Entrevista Exclusiva: Luiz Carlos Ferreira, novo técnico do Atibaia: "Precisamos de 5 ou 6 pontos"

FOTO: FÁBIO GIANELLI SOCCER DIGITAL

Liderança. O ápice desta primeira fase foi justamente o vôo mais alto do Falcão na Série A3. Só que a passagem pelo ponto mais alto da tabela durou pouco e o Atibaia entrou em uma série negativa. Perdeu para Esportiva Itapirense (1 a 0) e Votuporanguense (3 a 1) e a diretoria resolveu demitir Luís Müller. O técnico, responsável pelo inédito acesso para a Série A3, em 2014, só foi substituído nesta quarta-feira (1º de abril). Após Ederson ser o interino no frustrante empate em 1 a 1 com o São José dos Campos (o Tigre empatou aos 47 da etapa final), Luiz Carlos Ferreira assumiu o comando do atual quinto colocado, com 25 pontos.

Conhecido como 'Rei do Acesso', Ferreira acertou com o Atibaia na manhã desta quarta, já teve o primeiro contato com o elenco durante a tarde e no começo da noite bateu um papo exclusivo com o Blog. Um dos últimos trabalhos de Ferreira foi em 2013, quando comandou a Matonense na volta do clube à Série A3. Além de subir, faturou o título, que, segundo ele, foi o mais emocionante da carreira.

"Teve muitos momentos, mas aquele jogo da Matonense foi sensacional. Perdemos o primeiro jogo de 5 a 2 e conseguimos tirar os três gols de diferença (venceu por 4 a 0 com o último gol aos 41 minutos do segundo tempo). Ficamos em um estado inexplicável". Auxiliar técnico de Ferreira naquele jogo (e já há algumas temporadas), o ex-lateral Da Guia, que passou por Bragantino e Santo André, entre outros, também integrará a comissão técnica do Atibaia. Segundo a assessoria de imprensa do Falcão, o preparador de goleiros Wellington e o preparador físico Nelsinho seguem na comissão técnica.

A estreia de Ferreirão pelo Atibaia será no sábado (6), às 15h00, quando o clube recebe o São José em partida que foi transferida para o estádio Antonio Soares de Oliveira, em Guarulhos. Neste bate-papo com o Blog, o treinador falou sobre a missão de conquistar mais um acesso na carreira, mas também sobre outros assuntos e ao falar de técnicos que servem de espelho, foi enfático: "Hoje quem é exemplo para todo mundo é o Tite".

Como foi o acerto com o Atibaia?

Conversamos hoje (quarta) pela manhã, acertamos e já comecei a trabalhar a tarde. A condição de trabalho aqui é excelente. Acho que entre os clubes pequenos, vi algo parecido no Juventus. A estrutura é muito boa, paga-se rigorosamente em dia. É um clube em ascensão, mas que oferece uma bela condição para o profissional.

Mas em relação ao campeonato. Você Chega a um clube que está bem colocado, mas vive uma fase irregular, a saída de um técnico que vinha bem. O que fazer para recolocar o time na linha?

Em primeiro lugar o trabalho aqui era muito bom. O trabalho do MÜller era bom e ele é um grande profissional, uma grande pessoa. Quase fui técnico dele, quando eu estava no Taubaté, queria levá-lo, mas ele estava na Portuguesa, era fantástico. Se eu tiver a oportunidade, vou trocar uma ideia com ele, mas vejo que o time é bom, mas precisa voltar ao que fazia no começo do campeonato. Temos quatro jogos e precisamos ganhar cinco ou seis pontos. É uma responsabilidade? Claro. Eu notei que o plantel tem muita qualidade, o time é rápido, mas precisa jogar com um pouco mais de tranquilidade. Mas a primeira vista o que mais gostei foi do perfil. O elenco é muito comprometido.

O fato de você ter um currículo recheado de acesso pode facilitar?

Graças a Deus tenho esse histórico. Nestes anos todos de trabalho, seja como auxiliar, preparador físico ou técnico, tenho uns 30 títulos. Mas isso é história, temos que pensar no hoje, no amanhã.

Tem um profissional que te serve até hoje como exemplo para a sua carreira?

Nossa, trabalhei com muita gente boa. Quando fui auxiliar, pela figura, pela simplicidade, qualidade, gostava muito do (Carlos Alberto) Parreira. O Antônio Lopes, que trabalhei no Fluminense e no Vasco da Gama, é outro ótimo profissional. Agora, se eu for falar de hoje, o exemplo maior, por tudo que tem feito, é o Tite. Ele é referência para todos, principalmente para os mais jovens, pelo espírito vencedor, pela concentração.