segunda-feira, 11 de abril de 2016

O Mogi Mirim precisa se reinventar e ser o grande nas divisões menores


CRÉDITO DA IMAGEM: CÉSAR GREGO/AG. PALMEIRAS


A última rodada da primeira fase do Paulistão confirmou o rebaixamento do Mogi Mirim para a Série A2. Confirmou a expectativa de muitos mogianos antes mesmo do início da pré-temporada. A horrorosa participação na Série B do Brasileiro e a queda de braço entre Luiz Henrique de Oliveira e Victor Manuel Simões já indicava um estadual nebuloso. Com descenso.

A briga entre Oliveira e Simões é sim a grande responsável pelo que aconteceu neste domingo. Não foram os erros de Gabriel Dias (na saída de bola no gol de Alecsandro ou ao perder gol certo quando estava 1 a 1). Não foram os erros de Toninho Cecílio e Flávio Araújo na escalação da equipe. O primeiro, por exemplo, insistiu com Wendel como ala e demorou a enxergar o que Araújo lamenta ter demorado duas semanas. Jogar com três zagueiros.

Os erros de atletas e da comissão técnica compõem a lista de motivações para a queda. Porém, ninguém pode negar que a culpa maior é de quem administra. Erros que começaram antes, já com Rivaldo e que se agravaram na mão de Oliveira. O principal deles é a falta de alguém que entenda de futebol para comandar o futebol. A contratação de um diretor de futebol que conheça o mercado e os meandros do 'Mundo da Bola' é essencial. Como também é vital que os dirigentes sejam humildes.

Oliveira e seus filhos precisam reconhecer todos os passos errados e não terceirizar nenhuma culpa pelo rebaixamento. É preciso assumir que a falta de experiência, de traquejo proporcionou este inédito bi-rebaixamento. Duas quedas seguidas é tão atípico que feriu demais o ego do mogimiriano. Os números destas campanhas dão solidez à tese de culpa maior dos dirigentes. De Rivaldo a Oliveira, repito. Desde a Série B o Sapo teve dois presidentes. E mais de 70 jogadores diferentes. E seis treinadores efetivos. Repetiu-se muito menos na alta cúpula que no baixo clero. E mesmo assim a engrenagem só enrosca.

Os rebaixamentos precisam servir de lição. Nada daquele discurso de "um desempenho para ser esquecido". As 31 derrotas nos últimos 53 jogos precisam ser marteladas na cabeça dos cabeças do clube. O torcedor, sempre escanteado, vibrou com apenas oito vitórias nestas campanhas de rebaixamento. E foram apenas três triunfos no Vail Chaves. Na próxima sexta-feira (15), Oliveira completa 10 meses de Mogi. Rebaixou muito mais o Sapo do que seus antecessores e precisa encontrar um jeito de reinventar. Precisa profissionalizar o departamento de futebol, inserir profissionais sérios na gestão do futebol. Acabar com o discurso teórico e tornar prático o departamento de marketing. Precisa tornar o Mogi Mirim o grande nas divisões menores.

Na Série C, contra equipes que estão atoladas nesta divisão há alguns anos, precisa ser protagonista. Não basta entrar para não cair. Ou para subir de divisão. O Mogi Mirim tem que lutar para ser campeão. Só assim há uma chance de reverter a relação com o torcedor. E, como Oliveira disse em sua primeira coletiva. "Precisamos de você, torcedor". É hora de mostrar que realmente precisa e dar a torcida condições de apoiar. Em 2017, na indesejada Série A2, o Sapo também tem a obrigação de ser protagonista. Há 30 anos, alguns heróis como Chicão e Oscarzinho começaram uma história que consolidou o Mogi como clube da elite. Foram 29 participações na Série A1 em 31 edições. As únicas ausências foram em 2007 e 2008. Até quando caiu, em 1994, foi campeão da A2 em 1995 e como o regulamento previa, jogou a A1 naquele mesmo ano. E quase foi para a final.

Este precisa ser o espírito. Caiu? Levanta! E seja maior, bem maior do que é hoje. Ou até do que já foi, por quê não? Mas, para tudo isso acontecer, é preciso que quem manda reconheça que está sendo pequeno. Que tem sido frágil e isto está fragilizando um clube forte. E esta humildade não precisa ser retratada em entrevistas. Ela precisa estar verdadeiramente fincada na consciência. Este é o ponto principal para que os dois passos dados para trás signifiquem 10 à frente no futuro. É hora de ser grande. 

3 comentários:

  1. Parabéns pelas acertivas palavras e pela ótima reflexão sobre a verdadeira culpa pela decadência do Mogi, clube que quem não é mogimiriano mas mora por aqui, aprendeu a amar.

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  2. Texto magnífico. Disse tudo que nós sentimos e gostaríamos de falar.
    Hoje os mogimirianos estão tristes, espero que a equipe gestora tenha aprendido com os sucessivos erros e não os cometa novamente.

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  3. Texto magnífico. Disse tudo que nós sentimos e gostaríamos de falar.
    Hoje os mogimirianos estão tristes, espero que a equipe gestora tenha aprendido com os sucessivos erros e não os cometa novamente.

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