domingo, 29 de junho de 2008

BODAS DE OURO DO GRANDE ESQUADRÃO 2

IMAGEM:ACERVO CBF







JOGADORES BRASILEIROS FAZEM A FESTA NO ESTÁDIO RASUNDA

O Brasil estreiou contra a Áustria e venceu por 3x0. Na partida seguinte muita expectativa. A seleção enfrentava a Inglaterra, criadora do futebol e muito temida. A imprensa noticiava como final antecipada e segundo os jogadores foi realmente a partida mais complicada daquele mundial. “O jogo mais difícil foi contra a Inglaterra. Gilmar e McDonald (goleiros de Brasil e Inglaterra) foram os melhores em campo. Isso mostra o equilíbrio do jogo. Foi 0x0, mas poderia ter sido 3x3 também”, disse Pepe.
Na terceira rodada vitória sobre a ex-URSS por 2x0 e o surgimento de um rei, Pelé! Foi sua primeira partida como titular. Na segunda partida, o garoto de 17 anos saiu do anonimato e assinou o gol da vitória por 1x0 sobre País de Gales. Na semifinal outra pedreira, a França. Dona do melhor ataque do Mundial, os franceses contavam com Kopa e Piantoni e o artilheiro da Copa, Just Fontaine. O jogo até começou equilibrado, mas Pelé resolveu mostrar sua majestade, e com 3 gols aniquilou os sonhos franceses e colocou o Brasil na final. Mas muitos foram além, como Pepe. Para ele o sentimento era de Copa conquistada. “Com todo o respeito ao time sueco, que era um bom time. Quando vencemos a França eu tinha certeza de que seríamos campeões”, conta Pepe.










COM MUITO ORGULHO ENTREVISTEI PEPE, O CANHÃO DA VILA

Pepe estava certo, os donos da casa sucumbiram diante da seleção de Feola. Na grande final, o Brasil repetiu o placar da semifinal e com um sonoro 5x2 conquistou o mundo pela primeira vez. Pelé repetiu o espetáculo, fez um gol antológico com direito a um chapéu no defensor escandinavo e ao fim do jogo muita festa por parte da delegação canarinho. Ao chegar ao Brasil, porém, mais festa. “A recepção foi maravilhosa, passamos por Portugal e depois chegamos aqui em Recife e fomos para o Rio de Janeiro. Sentimos o carinho e o calor dos torcedores, foi muito bonito” afirma Pepe que completa: “Quando chegamos ao Rio, falei para o Seu Dondinho e para a Dona Celeste, pais do Pelé que o filho deles era o melhor jogador do mundo”, conta com orgulho Pepe.

Diferente do que acontece hoje, os salários dos atletas não eram milionários e as premiações muito menos, mas deixam ricas marcas para quem recebeu, ou em alguns casos, quase recebeu, como explica o ex-ponteiro da amarelinha:
“Houve muita promessa de prêmios. Ganhamos dinheiro também, mas era pouco. Uma loja de ternos nos premiou com um terno todo mês de junho até o fim da vida. O Zito até uns 3 anos atrás ia sempre buscar um terno novo. A loja não existe mais. Ganhamos uma casa também, mas estamos esperando faz 50 anos, quem sabe ainda chega”, se diverte Pepe.
Após 50 anos da conquista, poucos jogadores estão vivos para contar a história do primeiro trunfo da seleção brasileira. Mas as memórias da Copa que pintou o mundo do futebol de verde e amarelo pela primeira vez, nunca sairão daqueles que protagonizaram um grande espetáculo na Suécia, tão grande, que o jornal Sueco NY TID estampou na capa da edição do dia seguinte à grande final:
“Muitos invernos passarão até que se possa voltar a ver uma exibição como a dos brasileiros”.

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