está alta. Souza e Kaká na Seleção. Edson Silva tira todas de cabeça lá na cozinha (também, com aquela jaca) e Hudson e Auro ganharam oportunidades na lateral direita.
Já o Barcelona passou a conviver com o douglismo. Neymar escapa, mas Messi perde gols incríveis, Vermallen nem estreou ainda por não se recuperar de lesão e Xavi e Iniesta são questionados pela idade elevada. O lateral atuou por apenas 73 minutos contra o Málaga, teve a estreia reprovada e tornou-se um dos alvos da imprensa catalã após a derrota por 3 a 1 no clássico com o Real. Douglas ficou na arquibancada e ainda assim mandou o o super poder kamehameha no Camp Nou.
Se antes Emerson Leão, Ney Franco, Paulo Autuori e Muricy Ramalho eram os defensores do “latera”, hoje é Luís Enrique quem surge como escudo. "Está em processo de recuperação. Não entendo a censura que há em relação a ele. Não entendo, parece o pecador de tudo. É um jogador jovem, que vem do Brasil e que necessita de um tempo de adaptação”, afirmou o treinador em coletiva realizada nesta terça-feira (28). A Espanha também precisa se acostumar com Douglas. Esforçado, trabalhador, de baixo recurso técnico e alto teor de zica!
