sábado, 16 de abril de 2016

Nome de Leston não é dos piores. Nem dos melhores...


CRÉDITO DA IMAGEM: MARCELO GOTTI | MOGI MIRIM EC

Satirizar nomes é comum em várias fases da vida do brasileiro e o futebol é um adorador desta prática. Pauteiros em época de Copa São Paulo são PHD's no assunto. Desde que não haja maldade (como é no bullying) não há problemas. Há quem ame mais o apelido do que o próprio nome. A contratação de Leston Júnior como novo técnico do Mogi Mirim gerou uma pitada de preconceito. Não me eximo de culpa aqui neste post, já que minha cabeça automaticamente associou Leston a Neston. Outra brincadeira fiz no título deste post, por pior que seja o nível do trocadilho.

O ponto principal na chegada de Leston Júnior é que não é tempo de brincadeira no Mogi Mirim. A contratação de um técnico desconhecido para a maioria gera ainda mais desconfiança em um momento de instabilidade e de ego ferido. É mais do que necessária a reconstrução da auto-confiança no clube e em seus adeptos. E o nome de Leston não é dos piores. Nem dos melhores. É uma aposta com viés de risco. Já que toda contratação é aposta. (Lembrem que várias estrelas já foram desastres um dia...)

Antes de analisar a chegada do novo é preciso falar do que passou. A começar pela incrível marca de sete técnicos desligados em 12 meses. Claudinho, Edinho, Aílton, Guedes, Goiano, Cecílio e Araújo. É muita gente. Sobre Araújo, a saída se deu muito mais pela discordância do treinador com a proposta apresentada pelo clube para a permanência do que pela avaliação do trabalho. Até porque, sendo simplista, o técnico pegou um trabalho completamente moldado à feição de Toninho Cecílio e se virou, sobretudo após encaixar o esquema com três zagueiros.

Nesta nova passagem de bastão o Mogi acertou ao ser ágil. Foi por perder tempo na montagem e na pré-temporada para o Paulistão que ocorreu a queda para a Série A2. A saída de Araújo poderia comprometer o benefício do tempo livre e a reposição foi rápida. Também é preciso deixar o discurso de continuidade técnica de lado e passar a fazê-lo na prática. Leston precisa de mais paciência do que Rivaldo, por exemplo, teve com Edinho em 2015. Se serão dados quase 40 dias para Leston criar o 'seu Mogi Mirim', que seja tudo feito com rito profissional e dentro da concepção do profissional que administra o coração do clube de futebol: o futebol, oras!

A carreira de Leston Júnior é marcada por trabalhos na base de clubes tradicionais, como o Cruzeiro. Rodou em agremiações modestas do interior, como Olímpia e Internacional de Bebedouro até voltar à sua Minas Gerais e ganhar a oportunidade de treinar o Tupi, em março de 2015. Substituiu Felipe Surian e alcançou dois feitos. Fez a melhor campanha da Copa do Brasil na história do Galo Carijó, chegando à terceira fase e foi o responsável pelo acesso histórico do alvinegro para a Série B do Brasileiro. Ao todo foram 11 vitórias, nove empates e oito derrotas. Números equilibrados, que não devem decepcionar ou encantar. A passagem posterior, sim, é passível de adjetivação negativa.

Conversei com um colega da imprensa de Belém, Ronald Sales, do Diário do Pará Online. Foi na capital paraense que Leston fez seu último trabalho. No dia 28 de março o treinador foi desligado do Clube do Remo. "A crítica maior é que as indicações que ele fez não foram bem aqui. Uma decepção. Não conseguiu formar uma equipe. O trabalho anterior no Tupi não vingou em terras paraenses". A avaliação de quem acompanhou de perto a mais recente atuação de Leston liga o sinal de alerta. O Mogi terá o Leston de sucesso no Tupi ou a decepção do Remo? Usando uma expressão da moda, vai 'dar liga' no Vail Chaves? Ao torcedor resta usar uma das últimas cotas de paciência e torcer 

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