No aniversário de 57 anos de Paulo Autuori o São Paulo evitou que houvesse sopro de velas por três meses de jejum no Brasileirão. A marca seria atingida na quinta-feira, 29, já que desde o mesmo dia de maio o Tricolor não sabia o que era ganhar pelo nacional. Foram 12 jogos de uma mistura de apatia, azar e principalmente incompetência. O melhor time do Brasil entre 2005 e 2006 ganhou outros títulos entre 2007 e 2008, brigou por taças em 2009 e 2010 e foi campeão ano passado de uma competição internacional importante, mas de seggundo escalão e que mascarou os diversos problemas internos e externos do São Paulo.
No domingo de muito sol no Morumbi uma luz surgiu para que a fase mais escura da história do São Paulo pudesse acabar. Nas escadarias do vestiário, uma camada de sal grosso para afastar a urucubaca e que, para os supersticiosos, terá de ser item obrigatório no materal esportivo carregado pelos roupeiros do clube. Em sua casa e com 55 mil anfitriões nas arquibancadas o São Paulo não foi espetacular, mas convenceu contra um Fluminense que vive problemas iguais ao do rival paulista. Em campo os principais destaques individuais foram Paulo Henrique Ganso e Rodrigo Caio. O meia deu mostras de que pode voltar a ser o jogador que muitos acham estar perdido em alguma vala da Vila Belmiro. Teve movimentação, chamou a responsabilidade e com toques de Ganso encontrou espaços na empelotada defesa fluminense.
Ganso também demonstrou a famosa pegada, roubou bolas, mas insisto. De nada adiantar ter no meia mais um bom marcador se ele não for decisivo onde deve ser. Esta raça é, por exemplo, uma virtude e necessidade de figuras como Rodrigo Caio. E o volante/zagueiro/lateral mais uma vez mostrou que não pode sair do time. Teve melhor desepenho na bola aérea do que o ex-colega Lúcio, Edson Silva ou o próprio parceiro de zaga Rafael Tolói. Por baixo também foi díficil passar pelo camisa 7 e com a entrada de Antonio Carlos lá atrás, Fabrício ou Wellington terão trabalho para se manter no meio.
Sinal verde dado o que fica em amarelo ainda são os buracos de Douglas na lateral, a necessidade de Jadson e Ganso estarem bem ao meso tempo e não hora um, hora outro. E no ataque, Aloísio, Osvaldo, Ademilson e Lucas Evangelista sofrem do mesmo problema. Entram bem durante o jogo, mas quando começam são peças nulas, seja com ou sem a companhia de Luís Fabiano. O camisa 9, aliás, é um caso a parte. Fez mais um gol de Fabuloso e sofreu novo cartão amarleo ao estilo. Suspenso, está fora do duelo com o Botafogo no Rio de Janeiro e o Tricolor vai precisar de muita mais do que sal grosso para vencer o vice-líder da Série-A.