A Conmebol sacramentou nesta terça-feira, 26, a punição preventva ao Corinthians de mandar seus jogos como mandante na Copa libertadores 2013 com os portões fechados. Os torcedores do clube paulista também não poderão acompanhar a equipe em partidas do alvinegro como visitante. A decisão final sairá no prazo de 60 dias.
OPINIÃO – A morte do jovem Kevin Espada, de 14 anos, durante o empate entre 1 a 1 do Corinthians com o San José em Oruru é um divisor de águas no futebol sulamericano. Seja na esfera desportiva como na penal. No âmbito esportivo, esta é a grande chance da Conmebol mostrar se está afim de gerenciar um espetáculo que envolve milhões de apaixonados do México ao Uruguai. Ou então, se a entidade se curvará aos interesses provenientes do dinheiro dos grandes clubes do continente.
Manter a punição é o primeiro passo. Considero até que a punição foi branda. Esquecem que uma vida foi ceifada. Não digo isso por ser um garoto de 14 anos. Uma vida de 14 ou 100 anos, é uma vida e ninguém tem o direito de acabar com ela de forma nenhuma, tampouco, em um palco em que se deve ir para diversão e não para atos criminais. Seja o garoto de 17 anos, que parece ser um laranja na história, ou um dos 12 presos em Oruru, deve haver punição para os envolvidos e o Corinthians é uma das figuras em cena.
O clube brasileiro também está em cheque. Deverá decidir se abre mão de entoar “Não é o Corinthians que tem uma torcida, é a torcida que tem o Corinthians” ou aceitar a punição. Pois se a torcida é “dona” do clube como gostam de espalhar, este clube tem que ser punido. Hipocrisia corintiana a parte, é preciso colocar que QUALQUER clube deveria ser punido neste caso. Aliás, não apenas neste, mas em tantas outras mortes que já aconteceram pela América. Com a impunidade se propaga a violência e é este o mal que deve ser combatido com o caso de Oruro como expoente.
Assim, sou a favor de penalizar também a CBF e a própria Conmebol e isso se daria com a exclusão dos ricos times brasileiros por três anos de todas as competições internacionais. Deveria haver punição idêntica aos bolivianos, sede da tragédia. E seja a punição descrita por mim ou a instituída pela Conmebol, nada foi feito contra os conterrâneos de Evo Morales. Não esqueçamos também da esfera civil e criminal, a mais importante de todo este enredo. Matar em um estádio de futebol ou em uma favela é o mesmo crime. Assim como brigar, traficar drogas e depredar patrimônio público ou privado. E é justamente isto que este bando de marginais, muitas vezes financiados pelos próprios dirigentes dos clubes, fazem durante jogos na casa deles ou não. É preciso rever o código penal como um todo e se o futebol precisar servir de pontapé inicial, Amém!
É urgente também a necessidade de coibir a entrada em estádios com armas como os sinalizadores marítimos. Se até rádios de pilha ou guardas-chuvas são proibidos, por que não proibir, em todo o mundo, estes objetos propensos a acidentes e crimes intencionais? Aliás, neste caso, a FIFA deveria ter se manifestado no mesmo dia vetando sumariamente a entrada de sinalizadores em estádios de toda a Terra. Ainda nesta área d asegurança nos estádios, que nossos palcos de dievrsão, sejam também de paz e para isso, que se copie a versão inglesa de derrubar a violência.
Porque as medidas funcionaram em um país em que Hitler se tornaria um poodle próximo do hooliganismo. Hoje, na Grâ-Bretanha, assistir um jogo de futebol não significa estar cercado por alambrados, fossos ou outros indícios de prisão. Que o Brasil e a América do Sul cresça. Que o Corinthians deixe de chorar pelos milhões que vão embora e assuma a vanguarda no respeito à vida nos estádios. Vai, Corinthians, seja pioneiro nesta briga, me faça lhe aplaudir em pé como 30 milhões de seus fanáticos o fizeram após o Mundial de Clubes e respeitem a memória de um dos maiores defensores da democracia e da paz. Doutor Sócrates, orai por nós!
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