Entre 2005 e 2014 o Mogi Mirim ficou longe da Série B do Campeonato Brasileiro. E muita coisa mudou neste período. O primeiro ano fora da segunda divisão foi o último em que a Série-B não foi por pontos corridos. O longo período me faz lembrar aquele calouro de faculdade, que apesar dos 30 anos e das lições da vida, está distante dos livros, cadernos. Equações e provas. Como qualquer novo aluno, é preciso ter a atenção redobrada, ainda mais em uma sala lotada de veteranos. O trote dado pelo Criciúma (que repetiu na Série-A de 2014), apresentou pontos que precisam ser analisados com humildade pelo Mogi Mirim.
1ª - Edinho Nascimento estreou como treinador e cometeu alguns pecados. O primeiro deles foi escalar uma equipe que poucas vezes atuou junta durante a inter-temporada. Estive com dengue e de férias até a abertura da Série-B. Mesmo distante, acompanhei o trabalho dos meus colegas da imprensa e em nenhuma prévia era possível imaginar o time sem Vitinho e com Romildinho. Léo Bartholo, que acabou de chegar, assumiu uma vaga no meio. O desentrosamento foi fatal no primeiro revés.
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2ª - Ainda sobre Romildinho. O garoto tem um potencial incrível. Uma perna canhota hábil, um raciocínio rápido. Mas ainda está verde. Aos 17 anos, nas chances que teve, ficou escondido. Edinho falou na coletiva após o jogo que decidiu pela escalação no último coletivo. Romildinho, de fato, faz ótimos treinos e será importante. Mas nesta fase em que o próprio Mogi está se adaptando à Série-B, é hora de experiência. Gustavo, que vestiu a 10, é outro com potencial, mas que precisa entrar aos poucos e em um time encaixado.
3ª - A lição mais clara. O Mogi Mirim precisa de reforços. E reforços de fato, com peso e experiência (não necessariamente medalhões em decadência). Claro que há vários fatores e o principal deles é o salário, mas um exemplo de nome que cairia perfeitamente é Marcelinho Paraíba, que apesar dos 39 anos, segue decisivo. Agora, serve de alento o fato de Edinho ter afirmado que mesmo antes da derrota, já havia o consenso da necessidade de novas peças. As principais lacunas?
Pelo jogo de sexta, o setor de criação e o ataque são as carências principais. O elenco também precisa de um lateral-esquerdo para fazer sombra para Leonardo e um volante experiente para a lacuna deixada por Val. Como já contratatou Geovane Loubo, Naílson, Alex Moraes, Junior Juazeiro e Léo Bartholo, não dá para esperar uma pacotão de reforços. O mais importante: o campeonato é longo, haverá lesões, suspensões e quedas de rendimento. Para vencer estes transtornos naturais, o elenco deverá ser homogêneo, qualificado e até numeroso.
Pelo jogo de sexta, o setor de criação e o ataque são as carências principais. O elenco também precisa de um lateral-esquerdo para fazer sombra para Leonardo e um volante experiente para a lacuna deixada por Val. Como já contratatou Geovane Loubo, Naílson, Alex Moraes, Junior Juazeiro e Léo Bartholo, não dá para esperar uma pacotão de reforços. O mais importante: o campeonato é longo, haverá lesões, suspensões e quedas de rendimento. Para vencer estes transtornos naturais, o elenco deverá ser homogêneo, qualificado e até numeroso.
De acordo com o Regulamento Geral da Série-B 2015, o clubes poderão inscrever novos atletas até o dia 14 de setembro. Jogadores poderão ser transferidos entre clubes da Série-B apenas se não estourar o limite de seis partidas. Não há restrições sobre quantidade de jogos para atletas de outras competições. Cada clube poderá receber até cinco atletas de outros clubes da Série-B e no máximo três de um mesmo clube da mesma divisão.4ª - Não dá para sair crucificando Edinho. É o começo de uma nova carreira, em uma nova casa. Resta ao treinador ser humilde o suficiente para ver e rever o jogo, detectar os erros do Sapo e lutar pela reação. Taticamente, gosto da proposta de atuar com atacantes abertos e com um meia que flutua a frente do volantes. O 4-2-3-1 é uma moda que tem funcionado em muitas partes do Mundo. O problema são as peças, o entrosamento e a compactação. O Mogi ficou espaçado em campo e para correr menos riscos e criar mais chances, precisa de aproximação. Magrão, por exemplo, esteve isolado durante praticamente todo o jogo. Acionar um volante para ser surpresa no ataque também será vital.
5ª - 1ª - É óbvio. A Série-B é outro nível. O espaço para erros é ainda mais estreito. Se na Série-D de 2012 o Mogi subiu apesar de duas derrotas em casa no mata-mata e em 2014 o acesso na Série-C foi construído com goleadas sofridas como visitante, na 2ª Divisão, cada passo pode ser em falso. A tabela é sempre ingrata. Criciúma, Bahia, Sampaio Corrêa... Não era preciso nem perder na estreia para saber que o desafio de 2015 é enorme.
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