sábado, 2 de abril de 2016

Combinações de resultado: Algo que nunca deu certo para a Esportiva Itapirense

O torcedor itapirense está quase conformado. O rebaixamento para a Segunda Divisão parece iminente por inúmeros motivos. O amadorismo na administração (desde a falta de registro de atletas até o não pagamento de salários), o elenco com nível técnico e tático, muito, mas muito abaixo das últimas temporadas. Verdade seja dita e repetida, os jogadores lutaram contra as mais diversas adversidades.

Porém, contra números, é difícil lutar. A Esportiva passou 10 rodadas seguidas fora da zona de rebaixamento e retornou justamente em seu pior momento na competição. Três derrotas seguidas e nenhum gol em quatro jogos. As derrotas para Olímpia (2 a 0), Sertãozinho (1 a 0) e Rio Preto (4 a 0), além do empate com o São José (0 a 0) expuseram a faceta rebaixável de um clube que está prestes a completar 10 anos na chamada Primeira Divisão.

Além das estatísticas desfavoráveis nesta reta final, pesa ainda a necessidade de combinações de resultado e um tabu indigesto. Há 25 meses a Esportiva não vence como visitante. A última vez que a equipe ganhou foi no longínquo 1º de março de 2014. Já aconteceram 22 partidas desde então e a equipe soma 13 derrotas e 8 empates longe de seus domínios. São duas séries A3 sem ganhar como visitante! O único tabu a favor da Esportiva é contra o Grêmio Osasco. No último encontro, em 2013, a Vermelhinha venceu por 3 a 1 no Chico Vieira. Já o último duelo no Rochdale terminou vitória da Esportiva: 1 a 0, gol de Veiga.


Jogar no Rochdale, aliás, remete a mais uma má associação para o itapirense supersticioso. Desde 2009 a Esportiva tem chegado à última rodada com algo em jogo. Em 2010, 2013 e 2015, quando dependeu exclusivamente de suas forças, foi feliz. Há seis anos, com gol de Joel nos acréscimos a Itapirense fez 3 a 2 no Taubaté e escapou do rebaixamento. Já em 2013 bastava vencer a Internacional para subir para a A2 e o resultado foi conquistado no Chico Vieira. No ano passado foi a vez de precisar apenas ganhar da já rebaixada Esportiva Santacruzense e os 3 a 0 em casa garantiram a permanência do clube na A3.

AS COMBINAÇÕES QUE NÃO ACONTECERAM NA VIDA DA ESPORTIVA

Esta história de ‘depender dos outros’ começou em 2009, quando a Vermelhinha fez ótima Série A3. Com Juary e Ricardinho inspirados, a Esportiva chegou ao quadrangular semifinal com chances de acesso à A2. Porém, na penúltima rodada, empatou em 2 a 2 com o Osvaldo Cruz e foi para a última rodada com a necessidade de outros resultados para faturar o acesso. O Coelho até fez sua parte, venceu a Francana por 2 a 1 e foi a nove pontos. Porém, o Votoraty, que tinha sete, ganhou do já garantido Osvaldo Cruz por 4 a 1 e tirou da Itapirense a chance de subir de série.

Em 2011 o próprio Rochdale foi palco de mais um duelo sem final feliz. A Esportiva lutava pela classificação entre os quatro do seu grupo e foi para a última rodada em sétimo lugar, com 23 pontos. Apenas um ponto atrás do Taubaté, último time na zona de classificação. O duelo era contra o líder Grêmio Osasco, único já classificado. A Esportiva precisa vencer e torcer contra Inter de Limeira (olha ela aí), Taubaté, Flamengo ou Juventus.

O empate em 0 a 0 deixou a Vermelhinha na mesma posição. Na temporada seguinte o drama para avançar de fase era ainda maior. A Esportiva viajou até Americana para enfrentar o já classificado Rio Branco (líder assim como o GEO no ano anterior). A diferença para o oitavo colocado era de dois pontos e além de torcer pela derrota do Barretos, era preciso secar Juventus, São Bento e Sertãozinho. O Barretos perdeu. O Sertãozinho também. Porém, Juventus (avançou) e São Bento venceram. A Esportiva, porém, nem fez seu dever principal e apenas empatou com o Tigre, terminando a primeira fase na 14ª posição.

Após o acesso em 2013 veio a A2 de 2014. E o começo dos dramas. Após oscilar demais nas primeiras rodadas a equipe se firmou na zona de rebaixamento na reta final. Mesmo assim, o clube chegou à última rodada com chances de escapar. Com 17 pontos a Vermelhinha dividia a degola com Grêmio Osasco e Grêmio Barueri. Para escapar precisava vencer o Capivariano e torcer pela derrota de dois destes três clubes (situação muito parecida com a atual): Barueri (estava na degola), Rio Branco (tinha um ponto a mais) e São Caetano (tinha dois ponto a mais).

O Tigre venceu o Guarani e escapou. Porém, o Azulão caiu no clássico do ABC para o Santo André e o Abelha perdeu para o Red Bull por 2 a 1. Bastava uma vitória. No primeiro tempo, Silas marcou para o Capivariano e depois Adnan pegou pênalti do artilheiro. Na etapa final Roberto Jacaré chegou a empatar para a Esportiva. Foram 30 minutos em que apenas um gol seria suficiente para livrar a Itapirense da degola. Porém, como o Red Bull vencia, faltava um gol para o Leão, que marcou com George e Rodolfo, faturou o título, a vaga na Copa do Brasil e rebaixou a Esportiva. Depender dos outros é sempre uma agonia. Ter um péssimo retrospecto nestas situações já aumenta o pessimismo. Resta ver se, no domingo, a Vermelhinha reescreve a história e garante um capítulo de superação nunca visto desde a retomada do futebol profissional em Itapira.

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