Mesmo sem o clímax de um mata-mata, o Brasileirão tem sim suas finais. Neste sábado vai rolar duas delas. A partir das 16h20 acontece o de menor objetivo, mas de importância vital para os protagonistas. Grêmio e São Paulo se enfrentam na Arena do Grêmio, em Porto Alegre (RS). O Tricolor dos Pampas está em boa fase, com uma defesa tão segura que não sofre gols há 798 minutos. São nove jogos. Neste período, o Tricolor Paulista sofreu 15 gols.
As falhas em escala industrial da defesa são paulina praticamente sepultou as chances de título, que pareciam reais após a vitória na 'final' com o Cruzeiro. Aquele jogo no Morumbi foi um mata-mata e o São Paulo se impôs. O problema é que depois do duelo com a Raposa, houve uma mistura de acomodação e demonstração do verdadeiro nível da equipe. Mesmo com nomes de grife, há peças simples demais para um time campeão e por isso a briga é por vaga na Libertadores-2015.
É neste caminho que o duelo com o Grêmio é essencial. Ambos têm 43 pontos, assim como o quarto colocado Atlético-MG. Pelos critérios de desempate, o São Paulo é o terceiro e o Grêmio está fora do G4. Aos são paulinos, aumentar para cinco o número de jogos sem vitória só será proveitoso em caso de empate. A fórmula para sair com algum ponto do Sul é jogar como time pequeno e não cair na do Grêmio, que cede espaço ao rival para aproveitar as brechas.

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Para piorar o prognóstico do São Paulo, Denílson, Alvaro Pereira e Luís Fabiano estão suspensos (terceiro amarelo), Rafael Tolói, Auro, Lucão e Antonio Carlos estão machucados. Souza seria outra baixa, já que foi punido com um jogo pelo STJD após reclamar da arbitragem "horrível" contra o Corinthians. Porém, com um efeito suspensivo, o volante está liberado. Muricy, em recuperação de uma arritmia cardíaca, ainda está fora e o interino Milton Cruz vai orientar um time que provavelmente entrará em campo com Rogério Ceni; Luís Ricardo, Paulo Miranda, Edson Silva e Michel Bastos, Hudson, Souza, Paulo Henrique Ganso e Kaká; Alan Kardec e Alexandre Pato.
Ruim? Não. Mas pela fragilidade defensiva, é melhor pensar na retaguarda antes de cair na armadilha gremista. Já no Grêmio, a fase é tão boa que apenas o garoto Saimon, lesionado, é desfalque. Luís Felipe Scolari deve escalar o time assim: Marcelo Grohe; Pará, Pedro Geromel, Rhodolfo e Zé Roberto; Walace (Matheus Biteco), Ramiro, Fellipe Bastos e Luan; Dudu e Barcos. Outro ingrediente para a partida será a presença de três convocados para a Seleção Brasileira. Chamados após lesões de outros convocáveis, Souza (Ramires), Kaká (Ricardo Goulart) e Marcelo Grohe (Jefferson) farão a primeira partida após o chamado de Dunga. Convocações merecidas, mas que desfalcarão as equipes por dois jogos nesta primeira quinzena de outubro.
FINAL DE CAMPEONATO
No estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão, Cruzeiro e Internacional farão outra final. Na primeira, contra o São Paulo, o Cruzeiro saiu derrotado. Como a sorte acompanha os competentes, no pós-jogo do Morumbi, a equipe celeste viu o rival, que reduzira a distância para quatro pontos, cair em desgraça. O São Paulo somou um ponto em 12 possíveis e entregou a missão de caçar a Raposa ao Internacional.
O Colorado venceu quatro e empatou uma partida nos últimos cinco jogos. É o chamado "cresceu na hora certa". Seis pontos atrás do Cruzeiro, o time gaúcho pode reduzir para apenas uma vitória a diferença ao relação ao líder supremo, atual campeão e virtual bicampeão. Só lamento a ausência de peças diferenciadas, como Ricardo Goulart, o motor do eficiente meio-campo cruzeirense. O ligeiro Alisson, além de Júlio Baptista, Samudio e Tinga (desfalques mais longevos), também estão fora. Do lado vermelho, Abel Braga também acumula baixas. Em sua melhor fase no profissional, Eduardo Sasha passou por cirurgia e não joga mais em 2014. Wellington Paulista, Wellington Silva, Jorge Henrique e Cláudio Winck são outros desfalques.
As ausências reduzem o nível do duelo, mas aumentam o grau de superação. Quem quer ser campeão em pontos corridos não pode chorar por problemas nas virtuais decisões. No caso do Inter, mesmo fora de casa, vale a pena atacar o Cruzeiro. A situação é diferente da do São Paulo contra o Grêmio. O Cruzeiro adora a posse de bola e ceder a gordinha à Raposa é pedir para perder. Nem mesmo em vantagem vale a pena deixar o Cruzeiro trocar passes e lançar bolas na área. Abel sabe disso. Sabe também que se sair do Mineirão derrotado vai passar a jogar como o São Paulo, Grêmio, Atlético-MG, Fluminense e Corinthians. O título será da Raposa e a Libertadores será o título dos "incompetentes caçadores".
