Duas falhas individuais. Mas o problema é coletivo. Se o Palmeiras com 451 novas contratações está em formação há dois meses, o São Paulo busca desde janeiro de 2014 um alicerce. Kaká, por um tempo, tornou-se uma bússola aproveitada apenas enquanto esteve na área. Dos EUA, até Kaká vê que o Tricolor é uma coleção de bons jogadores, mas não um time.
Os testes para chegar a tal avaliação são os clássicos e os mata-matas. Antes de qualquer eliminatória, o São Paulo atual elimina qualquer empolgação de seu torcedor. Foi domado por Corinthians (duas vezes) e Santos. O clássico com o Palmeiras ainda não terminou, mas nem precisa. O Verdão venceu seu primeiro clássico em 2015. O primeiro após 10 jogos.
Em quatro testes não fez um gol sequer (aposto nisso). Em três meses não há como escalar o time ideal. Pior que isso, não há jogadas pensadas, aquelas que mostram que o que está rolando no CT está chegando nos estádios. Ceni e Tolói podem ser crucificados pelo último revés em clássico, mas são as mãos de Muricy que merecem os pregos. Não é nem pela Allianz. Mesmo que, quando obrigado, tenha sacado o móbil Pato quando deveria tirar o imóvel Kardec ou o irregular Ganso.
Por tudo o que fez entre 2006 e 2009. Por tudo que evitou em 2013. Muricy tem muito respaldo, uma costa alargada por merecimento. Mas hoje peca. Por esta idolatria, que faz torcedores pensaram 10 vezes antes de criticá-lo e a diretoria evitar atritos mais sérios, ele segue intocável. Chegou a hora de se reinventar. Tite, no ápice, enxergou essa necessidade, aproveitou que foi chutado do seu amado Corinthians, estudou e voltou melhor. Hoje é o melhor.
Muricy já disse que quer parar. Não haverá período sabático para esta reconstrução. Mas antes de 'pendurar o boné' precisa de algo novo. Achar um novo São Paulo. Mas o tempo é curto e os pregos, aos poucos, começarão a ser colocados nas mãos que por vezes já carregou taças...
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