AUTOR: JOÃO GONÇALVES | FOTO: RAFAEL BERTANHA / FUTURA PRESS
Hoje é dia de fazer “mea culpa”.Da mesma forma que é dever da crítica apontar os erros, é obrigatório reconhecer sua próprias falhas. E eu errei. Errei na avaliação da montagem do elenco, na valorização prévia de alguns jogadores do Sapo. Me deixei levar pelo curriculum, pela história que eles mesmos construíram dentro do futebol. Vou dar alguns exemplos. Na lateral direita o Mogi tinha, ao meu ver, dois bons nomes. Wendel, ex-Palmeiras e Alex Reinaldo, ex-Avaí e São Bento. Para Wendel pesa a idade, a falta de condicionamento físico, de força. Sempre foi um jogador médio e um jogador médio sem perna se torna um jogador ruim. Alex Reinaldo surgiu muito bem no Barbarense, o ano passado foi o melhor lateral direito do interior atuando pelo São Bento e ainda que sejam apenas dois jogos não demonstrou um rendimento tão acima de seu concorrente.
Na zaga Renato Santos era capitão na penúltima campanha de acesso do Avaí à Série A. Chamou tanto a atenção que foi negociado com o Flamengo. Na Gávea não vingou. Bruno Costa foi durante mais de um ano zagueiro/ lateral esquerdo titular do Atlético Paranaense. Quando foi anunciado pelo Mogi, liguei para um amigo repórter da Globo.com em Curitiba e ele me disse com todas as letras: “Saiu odiado pela torcida, falhou em alguns jogos e não tem ficado nem no banco”. Mas achei que poderia ajudar o Sapo. Saimon, ainda jovem vindo da base do Grêmio, chegou a frequentar seleções de base do Brasil. Ainda que seja o melhor da zaga, não está sendo suficiente.
Josa é campeão paulista. Ganhou pelo Ituano com Doriva a dois anos. Porque não poderia ser bom para o Mogi? Neto foi o destaque do bom time do Luverdense na Série B do Brasileiro. Porque não poderia ser útil? Bruno Teles até outro dia era lateral esquerdo do Vasco. Deretti também já foi tido como jovem de futuro. Comprado a peso de ouro pelo Grêmio junto ao Figueirense. Não ficou exatamente por várias sérias contusões como a de hoje. Lulinha era tido por todos no Corinthians e nas seleções de base como craque. Nunca foi. Mas o ano passado foi bem pelo Red Bull no Paulista 2015. Aqui nada indicava que seria discreto. No ataque sim, um problema cantado desde que a vinda de Bruno Mineiro não se confirmou. O time não tem um fazedor de gol.
Me lembro de uma conversa com Toninho Cecílio na qual ele explicou a ideia da montagem do grupo. Não me lembro se exatamente com essas palavras, mas ele disse mais ou menos assim: “Estou montando um elenco com gente que quer retomar seu lugar no futebol, gente que está em baixa e que quer retomar a carreira”. Me pareceu uma boa fórmula para quem não pode competir com os grandes. E as observações que faço acima dão a certeza de que houve um raciocínio na escolha de atletas. Não deu certo Toninho errou e eu errei com ele porque assinei embaixo de muitos desses nomes. É claro, tem muito mais caroço nesse angú. Mas hoje era dia de fazer o “mea culpa”. Questão de justiça.
segunda-feira, 28 de março de 2016
Mogi 0 x 3 Novorizontino: A tampa no caixão do elenco supervalorizado
SOBRE O AUTOR

Lucas Valério
Jornalista formado em 2009 pela Universidade Paulista, repórter do jornal O Impacto, setorista do Mogi Mirim EC, narrador da Rádio Clube. Apaixonado por esporte. Viciado em futebol.
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