Para o jornal O Impacto
Uma epidemia tem se alastrado pelo país e o criadouro principal está em Mogi Mirim. Desde janeiro de 2012, o estado é de alerta máximo para um diagnóstico que atingiu dezenas de profissionais com um sintoma em comum. Ter trabalhado no Mogi Mirim Esporte Clube. A boa fasis mogimirianis, que também pode ser chamada de “doença do Sapo”, ainda não teve explicações científicas catalogadas. Porém, casos “tipo exportação” foram registrados, por exemplo, no Rio de Janeiro, Santos e Campinas.
A peculiaridade desta doença, porém, é o fato dos efeitos colaterais serem positivos. Um dos pacientes em evidência é Guto Ferreira. No comando do clube em 2012, o piracicabano conquistou o Troféu do Interior e o acesso à Série-C com o Sapo. Depois da guinada na carreira, assumiu a Ponte Preta e garantiu os campineiros na Copa Sul-Americana deste ano. De contrato renovado, seu quadro de “boa fase” mostra-se realmente em alerta na reta inicial do Paulistão. Seu time é vice-líder, está invicto, venceu Corinthians (fora de casa) e Santos e ainda barrou o São Paulo no Morumbi com um 0 a 0.
E o treinador não esconde o afeto pelo hospedeiro que lhe proporcionou a chance de ter seu trabalho em evidência. “Tenho um carinho muito especial. Foi no Mogi que acreditaram no nosso trabalho. Tive uma convivência sadia com todos no clube e vou levar o respeito pelo Mogi pelo resto da minha vida”, enfatizou. Guto também confessou que está na torcida pelo Sapo, porém, com uma ressalva. “Menos contra a gente. Ainda bem que o primeiro jogo foi logo na estreia”, brincou o treinador.
Guto Ferreira conta que dos tempos de Mogi, carrega até hoje a manutenção da unidade entre o as peças de seu elenco. Quanto ao fato de ter sido o paciente zero, responsável por espalhar o sucesso do Mogi pelo país, o treinador disse que não há dinheiro que pague esse reconhecimento. Ele citou o carinho ao reencontrar os profissionais e atletas do Mogi em Americana, quando Sapo e Macaca se enfrentaram e também casos extra-Mogi, como os são paulinos Osvaldo e Lúcio, crias de Guto na base do Internacional-RS.
E o sucesso despertado pela boa fasis mogimirianis contagiou outro atual pontepretano. O volante Baraka, que atuou no Sapo em três temporadas, disputou o Brasileirão 2012 pela Macaca e se transformou em ídolo da torcida. Com os acompanhantes sempre em zona de risco, já que o atleta raramente é desfalque na Macaca, Baraka agradece o período no Sapo e espera que a boa fase continue. “Tenho uma gratidão muito grande ao Mogi. Fizemos um bom trabalho no ano passado e estamos colhendo os frutos agora”, frisou o volante. Em dezembro, Baraka chegou a ser cogitado em equipes como São Paulo e Palmeiras. Agora, ele garante que 100% de foco para seguir bem em Campinas. “Fui muito bem recebido aqui, estou feliz por ter caído nas graças das torcida e espero que tudo continue dando certo”, completou.

ESPALHADOS
Baraka garantiu também que mantém contato com os ex-companheiros de Mogi Mirim. Entre os amigos está o volante Renê Júnior. Contratado junto ao Salgueiro, o volante não se enquadrada no grupo de risco para ser contagiado pela boa fase. Mas brilhou no Paulistão com a camisa vermelha, ganhou evidência com a Ponte Preta no Brasileirão e em 2013 foi contratado para compor o elenco do Santos. Porém, com espaço dado pelas ausências de Marcos Assunção e Arouca, tornou-se xodó da torcida santista e peça importante no esquema de Muricy Ramalho.

A lista de pacientes segue com João Paulo, companheiro de Hernane e titular na lateral-esquerda do Flamengo, Edson Ratinho, que disputou o Brasileirão pelo Internacional e hoje está no São Caetano e Felipe, titular do Atlético-PR. Longe dos holofotes, mas em ascensão na carreira, há também profissionais das categorias de base. Ainda em 2012, o coordenador Lélis e o treinador do sub20, Alexandre Faganello, trocaram o Sapo pela Macaca e no inicio deste ano o preparador de goleiros, Cléber, também migrou para a equipe de Campinas.