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sábado, 28 de junho de 2014

James é para a Colômbia o que Ganso poderia ser para o Brasil

Assisti poucos jogos da Copa do Mundo. Os horários não foram muy amigos e uma das raras seleções que pude acompanhar na íntegra foi a Colômbia. Adversária do Brasil nas quartas de final, a seleção treinada pelo argentino José Pekerman é a dona do melhor futebol deste Mundial. Ataque envolvente, que não se cansa de buscar o gol. Foi assim contra Grécia e Japão, na fase de grupos. A defesa é sólida (apesar de pesada). Quando vacila, a retranca conta com o ótimo Ospina (mais um ótimo goleiro latino no caminho do Brasil). Armero, aquele mesmo, do Palmeiras, evoluiu muito na Europa e sabe o tempo certo de marcar e avançar pela lateral esquerda.

O ataque, apesar de não ter a estrela Falcao Garcia, conta com atletas de potencial, como Téo Gutierrez, Bacca e Ramos. Jackson Martinez, que ganhou a titularidade de Ibarbo, também tem muita qualidade e assim como nesta Copa, ocupa a vaga que foi de Falcao Garcia no Porto-POR. Apesar da qualidade dos citados, o título de melhor ataque (11 gols) tem dois responsáveis principais. Cuadrado, da Fiorentina, tem muita velocidade. Joga sempre na vertical e focando o gol adversário. Cuadrado nasceu no país vizinho, mas parece ter sangue brasileiro nas veias devido à ginga tipicamente tupiniquim. O outro craque da Colômbia é, até aqui, o maior desta Copa.

Ninguém jogou mais que James Rodríguez. Nem de perto. Neymar, Messi, van Persie, Robben e Thomas Muller decidiram jogos e merecem aplausos pelo desempenho mostrado até aqui. Mas James Rodríguez vale cada ingresso comprado pelo aficionados cafeteros. Na Copa, fez cinco gols, deu duas assistências e comanda com maestria o meio-campo colombiano.E só tem 22 anos! James é para a Colômbia o que Ganso poderia ser para o Brasil. Armador das antigas, canhoto habilidoso. Mostra no Mundial uma visão ímpar. Está sempre segundos à frente dos rivais. Quer um exemplo? O gol antológico no Maracanã, hoje, na vitória de 2 a 0 sobre o Uruguai é de quem é sim acima da média. Quando outros ainda estariam apanhando para dominar a bola, James já estava à colocando, com fino trato, no ângulo de Muslera.

E é aí que James nos mostra o quanto foi ruim para o Brasil, que Ganso não é aquilo que a maioria pensava que ele seria. Os quatro anos após o fantástico 2010 tiraram a genialidade e a eficiência de Ganso. Se o camisa 10 do São Paulo colocasse nos pés a inteligência que tem na cabeça, não sofreríamos com o futebol robotizado de Oscar, William ou Bernard. E não é culpa deles. O problema é que talentos como o de Ganso e James é artigo raro. Com o sonhado Ganso, o Brasil teria a opção de um meia que, em poucos segundos, destrói a zaga rival. Como sou otimista ao extremo, ainda sonho ver o explendor de Ganso. Enquanto isso, dispenso válidas horas do meu dia para assistir James, o camisa 10 que o Brasil poderia ter em seu plantel, mas terá que enfrentar na próxima sexta-feira.
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