A culpa é das estrelas que comandam o show. Ricardo Teixeira (não esqueci de você), José Maria Marin, Marco Polo del Nero e toda a laia. Eles não erraram na saída de bola, mas acertam na entrada do dinheiro. A alta cúpula da entidade que administra o lazer mais popular do brasileiro promete "tomar providências". A tradução para isso é "dar um jeito de manter o esquema".
Apesar do choro de David Luiz e Júlio César ser melhor recebido que a indiferença de Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho na derrota de 2006, o choro que deve ser realçado são das crianças que, no estádio ou na rua, traduziram em lágrima o vexame imposto pela Alemanha. Repito, este choro é culpa das estrelas que comandam o show. A análise dos 7 a 1 deve ser tática e técnica.
Os quatro gols sofridos em seis minutos são inadmissíveis para uma Seleção que por cinco vezes ganhou o Mundo. Apesar disso, fazendo a leitura de cada lance, é perceptível que houve uma pane geral. Fosse uma partida de vôlei, no segundo gol, o técnico pediria tempo. Fosse uma Seleção malandra, no segundo gol, alguém mandaria o goleiro cair no chão e esfriar o jogo. Isso é um jogo. A derrota ou a vitória faz parte do jogo.

Porteiros, cortadores de grama, roupeiros. Eles também integram a parte mais grossa e pobre da pirâmide do futebol. Por culpa das estrelas, das figuras cancerígenas que comandam o futebol, o esporte que é a minha, a sua, a nossa paixão não gera emprego e desenvolvimento social como deveria e enriquece os abutres. Enquanto esses corvos seguirem no alto, nossa maior derrota não será os 7 a 1 e sim a chance de construir um país melhor através do esporte.