domingo, 24 de abril de 2016

Audax 4 x 3 Leicester - Estudo tático e trabalho na épica final do Mundial de Clubes

A épica caminhada do Grêmio Osasco Audax rumo ao topo do futebol mundial alcançou seu mais alto patamar. Na manhã deste domingo, 18 de dezembro, o clube da Grande São Paulo venceu o Leicester por 4 a 3 e faturou o Mundial de Clubes da Fifa. Tchê Tchê, Bruno Paulo, Ytalo e Velicka marcaram os gols do clube brasileiro e Vardy, Morgan e Mahrez anotaram os tentos ingleses. 

A vitória em Yokohama completa um ciclo de títulos que começou em 2016, com o Campeonato Paulista. Na mesma temporada o Audácioso venceu a Série-D do Brasileiro, em 2017 conquistou a Copa do Brasil e em agosto, após vitória sobre a Chapecoense, alcançou o inédito título da Copa Libertadores da América. Já os Foxes caíram pela primeira vez em uma final após se consolidar entre as principais forças europeias. Campeões ingleses em 2015/2016, os comandados de Claudio Ranieri venceram a Liga dos Campeões em 2016/2017 e 2017/2018, o que os transformou nos primeiros bicampeões europeus desde o Milan de 1989 e 1990.

Em campo, a marcação intensa do Leicester ficou clara desde o começo, com o avanço da linha formada por Fuchs, Schullp, Drinkwater e Kanté. Vardy e Okazaki tiveram dificuldades em inflitrar na defesa do Audax, sobretudo pelo posicionamento de André Castro, Francis e Bruno Silva. Velicka e Tchê Tchê se revezaram nos avanços ao ataque e a rotatividade do meio-campo, com Bruno Paulo e Mike abertos nas marginais e Juninho flutuando atrás de Ytalo complicou a vida de Huth e Morgan.

O primeiro gol do jogo foi marcado por Tchê Tchê, aos 15 minutos do primeiro tempo, após bela tabela com Mike. O Leicester empatou em jogada bem construída por Mahrez e que teve a fria conclusão de Vardy. O camisa 9 dos Foxes virou o jogo após contra-ataque puxado por Okazaki e uma conclusão precisa, que encobriu Sidão. Com grandes chances dos dois lados travadas por Sidão e Schmeichel, o confronto foi para os vestiários com a vantagem britânica. Na volta do intervalo, Fernando Diniz fez duas mudanças. Sacou os defensores Bruno Silva e Camacho e lançou o Audax à frente com Wellington e Márcio Diogo.

A estratégia funcionou. Aos 6 minutos, após triangulação abrir a defesa do Leicester, Bruno Paulo empatou. Ytalo repôs o Audax em vantagem aos 13, em cabeçada de manual executada após cruzamento de Tchê Tchê. Apesar da vantagem, o Audax manteve a postura habitual, com ofensividade e posse de bola. O Leicester, fã de rivais com esta tática, aproveitou de novo contra-ataque didático e empatou, aos 26 minutos, com Vardy. O Leicester quase virou aos 34, com Huth e aos 39, com Kanté. Porém, aos 44 minutos, após tabela rápida pela esquerda, o zagueiro/lateral/volante Velicka invadiu a área do Leicester e marcou o gol da vitória brasileira.

O título do Audax acabou com uma série de sete anos de jejum sulamericano no Mundial de Clubes. Após a taça do Corinthians, em 2012, Bayern (2013), Real Madrid (2014), Barcelona (2015), Atlético de Madrid (2016) e Leicester (2017) deixaram o troféu em solo europeu. O feito do Audax fez a imprensa internacional se render ao estilo de jogo da equipe vermelha. "O Brasil também entende de tática". O Daily Mirror afirmou que o confronto entre Audax e Leicester confirmou uma nova tendência no futebol. "Dinheiro não é tudo. Isto é futebol".

DEVANEIO -
Sim, viajei. Apesar desta torcida não ser somente minha e apostar que há muitos viciados em futebol loucos por um enredo destes, é quase impossível imaginar que este roteiro não seja uma simples ficção. Assim como era quase impossível imaginar um atropelo do Audax sobre o São Paulo e um duelo tático tão equilibrado e a eliminação de um dos melhores times do país dentro de sua temida casa. Como era impossível imaginar o Leicester campeão ou vice de uma Premier League de ricos e poderosos Chelsea, Manchester City, Manchester United.

Alcançar as taças e decorar a sala de troféus será a melhor maneira para Audax e Leicester City não se tornarem meras réplicas da estupenda Seleção de 1982. Em um mundo competitivo em todos os setores da sociedade, exigimos sempre o máximo. Audax e Leicester já garantiram aos fascinados por futebol sua faceta mais mágica. Nos fazer acreditar que são capazes de ir além do improvável. Diniz e Ranieri construíram trajetórias inimagináveis através do trabalho. Da repetição.

Diniz muito mais, já que desde que o Audax nem era de Osasco ele já aplicava suas ideias. Há quem reduza seus méritos ao dizer que não daria certo em time grande. Há quem exagere e o peça na Seleção. Eu prefiro apenas viver o presente e me divertir com uma proposta que se transformou em realidade. Diniz e seu Audax. Ranieri e seu Leicester. Exemplos de que o trabalho supera o impossível. Raras exceções que podem transformar a minha insana história em texto visionário.  

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