PAIS E FILHOS - Na vitória por 3 a 1 do Mogi Mirim sobre o Macaé nesta terça-feira (14 de julho de 2015, guardem esta data), Rivaldo ainda teve o momento pai. Rivaldo desejou este momento. Torceu para Rivaldo Júnior ir bem contra o Atlético-GO, merecer a vaga e fazer seu esforço nos treinos resultar em mais uma atuação ao lado do filho. Mas nem Rivaldo sonhava com o desenrolar de um jogo histórico. Rivaldinho e Rivaldão farão jornalistas tirar a poeira de livros e calejar o Google até encontrar outro registro de pai e filho marcando em um mesmo jogo profissional. Não só no Brasil, mas no Mundo. O feito que é viral na internet vai além do sensacionalismo que obviamente está atrelado. Há muita tática em jogo.
NA FINLÂNDIA, A FAMÍLIA EMERENKO JÁ VIVEU DIA DE GOL DE PAI E FILHO
FESTA COM TÁTICA - Sérgio Guedes armou o Mogi de forma ofensiva. Pouco importava o fato do adversário ser um Macaé embalado, de bom lugar na tabela. Guedes abriu Serginho de um lado, Geovane do outro, centralizou Rivaldo Jr. e deu liberdade ao patrão. Léo Bartholo, mais ofensivo que o preterido Henrique Motta, também auxiliou nesta pressão que resultou em um gol muito bem trabalhado pela família Ferreira (com ajuda do bico Serginho). Juninho tocou de calcanhar para o pai, que serviu Serginho, que colocou na cabeça do camisa 9. Não foi apenas uma trama familiar. Foi fruto de treino. Ainda houve tempo para Rivaldo fazer o dele, de pênalti e voltar a balançar a rede como atleta do Mogi após 22 anos. Rivaldinho fez mais um (em nova assistência preciosa de Serginho) e chegou a oito gols no profissional do Sapo.
Em seu sexto jogo após voltar ao Mogi, em 2014, Rivaldo marcou o primeiro desde 1993 com a camisa do Sapo. https://t.co/UMDL6N6T3m
— Lucas Valério (@lucas_valerio01) 14 julho 2015
POSITIVO E NEGATIVO - A emblemática vantagem construída no melhor primeiro tempo do Mogi em 2015 acarretou problemas que, talvez com 1 a 0, não surgissem. O Sapo recuou demais e pior que isso, não contra-golpeou. Era jogo para matar com 4 a 0 na base da velocidade. Também faltou Rivaldo no segundo tempo, para fazer a bola correr (o meia saiu aos 4 minutos, machucado). Já o brilho da Família Ferreira também ocultou as boas participações de Serginho, voluntarioso taticamente e eficiente no ataque. Os zagueiros Renato Camilo e Paulão também merecem aplausos. Não pelo primor técnico, mas por, mesmo sem ritmo ideal e, principalmente por jogarem pela primeira vez juntos, terem suportado a pressão do Macaé na etapa final. Elogiarei mais uma vez o goleiro Daniel, uma atitude cada vez mais rotineira. Abaixo da média geral, apenas Geovane (errou quase tudo que tentou). Elogios à parte, ainda é cedo para vislumbre e como disse Sérgio Guedes na coletiva, "há um caminho longo e árduo a ser percorrido". APLAUSOS ÀQUELES QUE APLAUDEM E VAIAM - Postas as impressões sobre o que rola dentro das quatro linhas, quero finalizar esta postagem com a grande vitória da noite. A tímida, mas contagiante reaproximação do torcedor com o time. Para depois se reaproximar do clube. A troca de ingressos por leite e óleo é um gol que a diretoria precisa continuar marcando. Primeiro que ajuda quem precisa. Segundo pois, em uma época de crise, proporciona a chance do torcedor gastar pouco e ainda movimenta a economia da cidade que precisa voltar a acreditar financeiramente no clube! A resposta simplista à proposta foram os 1.736 ingressos comercializados (99% trocados) e o recorde de público do clube na atual Série B.
Já a resposta mais complexa foi a pulsação do estádio. Há muito tempo não sentia o Romildo Ferreira vibrando, com aquele excitante som de estádio de futebol! O itinerário do jogo ajudou? Claro. Mas a energia que saiu da arquibancada aumentou a confiança de um time em estágio de afirmação. Os gritos de apoio aos jogadores, como Rivaldo e seu filho, nem foram o ponto alto do torcedor. Após muitos jogos, o juiz foi pressionado. O rival foi vaiado a cada tropeço, passe errado. Foi vaiado por vestir a camisa oposta. Por não ser de Mogi. Por não representar Mogi Mirim. Não cobro 5 mil por um jogo sem apelo. Gigantes como São Paulo e Santos, muitas vezes, não passam desta marca. Mas desejo ver o estádio pulsando como hoje, no dia 28. E no dia 8. No dia 15. Em agosto. Em setembro. Em 2015. Em 2016. Em 2030. Com ou sem a linda festa da Família Ferreira, que Mogi faça a festa por seu filho querido: o Mogi Mirim Esporte Clube.
Belo Texto. Parabéns
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