segunda-feira, 4 de abril de 2016

Passou da hora de mudar tudo na Esportiva Itapirense

A Esportiva Itapirense está rebaixada para a Segunda Divisão. A Vermelhinha perdeu por 3 a 1 para o Grêmio Osasco na manhã deste domingo (3) e decretou seu retorno ao último nível do futebol paulista. Em 2017 a Esportiva volta a jogar a Segunda Divisão, competição que disputou pela última vez em 2007, ano do histórico acesso. Um feito que tinha figuras que permanecem no clube até hoje. E passou da hora de mudar tudo na Esportiva Itapirense.

Nestas nove temporadas na chamada Primeira Divisão de São Paulo (oito anos na A3 e um na A2), a Vermelhinha criou um certo respeito entre concorrentes e profissionais. Porém, há anos, as sucessões de erros e fatos amadores negativaram esta imagem. Teve cai-cai, brigas, atraso no pagamento de atletas e técnicos. Estas mudanças precisam começar pelas pessoas. Respeito os feitos e a dedicação diária de figuras como o presidente Luiz Marcos de Paula, o gerente Sandro Candreva e o atual 'faz-tudo' e ex-técnico Paulinho Ceará.

Dizer que não foram importantes na história do clube é querer confrontar a história. Merecem sempre ter o trabalho reconhecido, como nos acessos de 2007 e 2013. Aconteceram também muitas falhas. Um amadorismo que arranhou a imagem perante patrocinadores, empresários locais que ajudavam o clube a sobreviver. Mas, mesmo que não houvessem esses erros, há um fato. É hora de mudar. Finalizar um ciclo é algo natural na vida de pessoas, empresas e instituições. É hora de oxigenar o comando. Novas ideias precisam ser colocadas em prática. Não há clube que sobreviva de forma saudável com as mesmas figuras no comando. O Palmeiras afundou com o antes eterno Mustafá Contursi e ainda vive respingos de sua era. Como o Corinthians viveu auge e fundo do poço com Alberto Dualib. Milton Cruz foi importante demais na história recente do São Paulo, mas, seu tempo acabou. Eternos dirigentes de federações, da CBF ou da Fifa são outros exemplos de que o continuísmo não faz bem.

Mas quem deve assumir? Se houver a troca destas peças é necessária a entrada de pessoas com bagagem, mas que estejam fora deste vício. Em suma, passou da hora de Itapira abraçar seu clube profissional. Uma cidade que respira tanto esporte precisa valorizar o escudo que carrega a bandeira e o nome do gentílico da cidade para todo o Estado. Em primeiro lugar, a função de presidente precisa ficar na mão de alguém de honestidade incontestável. De sucesso administrativo. Não precisa ser necessariamente 'da bola'. Basta gerir com profissionalismo e decência e delegar a quem entende de futebol as funções que devem ficar com quem entende de futebol. A comunidade em geral precisa aprovar. Porque a Esportiva precisa deixar de ser o bem para poucos.

A Esportiva pode, inclusive, deixar de ser, simplesmente, uma sociedade de futebol. Seu nome diz, és esportiva. Mais do que um time de Série A1 (sonho cada vez mais distante), a Vermelhinha precisa ser símbolo de evolução social. Os projetos que envolvam crianças e jovens precisam ir além dos desenvolvidos atualmente. Do sub9 ao sub20, os itapirenses precisam começar a gostar de defender esta bandeira. E porque não, passo a passo, criar um time de basquete? de vôlei? atletismo! O futebol pode ser o norte principal, porém, a Esportiva é de Itapira. Uma cidade que, repito, respira esporte.

Nesta sugestão que pode parecer megalomaníaca para alguns, indico que a área em que está o estádio seja batizada de Complexo Esportivo Hideraldo Luiz Bellini. Ou Complexo Professor José Barreto. O estádio segue como Chico Vieira, assim como o ginásio Benedito Alves Lima não mudaria seu nome. Mas, com uma integração de nomenclatura, todo aquele espaço se tornaria, de fato, o grande coração do esporte itapirense. A Esportiva, como símbolo desta nova fase, emprestaria seu escudo para as equipes de basquete, vôlei, handebol. Hoje não enxergo possibilidade desta união. Talvez quem já esteja dedicando uma vida a estas modalidades não veja com bons olhos a ideia. Mas, se a comunidade abraçar a Esportiva e ela ficar nas mãos de pessoas sérias, é um projeto a ser tratado com carinho.

Vale ressaltar que a área citada é pública. E justamente por isso que é importante que todo o cidadão se sinta envolvido. Enquanto não há potencial financeiro para se construir uma sede (algo muito importante), é preciso respeitar a população em geral. Desde o apaixonado por futebol até o amante de corrida de rua. Itapira não tem nem 80 mil habitantes, mas, quase todos, tem, de alguma forma, uma relação com o esporte. É esta chama que deve ser aproveitada no pior momento da Esportiva Itapirense em 10 anos. Não dizem que é na crise que surgem as oportunidades? É hora de Itapira mudar a Esportiva. Para quem sabe, um dia, a Esportiva mudar a história de Itapira. É uma hora triste para quem gosta da Vermelhinha. Mas que pode ser uma hora boa se houver envolvimento de boas pessoas. De bons profissionais. Com mãos sérias pode surgir um renascimento que, talvez, sem rebaixamento, ficaria apenas no sonho de alguns insanos como eu. Desejo que a Vermelhinha não caia nas mãos de oportunistas para que o verbo cair não se torne uma rotina.

SOBRE A DEGOLA - A Esportiva não fez a sua parte, é verdade. Falhou na escolha dos parceiros, falhou na execução de tarefas simples, do dia a dia. Pagamento, estrutura física. De qualquer modo o WO do Fernandópolis contra o São José manchou a última rodada da Série A3. Sem o jogo a vida da Esportiva, mesmo antes de entrar em campo, já havia sido abalada. Uma eventual motivação já não alcançaria o mesmo ápice. Para minimizar, o outro São José empatou e rebaixado o arquirrival, que, mesmo com o WO, caiu para a Segunda Divisão junto com a Esportiva, Guaratinguetá, Primavera, Fernandópolis e Grêmio Barueri. 

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