Para o Jornal O Impacto
Um dos principais nomes do Tênis brasileiro visitou Mogi Mirim na quarta-feira, 20. Durante pouco mais de três horas, Fernando Meligeni interagiu com os cerca de 60 presentes no Ginásio de Esportes do Clube Mogiano. O campeão panamericano respondeu questionamentos dos jovens tenistas participantes, trocou raquetadas e mostrou seu conhecido carisma.
A presença de Meligeni foi incentivada pela parceria do Sesc-SP (Serviço Social do Comercio de São Paulo) e o Sicovamm (Sindicato do Comércio Varejista) e faz parte do Circuito Verão da entidade estadual. Mogi Mirim foi o primeiro destino da caravana que realizará clínicas da modalidade também em outras cidades de São Paulo. O objetivo do evento é proporcionar aos participantes a oportunidade de estar próximo de um ídolo do esporte e aguçar o desejo em se familiarizar com a prática esportiva.
E neste enredo, Meligeni apresentou sua versão crítica, famosa desde os tempos em que ainda estava dentro das quadras. Rechaçando a fama do tênis de ser um esporte elitista, o ex-tenista afirmou que para uma cidade como Mogi Mirim aumentar o vínculo com diferentes modalidades, é necessário investir em conhecimento. Para ele, possuir profissionais capacitados para preparar os atletas é essencial. Além disso, a participação constante dos clubes também serve de incentivo ao esporte. “Não sei como Mogi Mirim trabalha com o esporte, mas cidades com este tamanho precisam sempre de profissionais extremamente qualificados para garantir o interesse de crianças e jovens”.
Neste cenário de incentivo a prática esportiva Meligeni preferiu deixar o futebol à parte. Para ele o esporte preferido do brasileiro vive em outro mundo. Mas citou exemplos bem sucedidos no país. O vôlei, recordista de medalhas olímpicas para o país em esportes coletivos, é o principal. “O vôlei tem um centro de treinamento em Saquarema espetacular. Você não vê isso no Tênis”, exemplificou. Para Meligeni, falta ao país para alavancar no alto rendimento do esporte, o investimento em infra-estrutura. “Olha a Ginástica. Antes de oferecer um centro de treinamento bom, havia uma referência. Depois, surgiram a Daiana, a Daniele, o Diego, a Jade. Os bons exemplos estão aí, o que precisa é distribuir isso em todas as modalidades”, explicou.
Campeão do ATP da Suécia e medalha de ouro nos Jogos Panamericanos de 2003, em Santo Domingo, na República Dominicana, Fernando Meligeni também comentou sobre o atual momento da modalidade a nível profissional. Sem um brasileiro entre o Top10 do Ranking da ATP (Association Tenis Profissional) há mais de dez anos, a pressão tem recaído sobre Thomas Bellucci, principal tenista da atualidade. Porém, o brasileiro, mesmo com três títulos no circuito, está pressionado, ainda mais após a queda na primeira rodada do Brasil Open. Para Meligeni, há um exagerado descabido sobre o brasileiro. “Querem que ele tenha a esquerda do Guga, o carisma do Meligeni, a raça de um Luís Mattar. Ele é o Bellucci e é ótimo. Só vi o (Rubens) Barrichello ser cobrado no esporte com tanta injustiça e
Para o argentino de nascimento e brasileiro de adoção, a fase é mais do que comum. Segundo ele, de vez em quando surge um grande nome na Suíça, outro na Sérvia, um nos EUA. Não há uma produção em série em determinado país de potências no Tênis. “Um dia surgiu um em Santa Catarina, que é o Guga, e assim vai. Não há fórmula secreta”, finalizou.