segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

A despedida de Rogério mostrou o quanto o São Paulo precisa de Lugano



Não há nada oficial, mas, Diego Lugano e São Paulo caminham para um acerto. O uruguaio de Canelones jamais foi um primor na defesa. Miranda, que assumiu a sua sempre suja de lama camisa 5 é muito mais zagueiro. Godín, seu parceiro na Celeste, também. Lugano também tem 35 anos, uma idade considerada avançada no futebol. A cada ano que passou de sua partida, em 2006, aposto que Lugano e os tricolores se perguntavam se valeria a pena o defensor arriscar manchar sua imagem de ídolo em um retorno ao Morumbi.

Se nunca foi um gênio, hoje está mais lento e pode ser presa fácil para os atacantes de beirada que voltaram a povoar os esquemas táticos brasileiros. O ponto é que futebol não é feito apenas por primazia e até mesmo um elenco carente de qualidade técnica pode ser reforçado com um veterano como Lugano. Desde o dia 11 de dezembro tenho apostado que 'Diós' pode devolver o São Paulo ao posto que ocupava quando ele embarcou para a Turquia.

Na despedida de Ceni, o Morumbi dizia adeus a um Mito e clamava pela volta de um ídolo. Tudo naquele lotado estádio simbolizava a necessidade do Tricolor de rever Lugano. Seu nome esteve perto de ser mais cantado que do próprio dono da festa. Rogério, sempre esperto em seus atos, não deu a braçadeira de Lugano à toa. O agora ex-goleiro sabe que o vestiário precisa dos brados do uruguaio. Precisa de um líder para ocupar seu posto. Um líder positivo. Para fazer acomodados saírem da zona de conforto e extrair o máximo dos parceiros. Esqueçam as bravatas de que futebol se ganha na bola. Não se esqueça que muitas faltas são ganhas no grito. E que times com alma (como de 2005) chegam ao topo do Mundo e elencos estrelados (como em 2014 e 2015) não vão a lugar algum.

Mas não foi apenas os gritos das arquibancadas e a sacada de Ceni que deixaram claro o quanto o São Paulo necessita daquele carrinho de Lugano contra o River Plate, na Libertadores de 2005. Ou do grito para Ceni, após o arqueiro pegar o penalti de Morales, do Chivas, em 2006. Lugano foi vendido para o Fenerbahçe no meio de 2006 e parece mais antenado (e até preocupado) com a agremiação do que alguns membros do atual elenco. Nas entrevistas na despedida de Rogério, Lugano desviou do assunto retorno, mas, pelo menos três vezes, fez questão de dizer que o São Paulo precisava muito daquela união vista naquele 11 de dezembro. Uma frase que não foi comentada por profissionais que cobriam o jogo e só pensavam em tirar do zagueiro algo sobre a negociação.

O recado foi claro. Lugano, confesso 'hincha' do Tricolor, não está contente com os desmandos no clube. Com a postura corrupta de Aidar ou com as picuinhas do primeiro, segundo e último escalão. Lugano deu a dica de que, se voltar, vai querer ver nos trilhos um clube que já foi símbolo de organização. Que tinha suas mazelas e problemas, mas, as resolvia lá dentro. Edgardo Bauza, que tem como principal qualidade a compactação de seus times, a marcação pressão, confia que pode armar um sistema defensivo que dê suporte ao veterano Lugano.

Yepes, aos 39 (quatro a mais que o uruguaio) foi um dos pilares da defesa campeã da Libertadores com o San Lorenzo, de Bauza, em 2014. Se não precisar atuar ao lado de Reinaldos, Lucãos e Brunos, Lugano tem tudo para não manchar a pecha de ídolo construída na primeira passagem. E se usar a aura de um Morumbi que clamou por ele no dia em que perdia sua bússola, não duvidem de, daqui um ano, verem imagens dele erguendo a mesma taça que estava nas mãos de Messi, Neymar e seu compatriota Suárez neste domingo...

SOBRE A NEGOCIAÇÃO - Na noite desta segunda-feira (21), o jornalista Vitor Birner informou em seu blog que São Paulo e Lugano já acertaram as bases salariais e o tempo de contrato. Resta o acerto com o Cerro Porteño que, diferente do noticiado, não assinou nenhuma cláusula que libere Lugano ao São Paulo. Há, porém, um acordo de cavaleiros que, possivelmente, será cumprido pelos paraguaios. Por falar em paraguaios, caso haja sucesso a indicação de Ortigoza ao São Paulo, será mais uma peça com estilo copeiro e perfil de liderança. Será a extensão de Lugano ao meio-campo. Será um acerto da diretoria. Mas, assim como no caso do bom Buffarini, são negociação difíceis. Já Renê, um dos destaques do Sport, pode desembarcar no Morumbi. E, pelas últimas notícias, em uma troca que levará Reinaldo e Wesley à Ilha do Retiro. Aí sim, uma grande jogada de Leco & Cia.

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