Nunca na história deste continente se viu um mercado tão agitado. As negociações movimentaram dólares, euros e principalmente o fanatismo dos torcedores. O principal caso é o de Tevez. Assisti a apresentação do atacante ao Boca Juniors na noite desta segunda-feira (13). Uma festa espetacular! 50 mil xeneizes foram a La Bombonera recepcionar o ídolo de fato, não de papo. Tevez, é óbvio, não jogará de graça. Porém, tinha mercado para ganhar muito mais na Europa e mesmo assim decidiu voltar para casa.
Para quem não acompanhou a temporada recente de Tevez pela Juventus, eis alguns exemplo. O argentino jogou tão bem pela Vecchia Signora que sua volta só poderia ser comparada à uma teórica volta de Kaká, ao São Paulo, em 2008. De Maradona, ao Boca, em 1986. De Ronaldo, ainda fenômeno, em 1998, ao Cruzeiro. De Ronaldinho Gaúcho, em 2006, ao Grêmio. De Neymar, em 2016, ao Santos. Tevez voltou no auge, aos 31 anos, irá fazer o Boca ganhar dinheiro e, quem sabe, títulos.
Um dos concorrentes será o River Plate, que também repatriou ídolos. A diferença é que Pablo Aimar, Javier Saviola e o ótimo Lucho González tiveram suas grandes fases há alguns bons anos. Mesmo assim, a idolatria dos millionários pode inflar o futebol do trio, reviver o que já fez Diego Milito, no Racing, e ajudarem o River na luta, principalmente, pela Libertadores que eles não conseguiram na primeira passagem.
Outra relação de idolatria deste mercado tem Diego Forlán como peça-chave. O uruguaio fechou com o Peñarol, clube pelo qual o pai brilhou e ele sempre nutriu um carinho especial. Jamais teve destaque no clube aurinegro. Surgiu no argentino Independiente, brilhou no Atlético de Madrid e começou a definhar da Internazionale em diante. Foi pífio no Inter-RS, mas tem tudo para ser ao Peñarol o que o compatriota Recoba foi para o Nacional.
Por falar em uruguaio, Diego Lugano poderia ter voltado ao Nacional. Ou ao São Paulo. Mas, na volta à América, acertou com o Cerro Porteño. Uma notícia que pegou muitos de surpresa, mas será interessante ver o defensor, sempre raçudo, em um clube identificado com a raça. Ainda aqui na América, a transação mais emblemática até aqui é que envolve Ronaldinho Gaúcho. Bem diferente de Tevez, o ex-10 do Barça está cada vez mais relacionado ao dinheiro. Não há amor ao Fluminense, que sabe disso e espera ganhar justamente com o marketing. Será legal ver Ronaldinho com grená, verde e branco. Como já foi preto e vermelho. Preto e branco. Preto, branco e azul. Azul e grená. Azul, vermelho e branco. E por aí continuará...
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