Por João Gonçalves
Postei aqui neste mesmo espaço gentilmente cedido pelo jornalista Lucas Valério, no último sábado uma avaliação sobre a participação do Mogi no Campeonato Paulista. Jogador por jogador foi citado e o treinador também, é claro. Disse que ao meu ver Claudinho deveria sair, mas acreditava que ele ficaria. Pois bem. É exatamente por isso que proponho uma reflexão sobre a forma como se deu a demissão.
Consigo levantar, à priori, três hipóteses. A primeira é a de que a decisão já tenha sido tomada antes da derrota para o Botafogo e que Claudinho não sabia da decisão. Se for esse o caso, embora acertada na sua finalidade, a forma como ela se procedeu foi extremamente deselegante. Uma sacanagem. Claudinho teria sido usado literalmente como "tampão" nesta quarta. O que está longe de ser ético com um profissional que, com todos os seus defeitos, ajudou o clube a conquistar um importantíssimo acesso. E que colocou em campo um time misto, com toda a pinta de que pretendia utilizar o jogo de ontem como avaliação de alguns atletas para a Série B.
A hipótese dois é que Claudinho já soubesse da demissão, e mesmo assim, aceitou permanecer para o último jogo por gratidão ao presidente Rivaldo. Por um lado, até daria para entender, pois foi o ex melhor do mundo quem deu a grande chance na carreira para alguém que até então só havia treinado equipes de base. Mas por outro, isso representaria uma tremenda falta de orgulho e amor próprio. Imagine o amigo leitor que seu chefe lhe dissesse assim, antes do início de um dia de trabalho: "À partir de amanhã você não serve mais, mas hoje quero que cumpra seu expediente na empresa" É preciso ter muito sangue frio, sangue de barata, para aceitar.
A terceira hipótese é de que a decisão tenha sido tomada depois do jogo diante do Pantera. E, se for essa a situação de fato, é a demonstração da mais absoluta falta de planejamento. Um jogo que não vale nada em termos de tabela não pode servir de parâmetro para uma decisão dessa importância. Ainda mais quando vão a campo jogadores que praticamente não jogaram a competição.
Qual das três possibilidades aconteceu ainda não foi possível saber. Mas, se a decisão foi tomada com a convicção que o Mogi precisa de um treinador mais experiente, compartilhamos desse raciocínio. Vale pedir e torcer para que a escolha não seja pelo amigo, pelo companheiro gente boa, que quase derrubou o Sapo e que escreveu parcialmente mais um capítulo da história recente mais triste do nosso futebol, em termos de clubes. A história manchada da querida "namoradinha do Brasil". A Lusa do Canindé que caiu mais uma vez..
quarta-feira, 8 de abril de 2015
Claudinho Batista não é mais treinador do Mogi. E o que isso significa?
SOBRE O AUTOR

João Gonçalves
Jornalista formado em 2009 pela Universidade Paulista, repórter do jornal O Impacto, setorista do Mogi Mirim EC, narrador da Rádio Clube. Apaixonado por esporte. Viciado em futebol.
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