Antes do início da Série B, poucos analistas arriscariam dizer que a edição 2015 teria o arranque mais indefinido dos últimos tempos. Impossível cravar quem sobe. Perigoso garantir quem desce. Após a 12ª rodada, a segunda divisão chegou a praticamente 1/3 de bola rolando e há muita bola para rolar.
A classificação expõe quatro líderes com 24 pontos, algo surreal. A diferença do primeiro de fato para o oitavo é de apenas três pontos. Já do nono ao primeiro dentro da zona de rebaixamento, há apenas cinco pontos de diferença, uma margem que pode alterar a realidade deste bloco em apenas uma rodada.
Os clubes que vivem a situação mais delicada estão Atlético-GO, Ceará e Mogi Mirim. São equipes com potencial, bons técnicos, mas que vivem em fases nebulosas. O Sapão começou a reagir agora, com Sérgio Guedes. Tem potencial para sair do Z4, mas precisará desafiar a ‘corrida na esteira’, já que o começo do campeonato foi tão péssimo, que agora, qualquer tropeço em meio a bons jogos, fará o time correr e não sair do lugar.
Entre os que rondam a zona da degola, Oeste, Luverdense e Paraná são tão candidatos quanto os que estão por lá. Sinceramente, apesar da irregularidade, não consigo imaginar Santa Cruz e Criciúma rebaixados. O problema é que nesta Série B, cravar prognósticos é brincar com fogo. E uso o Bragantino como exemplo.
Após o rebaixamento sumário na A1 do Paulista, coloquei o Braga como candidato à degola na B. E o começo da 2ª Divisão indicou que o caminho era este. Só que com a parceria com o Corinthians e Osmar Loss no comando, o Bragantino se acertou, ganhou jogos importantes e rondou o G4. Só que, do nada, o time caiu, perdeu três seguidas, perdeu Loss e novamente o considerei candidato à degola. Só que chegou Wagner Lopes e com poucas horas de trabalho ele foi logo ganhando do líder Botafogo. Uma gangorra com jeitão de montanha-russa.
Na parte alta, o próprio Botafogo sofre com a instabilidade. Único escudo tratado como grande, o Fogão começou triturando, mas já se tornou mais do mesmo. Daniel Carvalho, um ex-ex-jogador, é o ponto de desequilíbrio e Renê terá muito trabalho para subir o Bota do jeito que a torcida quer: sem sustos. Entre os colegas de liderança, o América-MG é aquele em que mais aposto para subir. Além de Givanildo Oliveira ser um pragmático assumido, o Coelho tem uma base que mescla experiência de Leandro Guerreiro e Mancini à juventude do promissor Richarlison.
Bahia (24PG), Náutico (24PG), Vitória (23PG), Paysandu (22PG), Sampaio Corrêa (21PG) e Macaé (21PG) estão no páreo e hoje, mesmo com medo de palpitar, digo que as vagas para a Série A de 2016 ficarão entre estes oito. E repito, com medo de palpitar. Até por que, não dá nem para dizer que a Série B seguirá equilibrada, já que ela parece extremamente avessa à diagnósticos precoces...
segunda-feira, 13 de julho de 2015
A Série B está saindo mais equilibrada que a encomenda
SOBRE O AUTOR

Lucas Valério
Jornalista formado em 2009 pela Universidade Paulista, repórter do jornal O Impacto, setorista do Mogi Mirim EC, narrador da Rádio Clube. Apaixonado por esporte. Viciado em futebol.
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