IMAGEM: ACERVO CBF
SELEÇÃO CAMPEÃ MUNDIAL NA SUÉCIA POSA PARA FOTO COM A JULES RIMET
Aproveitando a semana em que o Brasil comemora os 50 anos da primeira conquista de uma Copa do Mundo, publicarei aqui uma matéria que fiz para o Jornal Matéria Prima, edição de julho, O periódico circula na Universidade em que curso jornalismo, em Campinas.
Para realizar a matéria entrevistei com muita honra o Canhão da Vila, José Macia, o Pepe! Publicarei aqui a matéria em duas partes: Na primeira, Pepe conta como foi a preparação, a expectativa de torcedores e jogadores e a essencial participação de Paulo Machado de Carvalho, o Marechal da Vitória.
Vinte e nove de junho de 1958, o árbitro francês Maurice Guigue apita final de jogo no estádio Rasunda, em Estocolmo, capital sueca... O placar mostra 5 para o Brasil e 2 para os anfitriões e pela primeira vez o povo tupiniquim pôde gritar: “Campeão do mundo de Futebol”. A paixão pelo esporte bretão já estava sendo lapidado no coração da gente brasileira, mas o brilho de craques como Pelé, Garrincha e Didi colocaram de vez o futebol como paixão nacional.
Em 1950 o Brasil perdera em casa a Copa mais fatídica de todos os tempos. Esta tragédia, conhecida como Maracanazzo, deixou fantasmas, e somente uma conquista poderia exorcizá-lo. Em 1954 o Brasil teve campanha fraquíssima na Suíça e a Suécia em 1958 soava como o verde da esperança para a nação que viria a ser chamada de país do futebol.
A seleção nunca foi tão preparada para a Copa como em 1958. Antes de fechar a lista com os 22 selecionáveis, 44 jogadores foram testados pelo técnico Vicente Feola. Muitos craques como Canhoteiro e Julinho Botelho ficaram pelo caminho. Julinho aliás, junto com Evaristo de Macedo, foram protagonistas de um detalhe no mínimo curioso. Botelho atuava na Fiorentina, da Itália, e Evaristo no Barcelona, da Espanha. Quando Feola assumiu a seleção, os dirigentes já gostariam de abrir mão desses dois craques em detrimento aos jogadores que atuavam no Brasil. Feola consentiu e apostou em dois garotos abusados: Pelé e Garrincha.
Sem os antigos problemas entre Rio e São Paulo, o Paulo Machado de Carvalho fez questão de manter sua delegação em extrema organização. A delegação possuía dentista, médico, psicólogo, entre outros profissionais. Para os jogadores, ele foi extremamente importante, como conta o ponta-direita Pepe, um dos craques daquela seleção. “O Paulo Machado foi importantíssimo. Ele tinha comando e deixou tudo organizado. Ele era muito querido e nós jogadores o chamavam de cabeça-de-manga, mas claro que ele não sabia disso” – se diverte o jogador que fez história pelo Santos e que hoje tem 73 anos. Carvalho ficou conhecido como Marechal da vitória, e dá nome ao estádio do Pacaembu, em São Paulo.
O Brasil embarcou para a Suécia confiante, possuía um grande plantel e tinha jogadores experientes, tanto que no aeroporto o treinador Vicente Feola fez a seguinte promessa: “Os torcedores brasileiros podem confiar nos nossos rapazes. Eles saberão conquistar o campeonato mundial de futebol para o Brasil”.
Para a torcida brasileira, acompanhar a seleção era um sofrimento. Com pouco acesso à televisão, artigo de luxo na época, os brasileiros usavam o rádio como meio de torcer e vibrar com a amarelinha. E ajudaram a seleção mais do que imaginavam. “Naquela época quase ninguém tinha TV. E ouvir jogos pelo rádio era um sofrimento. Lembro-me que chegava notícias para nós na Suécia de que centenas, milhares de brasileiros se reuniam em volta de rádios para torcer. Aquilo nos motivou muito”, afirma Pepe.
Parabéns pela matéria, show de bola.
ResponderExcluirSucesso meu amigo.
Abrs.
Gustavo Antoniassi