sexta-feira, 27 de junho de 2008

BODAS DE OURO DO GRANDE ESQUADRÃO

IMAGEM: ACERVO CBF








SELEÇÃO CAMPEÃ MUNDIAL NA SUÉCIA POSA PARA FOTO COM A JULES RIMET

Aproveitando a semana em que o Brasil comemora os 50 anos da primeira conquista de uma Copa do Mundo, publicarei aqui uma matéria que fiz para o Jornal Matéria Prima, edição de julho, O periódico circula na Universidade em que curso jornalismo, em Campinas.

Para realizar a matéria entrevistei com muita honra o Canhão da Vila, José Macia, o Pepe! Publicarei aqui a matéria em duas partes: Na primeira, Pepe conta como foi a preparação, a expectativa de torcedores e jogadores e a essencial participação de Paulo Machado de Carvalho, o Marechal da Vitória.

Vinte e nove de junho de 1958, o árbitro francês Maurice Guigue apita final de jogo no estádio Rasunda, em Estocolmo, capital sueca... O placar mostra 5 para o Brasil e 2 para os anfitriões e pela primeira vez o povo tupiniquim pôde gritar: “Campeão do mundo de Futebol”. A paixão pelo esporte bretão já estava sendo lapidado no coração da gente brasileira, mas o brilho de craques como Pelé, Garrincha e Didi colocaram de vez o futebol como paixão nacional.
Em 1950 o Brasil perdera em casa a Copa mais fatídica de todos os tempos. Esta tragédia, conhecida como Maracanazzo, deixou fantasmas, e somente uma conquista poderia exorcizá-lo. Em 1954 o Brasil teve campanha fraquíssima na Suíça e a Suécia em 1958 soava como o verde da esperança para a nação que viria a ser chamada de país do futebol.

A seleção nunca foi tão preparada para a Copa como em 1958. Antes de fechar a lista com os 22 selecionáveis, 44 jogadores foram testados pelo técnico Vicente Feola. Muitos craques como Canhoteiro e Julinho Botelho ficaram pelo caminho. Julinho aliás, junto com Evaristo de Macedo, foram protagonistas de um detalhe no mínimo curioso. Botelho atuava na Fiorentina, da Itália, e Evaristo no Barcelona, da Espanha. Quando Feola assumiu a seleção, os dirigentes já gostariam de abrir mão desses dois craques em detrimento aos jogadores que atuavam no Brasil. Feola consentiu e apostou em dois garotos abusados: Pelé e Garrincha.
Sem os antigos problemas entre Rio e São Paulo, o Paulo Machado de Carvalho fez questão de manter sua delegação em extrema organização. A delegação possuía dentista, médico, psicólogo, entre outros profissionais. Para os jogadores, ele foi extremamente importante, como conta o ponta-direita Pepe, um dos craques daquela seleção. “O Paulo Machado foi importantíssimo. Ele tinha comando e deixou tudo organizado. Ele era muito querido e nós jogadores o chamavam de cabeça-de-manga, mas claro que ele não sabia disso” – se diverte o jogador que fez história pelo Santos e que hoje tem 73 anos. Carvalho ficou conhecido como Marechal da vitória, e dá nome ao estádio do Pacaembu, em São Paulo.

O Brasil embarcou para a Suécia confiante, possuía um grande plantel e tinha jogadores experientes, tanto que no aeroporto o treinador Vicente Feola fez a seguinte promessa: “Os torcedores brasileiros podem confiar nos nossos rapazes. Eles saberão conquistar o campeonato mundial de futebol para o Brasil”.
Para a torcida brasileira, acompanhar a seleção era um sofrimento. Com pouco acesso à televisão, artigo de luxo na época, os brasileiros usavam o rádio como meio de torcer e vibrar com a amarelinha. E ajudaram a seleção mais do que imaginavam. “Naquela época quase ninguém tinha TV. E ouvir jogos pelo rádio era um sofrimento. Lembro-me que chegava notícias para nós na Suécia de que centenas, milhares de brasileiros se reuniam em volta de rádios para torcer. Aquilo nos motivou muito”, afirma Pepe.

Um comentário:

  1. Parabéns pela matéria, show de bola.
    Sucesso meu amigo.
    Abrs.

    Gustavo Antoniassi

    ResponderExcluir

Copyright © LUCAS VALÉRIO | Designed With By Blogger Templates
Scroll To Top