Desde antes da Série B adotei a postura de que era necessária uma ampla mudança no elenco do Mogi. A prioridade seria a chegada de atletas experientes, para conduzir o Mogi em uma divisão em que o clube se desacostumou a jogar. Uma série que a cada ano está mais equilibrada.
Após 11 rodadas, o Mogi Mirim contratou 14 jogadores e ganhou dois que não disputaram o Paulistão, mas tinham contrato: Rivaldo e Romarinho. Dos 14 contratados, 11 já deixaram o clube. Algumas peças importantes no Paulistão, como Magrão, Wagner e Vitinho estão afastados. Valdir, lesionado, só volta em 2016. E há ainda a expectativa pelas voltas de Everton Heleno e Thomas Anderson. Dados postos, vai aqui uma breve análise sobre o elenco mogiano que, na minha visão, hoje precisa apenas de um substituto à altura para Magrão.
GOL
Uma posição muito bem servida. Daniel é um bom goleiro, que precisa apenas evoluir nas saídas pelo alto. Embaixo das traves, já salvou o Mogi inúmeras vezes em 2015. Mauro é um reserva de luxo. Apesar da idade, foi muito bem na Série C em 2014. Mauro também tem sido importante para o grupo, já foi até preparador de goleiros em alguns jogos e é um espelho importante para o jovem André, menino com carreira promissora.
LATERAIS
É uma posição bem servida, apesar da má fase de Leonardo, na esquerda. Insisto na tese de que as falhas do camisa 6 aconteceram, em muito, pela exposição tática da equipe e que ele renderia muito bem mais avançado, como ala, em um 3-5-2. Aliás, até Edson Ratinho cresceria. Porém, com a partida de muita personalidade feita na terça, contra o Náutico, dá para dizer que o Mogi ganhou um reforço para a posição. Aliás, Luan merece ser mantido como titular. Na direita, uma pena a lesão de Valdir. Eu apostaria no Biel como suplente, mas, o menino, de atuações seguras no sub20, precisará convencer Sérgio Guedes de que tem cacife para repor eventuais ausências de Ratinho.
ZAGA
Esta posição é problemática. Fábio Sanches é o único que transmite segurança para a torcida. Alex Moraes fez partidas ruins e Renato Camilo até demonstrou potencial, mas é um legítimo zagueiro destro e está perdido pela esquerda. Quem poderia atuar por lá é Wagner, mas, com um possível pré-contrato assinado com o Atlético-PR, ele foi afastado. Não considero uma posição de carência emergencial porque duas peças chegaram. Paulão já ficou no banco contra o Náutico, é experiente e, de estiver bem fisicamente, pode atuar ao lado de Sanches. A diretoria também vai anunciar a contratação de João Paulo, zagueiro canhoto, com passagem pelo futebol português e que estava no Oeste. Antes de cobrar a chegada de novos beques, vou aguardar o desempenho destes dois. Ah, também gostei de Henrique Motta na posição. Como a 'volância' é a posição mais recheada, dá até para sacrificá-lo mais recuado ou, como líbero em um 3-5-2 que eu insisto, apesar de crer a cada rodada que Guedes buscará equilíbrio entre defesa e meio sem apelar para o esquema de três zagueiros.
MEIO-CAMPO
Um setor dividido em duas partes. Entre os homens de combate, o Mogi conta com Magal, Henrique Motta, Romarinho, Hygor e agora Memo, ex-Santa Cruz e Ponte Preta. A dupla Magal-Motta tem evoluído, mas, gostaria de ver Léo Bartholo com uma sequência de jogos. O volante tem uma saída de bola muito qualificada e, se conseguir ser um combatente tão eficaz quanto é como distribuidor de bolas, poderá ajeitar o meio-campo de vez.
Bartholo entra até na segunda parte da análise do meio-campo. A posição mais carente do Mogi Mirim desde a saída de Aloísio é a armação. E olha que o atual meia do Macaé nem foi tão espetacular assim, mas, em 2013, foi importante com assistências e gols. Rivaldo agora pode ser este cara. Uma peça que nem Rivaldo foi em 2014, no Paulistão. A partida que o camisa 10 fez contra o Náutico foi a melhor desde que retornou. Não sei se estava motivado pelas declarações de Marino (que disse não conhecer Rivaldo) ou pela situação atual do clube. Mas, a criação de jogadas de Rivaldo foi importante. Ainda não sei o resultado do GPS, mas aposto que ele correu uns 7,5 quilômetros nos 68 minutos em que ficou em campo.
Os passes rápidos, os lançamentos, cansaram a defesa do Náutico. é óbvio que Rivaldo não jogará todas as partidas. Aos 43 anos, atuar a cada três dias é impossível. Mas, parece que o 10, experiente e que causa uma travada no rival, parece que finalmente chegou. Quando Rivaldo não jogar, espero que Gustavo seja o elétrico dos jogos contra Paraná e Náutico e não o sonolento e irritante meia que só passeou contra Vitória e CRB. Gustavo e Bartholo, inspirados, podem fazer com que Vitinho não seja uma baixa importante. O elenco ainda tem dois meias com estilo de 'motorzinho'. Elvis e Franco. Porém, ambos não conseguiram embalar no Mogi.
ATAQUE
Outra posição em que divido em duas partes. Pelos corredores, o Mogi finalmente está bem servido. Bruno Veiga é um atacante móbil, insinuante. Quando ganhar entrosamento de vez, será peça importante. Geovane também tem qualidade, mas precisa ser mais regular, aparecer mais. Serginho ganhou confiança após o partidaço contra o Náutico. Tem o carinho da torcida, bons números pelo clube (11 gols) e é outra peça que pode render bem pelos lados. O elenco ainda tem Thomas Anderson e Junior Juazeiro, que gostam de atuar pelos lados, mas que podem render bem como 'falsos 9'. Mas, por falar em centroavante, o elenco é carente neste setor. Magrão foi afastado pela queda de rendimento. O atacante também não assimilou bem a perda da vaga de titular. Uma insatisfação até certo ponto compreensível.
A torcida pega no pé do atacante, mas ele é o melhor homem de referência do grupo. Em 2014, foi essencial quando o time flertou contra o rebaixamento. Os gols contra Paulista e Ponte Preta foram de quem sabe o que faz na área. Magrão ainda foi muito bem no início do Paulistão, com cinco gols em seis jogos. Mas parou ali. Um fato que pesa contra Magrão na relação com a torcida foram os poucos gols em casa. Dos 11 marcados pelo Sapo, apenas dois foram no Romildo Ferreira. Mesmo assim, Magrão ainda é o artilheiro do time ano. Foi o artilheiro do Sapo em 2014 mesmo jogando apenas uma fatia do primeiro semestre. Ou seja, precisa de substituto. Rivaldo Júnior tem qualidade, sabe finalizar e fazer o pivô, mas ainda é dominado facilmente pelos defensores. Matheus Ortigoza é brigador, fez bom jogo contra o Náutico, mas nunca teve números elevados. Sei que não é fácil pagar por um 9, posição que costuma cobrar alto. Mas, se houver a chance de trazer um centroavante do porte de um Robert (hoje no Vitória), Anderson Aquino (Santa Cruz) ou Zé Carlos (CRB), o Mogi subirá um degrau importante. As bolas que quicam maliciosas na área não sairão impunes. O Mogi precisa de um centroavante que não perdoe. Um Magrão que caia nas graças da torcida.
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