Lucas Valério | Publicado em jornal O Impacto
Há quem ame estrada. Turistas, viajantes, caminhoneiros. “Cortar o estradão” ou “por o pé na estrada” são termos usuais para quem vive no “trecho”. Não é o caso de um time de futebol profissional. Atuar como mandante é sempre considerado o ideal. Não apenas pela atmosfera do próprio estádio, mas, por já conhecer seus atalhos e, principalmente, por não se expor aos desgastes físicos das viagens. Normalmente, há, no máximo, dois jogos como visitante em sequência. O Linense, rival do Sapo, sofreu com o aumento deste critério. A tabela da Série A1 foi alterada e o Elefante ficou hospedado em Limeira para enfrentar o Palmeiras em São Paulo e o Mogi Mirim, no Vail Chaves. No domingo, nova viagem, desta vez para São Bernardo do Campo.
O período longe de casa só não será maior que o enfrentado pelo Mogi Mirim a partir deste sábado (20). O Sapo enfrenta o Capivariano, às 17h00, na Arena Capivari e abre uma série que terá ainda Santos e São Paulo na capital e Botafogo em Ribeirão Preto. Como a tendência é jogar e voltar para Mogi, o Sapo percorrerá uma distância de aproximadamente 1.200 quilômetros entre idas e vindas.
Serão mais de 13 horas na estrada e 24 dias longe do estádio Vail Chaves. Além do desgaste físico, o Sapo realça as dificuldades de buscar pontos como visitante, principalmente após perder cinco pontos em seu território. Porém, para Toninho Cecílio, não há como fugir da luta.
“Eu vou ter que buscar resultado fora, isso é imprescindível. E bons resultados. Não vou traçar meta”. O treinador já foi logo descartando a tradicional estimativa de pontos. Ele afirmou, se o time vai disputar os três pontos, não há motivo para traçar menos do que quatro vitórias nos quatro jogos. “Seria covardia querer menos do que isso. Não estou dizendo que vai ser fácil, que vamos lá e vamos conseguir quatro vitórias, mas colocar metas é uma auto limitação que eu nunca entendi”. O treinador lembrou, inclusive, da campanha de 2010, pelo Grêmio Prudente, quando obteve oito vitórias seguidas. “Lógico que é muito difícil, não se repetiiu, mas não posso colocar limitação”. O discurso já está em sintonia com o grupo. O volante Gabriel Dias afirmou que o Sapo vai buscar as quatro vitórias, mesmo contra os grandes no Pacaembu.
“Lógico que fora tem que ter atenção maior, mas temos esta arma de defender e sair no contra-ataque”, destacou. Sobre o Capivariano, Dias rasgou elogios e disse que a posição na tabela, último colocado, esconde as reais condições do Leão da Sorocabana. Já Toninho Cecílio foi além e destacou as variantes que cada partida proporciona. “Às vezes, a leitura que a gente faz é de que o Capivariano jogando em casa, com estreia de treinador, às 16h00, com sol, pode ser um jogo até mais difícil do que contra o São Paulo”. Cecílio afirmou que não dá para fazer previsões e alertou sobre a batalha que está por vir.
“A gente está na guerra desde a primeira rodada também. É preciso entender a mudança de treinador também, conheço o Roberto Fernandes e sei que ele motiva, ele muda ambiente, ele trabalha. Então vamos agora, já estamos com vídeos dos jogos do Capivariano e vamos trabalhar isso”. É com este pensamento que o treinador tem manter o discurso de jogar cada jogo, sem previsões a longo prazo. “A sequência ela é difícil, com dois times grandes. Mas, eu vou jogo a jogo e porque? Porque a cada final de partida, você tem uma leitura do que fazer para a próxima. O resultado anterior influência para o próximo jogo. A leitura do campeonato, dos momentos, depende muito de como você está na tabela também”.
TIMES - Toninho Cecílio não deu pistas, mais uma vez, sobre a formação que colocará em campo. Diante do Capivariano, a tendência é de que a sobrecarga de dois jogos em quatro dias influencie mais na decisão do que a parte técnica, por exemplo. Lulinha, que estreou no domingo, 14, e atuou também na quarta-feira, pode ser poupado. Gustavo e Jean Deretti são os favoritos para a vaga. Já o volante Bruninho, que deixou o gramado com dores nas costas, foi reavaliado e pode ser preterido por Josa. Keké e Renato Santos também preocupam, mas, devem ser mantidos na equipe. O Mogi Mirim não tem nenhum jogador suspenso para o confronto.
O Capivariano é o último colocado da Série A1, com apenas um ponto conquistado em quatro jogos. O único empate ocorreu na rodada de estreia, contra o Rio Claro: 2 a 2. Em casa, perdeu para o Red Bull Brasil por 2 a 0 e como visitante voltou a perder. O Corinthians o venceu por 2 a 1 e o Água Santa goleou por 4 a 1. O técnico Evaristo Piza foi desligado na segunda-feira, 15, e dois dias depois Roberto Fernandes foi apresentado para a vaga. O treinador possui quatro títulos estaduais na carreira e passagens por agremiações como Ituano, Brasiliense, Atlético-PR e Náutico. Em sua chegada a Capivari, o técnico não deu pistas sobre o time que enfrentará o Mogi, porém, explicou como costuma escalar suas equipes.
“Normalmente eu monto meus times no 4-3-3 agressivo, não com três volantes, mas com um volante e dois meias. Foi assim em 70% das equipes que trabalhei e pretendo implantar no Capivariano. Espero uma postura diferente, em cima de uma expectativa que o torcedor pode ter. O grupo mostrou que pode render algo. A meta é reverter essa instabilidade”, destacou. Dono da 15ª melhor média (2.900) de público no estadual do ano passado, o Leão da Sorocabana terá o apoio da Federação Paulista de Futebol no jogo desta tarde. A entidade realizará a campanha ‘Futebol Sustentável’ e três mil ingressos serão trocados por garrafas pet. Em sua primeira partida em casa, contra o Red Bull, o Capivariano cobrou R$ 50 pelo ingresso mais caro (R$ 25 pela meia-entrada) e R$ 40 no mais barato (R$ 20 a meia).
0 comentários:
Postar um comentário