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domingo, 9 de agosto de 2015

Mais uma sadomasoquista partida em casa do Mogi Mirim




FOTOS: GERALDO BERTANHA / ASSESSORIA DO MMEC

A parceria entre o Mogi Mirim e a Unimed deveria ser mais ampla. A cobertura do plano de saúde deveria garantir tratamento cardiológico aos torcedores do Sapão. Se o Mogi fosse aquele amigo cheio de graça na direção, ele perguntaria ao ver você entrar no carro (ou estádio): "Com emoção ou sem emoção". E, mesmo que você deseje um passeio tranquilo, ele sempre optará pela primeira.

O nono jogo em casa do Mogi repetiu a trilha dos outros oito. Tudo bem que, contra o Macaé, os três gols mogianos em 44 minutos reduziu a aventura, mas, mesmo assim, a reta final, com os macaenses pressionando e o trauma dos outros jogos, fez o torcedor acompanhar o jogo, no mínimo, ressabiado. Enquanto proporcionou emoção positiva, com a atuação de gala de pai e filho, a reta final provou que o Mogi tem uma queda pelo sadomasoquismo.

Criciúma (tentou o empate no fim), Sampaio Corrêa (jogo aberto no fim), Vitória (jogo aberto no fim), CRB (tentou o empate no fim), Náutico (conseguiu a virada no fim) e Bragantino (empatou no fim, quase virou no fim e tomou gol no fim). Quem mogimiriano saiu do estádio sem aquela palpitação? Antes de falar do duelo com o ABC, fecho lembrando que contra o Boa, não houve sufoco no fim, mas os 2 a 0 sofridos diante do lanterna acelerou a raiva de muita gente e é óbvio que entra nesta lista sadomasoquista.

O JOGO CONTRA O ABC
Mas, enfim, chegou ao nono ato de sofrimento. E foi um dos mais agudos. O Mogi Mirim não fez uma boa partida e este é o ponto inicial da análise. Mesmo que Sérgio Guedes tenha elogiado a atuação do seu grupo e reiterado que não viu falta de entrega, faltou muita coisa. Claro que há mérito do ABC, que fechou muito bem os espaços e com uma aglomeração de meio-campistas, travou a articulação anfitriã. E olha que o Mogi tinha Rivaldo, mas o perímetro de atuação do camisa 10 foi curto.

Em seu duelo menos empolgante em 2015, Rivaldo ainda esteve perto de desequilibrar em cabeçada na trave e uma falta venenosa. Mas foi só. A movimentação dele foi muito parecida com a treinada durante a semana, mas faltou precisão em alguns passes e aproximação dos colegas de frente. Franco, que entrou para dar maior mobilidade na saída de bola (Magal foi o único volante) não conseguiu cumprir o papel e foi uma figura apagada, tal qual Luan, Geovane e Rivaldinho (este último, que, pela falta de criatividade do time, recebeu pouquíssimas bola).

Mas, voltamos ao sadomasoquismo. Mesmo sem brilhar, o Mogi não sofria. Até que, aos 30 da etapa inicial, Serginho caiu, agarrou a bola, pediu falta e a infração foi marcada para o ABC. Típica jogada que termina em punição e Rafael Miranda foi o responsável pela sentença: 0 a 1. A torcida já começava a rever um filme comum em 2015, mas, minutos depois, Paulão (aquele, das duas camisas), mudou seu status para herói e, após escanteio cobrado por Edson Ratinho, empatou. Gol na válvula de escape do Sapo. Infelizes com o gramado irregular, o jogadores do Sapo apelaram para a bola parada.

Foi assim que Rivaldo quase marcou de cabeça, no segundo tempo. O ABc também esteve perto do gol. Falhou aos 7 e aos 12 da etapa final, mas acertou aos 14. Bismark, em bela jogada individual, venceu Daniel e o torcedor voltou a sofrer. Michel estreou, entrou na direita e adiantou Ratinho, dobrando o avanço pela direita. Ortigoza e Gustavo também entraram, mas não acertaram uma jogada. O jogo caminhava para a quinta derrota do Sapo no Romildo Ferreira, mas, o Sapo joga de emoção. Aos 42, cobrança de escanteio, desvio na primeira trave e faro aguçadíssimo de Rivaldinho.



De primeira o camisa 9 marcou seu sexto gol na Série-B. A bola que o procurou mostrou que ele sabe o que faz na área mesmo em jogos de aparição quase nula. O gol tornava o empate um bom resultado, mas, com cinco minutos de acréscimo, é óbvio que o torcedor ficou otimista por uma vitória. Mas, quem disse que a vida do mogiano é fácil? Dos 45 aos 50 minutos, só deu ABC. Com direito a uma falta na entrada da área e, no rebote da batida, pênalti de Michel Tiago em Marcílio.

Bismark bateu, Daniel se esticou e no canto direito fez a defesa. Foi a ultima chicotada e o fim de mais um jogo sofrido, agoniante. A defesa de Daniel reduziu a frustração mogimiriana pelo empate contra um concorrente direto, que também não saiu feliz do Romildo Ferreira. Agora, o que o torcedor espera, é que o Mogi seja menos sadomasoquista quando está em casa. Ou, que o torcedor receba um plano de saúde, com ampla cobertura para as partidas no Romildão.

MAIS MOTIVOS
A sétima partida sem vitórias no Romildo Ferreira também tem influência de outros dois fatores. A arbitragem de Roberto Giovanny Oliveira Silva foi horrível. Se acertou no lance capital (pênalti nos acréscimos), errou ao marcar a falta que originou o pênalti. Como errou ao adotar uma postura parcial, marcando faltas para o ABC que não eram marcadas para o Mogi. Oliveira Silva pilhou o Mogi, que não tropeçou por conta do juizão, não tem esta desculpa. Mas, que o apito foi horrível e até tendencioso, isso foi.

Saulo sim, pode ser tratado como vilão. O goleiro fez boas defesas nas poucas chegadas agudas do Sapo. A defesa mais espetacular foi em cobrança de falta de Edson Ratinho. O lateral bateu na gaveta e o goleirão voou para salvar o ABC. Foi tão herói quanto Daniel. No jogo em que eu pensei que o camisa 10 iria resolver, foram os 'camisas 1' que cravaram a igualdade no placar.  

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