sexta-feira, 1 de abril de 2016

O Mogi ainda briga pelo acesso à Série A1 de 2017


FOTOS: IMPACT PRODUÇÕES

O Mogi Mirim já caiu. Basta olhar a matemática e não contrariar a lógica. É simplesmente um exercício de análise do que passou para prever o que estar por vir. Por se sacramentar. O caso é idêntico a outros que já cravei aqui no Blog. O São Paulo de 2013, o Palmeiras de 2014 e o Vasco da Gama de 2015. Todos no Brasileirão. Os paulistas conquistaram o acesso. Os cariocas permaneceram na Série B.

É com esta ótica que digo. O Mogi é privilegiado. Diferente dos tantos times da Série A2, joga a própria A1 para subir. Enfrenta rivais mais qualificados, é verdade, mas ainda está ali. Respirando por aparelhos. Os cálculos para a fuga são simplistas. Vencer Ituano fora e Palmeiras em algum lugar (time corre risco de perder mando do último jogo e já estudava a possibilidade de vender o mando). Além dos triunfos precisa torcer contra alguns rivais.

É, inclusive, na ótica realista, mais fácil ver os concorrentes perderem do que o Mogi ganhando. Os números mostram que não há crítica maldosa no comentário. O Sapo jogou 13 partidas e venceu três. Jogará duas e vencerá duas? O Mogi não marcou gols em seis destes 13 jogos. Em sua partida mais produtiva, marcou três vezes. Aliás, foram os últimos gols caseiros. São mais de 300 minutos sem marcar no Vail Chaves. O time não tem poder de fogo, de reação e organização tática. Está fisicamente abaixo dos rivais devido aos atrasos da diretoria na montagem do elenco.

Os pecados dos gestores são os principais motivos para a iminente queda. Para já estar na A2 mesmo vivo na A1. Por jogar uma espécie de “Torneio da Morte”. Erros de planejamento, de administração e falta de conhecimento de futebol que serão pauta com ou sem a A1 em 2017. Antes, este post fala sobre a luta para estar nesta A1. Ressurgir após nove rodadas seguidas fadado a cair demandará um feito hercúleo. Épico. Com direito a uma festa que o clube merece, os torcedores fieis também e que colocará no embalo peças que aumentaram a distância do torcedor quando a promessa era de aproximar.

Para quem tem preguiça de calcular, aqui vai algumas projeções. O Mogi tem chance de cair já neste domingo até mesmo com um empate. Basta Ponte Preta e Água Santa empatarem no sábado e a Ferroviária não perder para o Botafogo. Se empatar e a combinação do mal não ocorrer, haverá apenas a prolongação do velório, pois o enterro só não ocorrerá por milagre. Se perder, caiu. Se ganhar, segue vivo. E se os ‘deuses’ da bola estiveram inspirados dá até para chegar na última rodada dependendo apenas das próprias forças. Aqui a equação exige atenção. Uma vitória do Mogi sobre o Ituano, aliada a derrotas de XV de Piracicaba (recebe o pouco, mas, ainda ameaçado Linense), Oeste (visita o São Paulo), Botafogo (visita a desesperada no alto e em baixo Ferroviária), São Bernardo (recebe o já classificado Red Bull Brasil) e um empate entre Ponte Preta e Água Santa.

Neste cenário o Mogi chega a 15 pontos, ultrapassa XV, Botafogo e Oeste e se torna o primeiro time dentro da zona de rebaixamento. Serão apenas dois pontos de distância de Ponte Preta, Água Santa e São Bernardo. Como os times do ABC se enfrentam na última rodada, uma vitória sobre o Palmeiras tira o Mogi da zona de rebaixamento. A conta é a seguinte. Se o Água Santa vencer, o Sapo passa o Bernô. Se o Bernô vencer o Sapo passa o Água Santa. E se empatarem o Mogi ultrapassa o Netuno pelo número de vitórias (5 a 4). Sem esquecer. O Mogi precisa vencer Ituano (líder do seu grupo) e Palmeiras.

Os clubes grandes, aliás, são protagonistas nesta luta contra o descenso. Os seis últimos colocados somaram apenas dois pontos contra as principais potências do estado. O Botafogo perdeu para Palmeiras, São Paulo e Corinthians. O XV perdeu para Corinthians, Palmeiras e Santos. O Oeste empatou com o Palmeiras (olha um dos pontos aí), perdeu para o Corinthians e ainda enfrenta o São Paulo. O Mogi caiu diante de Santos e São Paulo e tem o Palmeiras pela frente. O Capivariano perdeu para Corinthians e Palmeiras e recebe o Santos. Já o rebaixado Rio Claro perdeu para São Paulo, Palmeiras e empatou sem gols com o Santos (outro ponto).

Logo acima da zona de descenso aparece o Água Santa, que venceu o Palmeiras. A Ponte Preta ganhou do São Paulo. A Ferroviária bateu o Palmeiras e empatou com o Corinthians. O São Bernardo ganhou do São Paulo e empatou com o Santos. O Linense ganhou do Palmeiras na capital e empatou com o São Paulo. O Novorizontino é primeiro dos clubes ainda com pontuação rebaixável a não ter vencido nenhum grande. Perdeu para o São Paulo, empatou com o Santos (fez um pontinho pelo menos) e ainda não enfrentou o Corinthians.

A competência contra os grandes poucas vezes foi tão importante. Porém, é óbvio, que inúmeros outros fatores influenciaram nesta diferença. Para o Mogi, ficar na Série A1 passa exatamente por entrar nesta lista de ‘zebras’ e, de quebra, bater outro campeão paulista: o Ituano. E torcer. Por combinações. E para que a A2 de 2016 seja A1 em 2017.

QUEDAS - No ano em que completa 30 anos na Série A1 o Sapo pode amargar seu terceiro rebaixamento para a A2. Em 1994 três clubes caíram de divisão e o Sapo foi o que melhor entre os rebaixados, com 26 pontos (mesma pontuação da Ponte Preta, que escapou). No ano seguinte, porém, como campeão da A2, entrou na segunda fase da A1 do mesmo ano e ficou muito perto de conquistar a vaga na final. Em 2001 e 2004 o Sapo chegou a ter pontuação de rebaixamento, mas não caiu.

Como em 2002 o Paulistão não contou com os clubes grandes, o Sapo permaneceu na elite. Já em 2004 escapou devido à punição do Oeste, que perdeu 12 pontos e foi um dos rebaixados. Dois anos depois o Sapo não resistiu e foi rebaixado após uma derrota em casa para o Noroeste. Amargou a A2 em 2007, subiu em 2008 e quase voltou em 2009, quando o Norusca mais uma vez entrou no caminho. Em Bauru (palco especulado para a última rodada deste ano), o Sapo fez 5 a 2 e escapou da degola. A ameaça voltou com força em 2014, quando a equipe escapou do rebaixamento com uma vitória sobre a Ponte Preta, por 4 a 0, em Campinas.

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