FOTOS: Rubens Chiri / São Paulo FC
Alguém consegue me informar? Há um itinerário programado? Quais os transtornos no acesso ao Nuevo Gasômetro? Cheguei em casa por volta das 18h30 após correr (literalmente) e alcançar o Interurbano que liga as megalópoles Mogi Mirim e Itapira. Liguei a TV e o rádio e a informação era de que o São Paulo estava atrasado e não havia desembarcado no estádio do San Lorenzo?
Já são mais de 23h00 e continuo sem saber que horas o ônibus chegará ao Nuevo Gasometro. O São Paulo é um 'busão' atrasado. E que está fadado a não chegar a destino algum. O motorista do ônibus não está no auge clínico e tático. Tem anos de serviços prestados, é um funcionário exemplar, desde os tempos em que era cobrador, de escanteios, laterais... Hoje, lá ou aqui, o trabalho apenas o adoece.
Os passageiros (a instituição fica, os jogadores passam) também contribuem com o atraso. Denílson, por exemplo, bate cartão todo jogo, mas o único jogo em que não fará falta será contra o Danúbio, graças a mais um amarelo. Os ocupantes das poltronas laterais deixam o são paulino refém, saudoso dos tempos em que via ultrapassagens de Cicinho e Júnior.

Bruno e Carlinhos precisavam ser barrados na escadinha do 'busão', mas Hudson (que até quebra um galho ao assumir o volante) e Reinaldo estão quilômetros distante do ideal. Até a gambiarra com um Souza ou um Jorge Wagner faz falta. A falta de peças é culpa do almoxarifado, que desde 2006 não consegue uma compra com êxito.
O São Paulo ainda não chegou ao Nuevo Gasômetro. Na pressa, na pressão, usou o que tinha. Pelo que tinha em mãos, Muricy, o motorista, não dirigiu mal. O Tricolor até não jogou mal. Mas não jogou. Não pressionou de verdade. Ficou com a bola, trafegou com ela, mas mostrou que não há repertório. A ideia era passar pelos 90 minutos, empacar o San Lorenzo na tabela e aliviar a pressão. Em momento algum houve a demonstração de um anseio bruto pela vitória. E já que a ideia era não perder, a estratégia foi falha.
Como seus passageiros não pareciam dispostos a desembarcar, a emplacar três pontos, Muricy deveria ter estacionado o ônibus. Copiar um motorista português, o Zé Mourinho, e abrir mão do quarteto ofensivo para trancar a entrada da garagem. Com a porta escancarada, O San Lorenzo fez um gol como se fosse um visitante à procura de um contra-ataque.
PERSPECTIVAS

O busão atrasado, tal qual um avião, não vai decolar. Ganso ainda dorme no banco enquanto a Libertadores já está na estrada. Culpa do poltrona 10? Sem dúvida. Mas quais as opções que lhe oferecem os estatísticos Pato, Kardec e Michel Bastos? Aí entra a culpa do motorista, que vende passagens dispersas e deixa o ônibus com aspecto vazio. Descompactado. Quer um exemplo? E se Ganso não está bem, porque não dar lugar a Boschillia? Porque é jovem? Mas se é novato, porque Ewandro entrou, se é ainda menos rodado que o camisa 8?
Enquanto as perguntas não são respondidas, me pergunto se ônibus do São Paulo chegou ao Nuevo Gasômetro, a Libertadores vai chegando ao ponto final. O San Lorenzo encostou e pediu passagem. Mas e se mesmo pressionado, o ônibus chegar na segunda fase? Com esta bola (cadê a bola?), será possível desengatar e ir adiante? À deriva, no máximo, estarão adiando o certo. Este ônibus não chega a lugar algum...
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