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segunda-feira, 6 de abril de 2015

A passagem, a saída e as consequências: o fim da 4ª 'Era Muricy'

FOTO: RUBENS CHIRI / SÃO PAULO FC
O São Paulo deixou Muricy, mas Muricy jamais deixará o São Paulo. Carrego a bandeira de que Ramalho era um problema, de que a tática necessária para o time do Morumbi estava longe da prancheta. Autuori preparou o remédio e Muricy curou o São Paulo da queda em 2013. Os ídolos do quadriênio 2005-2008 salvaram o Tricolor de seu maior vexame.

Mas não houve evolução pós-2013. Ainda naquele ano, eliminação para a Ponte na Sul-Americana. No ano seguinte, queda para o Penapolense no Paulistão, Bragantino na Copa do Brasil e Atlético Nacional na Sul-Americana. Faltava coração muitas vezes, mas a falta de padrão era um problema visível. No Brasileirão, Kaká foi um técnico em campo. Inteligente como raros brasileiros, o meia contribuiu para que o melhor de Ganso e Pato fosse extraído.

Veio 2014 e a falta de tática travou a evolução de um time promissor. Um elenco que também não ajudava Muricy, já que há carências em setores vitais como zaga, laterais e volantes. Os resultados não vieram e o Muricy se foi. O são paulino sabe que é um até breve. A permanência longa mesmo sem o tal padrão só ocorreu pois, no Morumbi, havia um tal de ‘É Muricy’. O símbolo de uma relação de sucesso, dentro e fora das quatro linhas.

A primeira 'Era' foi na década de 70, quando ainda jovem, era um promissor ponta. As lesões brecaram a evolução como atleta, mas ele voltou ao Tricolor para aprender com Telê e ter a segunda e menos famosa passagem. Foi campeão da Conmebol com o Expressinho ainda com o Mestre, mas não teve vida longa ao substituí-lo. Fez sucesso então longe do Morumbi. Campeão no Náutico, São Caetano e Internacional, voltou à sua casa em 2006 para construir a terceira 'Era', com três Brasileiros. Saiu em 2009, voltou em 2013. Hoje, não sei, algo me diz que se aposentou. Não imagino que ele arrisque a saúde para algo que lhe fez bem por tanto tempo, mas mal pelo mesmo período.

O São Paulo deixou Muricy descansar. É preciso respeitar a saúde acima de qualquer coisa. Ele está treinador, mas é pai, é marido. Em nota, anunciou a saída e uma cirurgia. Inevitável também é a analogia com o quadro do tri-campeão brasileiro. O São Paulo está em estado de emergência. Seja qual for o escolhido para substituir Muricy Ramalho, precisará de tempo para ajeitar o padrão tático. Esse ‘alguém’ precisa ser tarimbado, rodado e com estrela. Assumirá um time que está mal, mas que está prestes a lutar por um título Paulista.

NOMES

LUXEMBURGO - Ninguém preenche os requisitos acima mais do que Vanderlei Luxemburgo. Difícil alguém no Mundo da Bola que não queira ver essa combinação que sempre pareceu impossível. O problema é que ele está bem empregado. A solução é que pouca gente se importa com isso atualmente...

ABEL BRAGA – É motivador, é campeão. Mas não é tático. O Inter de 2006 ganhou na raça e na qualidade individual. Na sequência, mais nenhum feito retumbante, mas, aposto que seja o favorito por ser alguém com carcaça para o momento conturbado. Facilitador? Está desempregado!

MANO MENEZES – Sua grande virtude é saber armar times pragmáticos. Hoje o São Paulo precisa de resultados e este ‘futebol de 1 a 0’ do Mano não cairia mal. O problema está na involução do trabalho (o Corinthians 2014 não saia do lugar) e o histórico de abandonar o barco que o marcou no Flamengo. Facilitador? Está desempregado!

CUCA – Um dia, Cuca foi o azarado. Por sorte, a Libertadores 2013 acabou com esta pecha, que muitos ainda gostam de relembrar com o Raja Casablanca... Cuca é tático, é rodado e parece nutrir um desejo de provar que o São Paulo errou ao demiti-lo em 2004. Não dá para negar que, se o Tricolor ganhou muito entre 2005 e 2008, muito se deve a Cuca, que formou uma forte espinha dorsal com Fabão, Cicinho, Danilo e Grafite... Complicador? Assim como Luxa, está empregado.

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