Multicampeão entre 2005 e 2008, o São Paulo completou em 2011 seu terceiro ano sem um título sequer. Para piorar, nem a vaga para a Libertadores chegou e agora a diretoria mira uma enorme reformulação para que 2012 volte ao padrão anterior.
Por Lucas Valério
Mais um ano se foi e o São Paulo parou no tempo. Desde 2008, quando foi campeão brasileiro sob o comando de Muricy Ramalho, o tricolor deixou de levantar canecos. Apenas em 2009, no Brasileirão e em 2010, pela Libertadores, chegou a brigar verdadeiramente por uma taça, mas tropeços em Goiás e Internacional impediram a busca pelos tetras nacional (de forma consecutiva) e da Libertadores. Para piorar, 2011 só confirmou a onda de quedas em mata-matas da equipe do Morumbi. Desde 2005, quando venceu a Libertadores, o São Paulo foi eliminado nas 17 disputadas que entrou, sendo seis estaduais, cinco Libertadores, quatro Sul-Americanas, uma Recopa e uma Copa do Brasil.
De time modelo, a comum, em uma combinação que levou sua gestão a severas críticas. Após o fracasso no projeto Copa do Mundo 2014 no Mormbi, o clube degringolou. Em clássicos, antes soberano, passou a ser alvo fácil, inclusive com quatro anos sem vencer o Corinthians e uma goleada de 5x0 sofrida para o rival, fato anos antes nunca imaginados, tamanha a soberania em duelos regionais. O Morumbi de alçapão, passou a vilão, com o clube perdendo pontos para equipes como Atlético-GO, Avaí e sendo eliminado de diversos torneios dentro de sua própria casa.
Agora, após o vendaval que atingiu o clube mais vencedor do país, chegou o momento de uma nova reformulação. Para o diretor de futebol Adalberto Baptista, 2011 foi pífio. "Não conseguimos vencer o Campeonato Brasileiro, que era nosso objetivo e a vaga na Libertadores, que era nossa obrigação", afirmou em entrevista ao LANCENET!. Pior que isso, o clube mostrou falta de personalidade e muitas vezes apatia nas buscas por vitórias e classificações, o que irritou o torcedor. Para tentar sanar o problema, a diretoria promete nove reforços, nove 'Luganos'. "Quero jogadores como o Lugano, que se entreguem em campo, que imponham respeito com luta, garra", proferiu João Paulo de Jesus Lopes, vice presidente de futebol.
Para tentar mudar o peril, jogadores considerados descompromissados em 2011 devem sair. Marlos, Jean e Xandão encabeçam a lista de dispensa. No caso de Jean, o jogador interessa a Santos, Palmeiras e Grêmio, que teriam oferecido em troca, respectivamente, Ibson, Tinga e Fabio Rockenback. Marlos, que chegou como esperança em 2009, interessa do Metalist, da Ucrânia, que poderia pagar R$ 14,5 milhões. Como o São Paulo tem declarado o interesse em Taison, ex-Internacional e que atua no clube do leste europeu, uma troca pode surgir.
Rivaldo, que não teve o contrato renovado e Dagoberto, acertado com o Internacional, já se despediram. Outros nomes de jovens como Fernandinho, Willian José, Bruno Uvini e Henrique devem ser incluídos em negociações. Os dois últimos, por exemplo, podem ser envolvidos em negociações que envolvem Jadson, do Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, Nilmar, do Villarreal, da Espanha e Montillo, do Cruzeiro. Outro nome que desagradou muito em 2011 foi Casemiro. O volante fez grande Sul-Americano Sub-20 e passou a ser titular da equipe paulista. Com boas atuações, pediu aumento, conseguiu e foi para a seleção brasileira em setembro. Depois, foi uma decepção, intercalando jogos comuns com ruins, sempre sem destaque. Com uma multa alta e um valor de mercado girando em torno de 25 milhões de euros, o jogador pode ser negociado com clubes como Internazionale e Villarreal.
Das peças que não agradaram, mas que deverão ter nova chance estão o lateral esquerdo Juan, o lateral direito Ivan Piris e os zagueiros Rhodolfo e Joãi Filipe, que após respectivos inícios com muita qualidade, caíram de rpodução de forma vertiginosa. No caso de Rhodolfo, apenas uma boa proposta do futebol europeu tira o camisa 4 do Morumbi.
REFORÇOS - Além dos citados Jadson, Montillo e Nilmar, nomes que interessam e fazem parte de uma lista de dez atletas indicados por Emerson Leão "para chegar, vestir a camisa e jogar", outros quinze foram recomendados para compor o elenco. Deste total, a diretoria trabalha para trazer três nomes com peso de titular e cinco para fazer parte do grupo. Paulo Miranda, zagueiro do Bahia e que iniciou a carreira no Palmeiras, é quem está mais próximo de fechar esta lista de 'somadores'.
Já entre os 'multiplicadores', Jadson é quem está mais próximo. O São Paulo ofereceu cerca de 8 milhões de euros pelo jogador mais a opção de Bruno Uvini ou Henrique. Mesmo com mais chances, a negociação não deve ser rápida. Montillo, destaque do Cruzeiro nas últimas duas temporadas, teria sido alvo de uma grande investida do São Paulo. Segundo o jornalista Vitor Birner, a proposta envelve uma grande quantia em dinheiro (especula-se algo em torno de 6 milhões de euros) além do atacante Henrique. O problema é que a equipe terá a concorrência do Corinthians, que está na Copa Libertadores. Além disso, o Cruzeiro será rival do São Paulo na Copa do Brasil, o que pode fazer o clube mineiro pender pela venda do jogador para o rival do tricolor.
Fabrício, que tem contrato encerrando no final de dezembro, está de saída do Cruzeiro e apalavrado com o São Paulo. Mas o clube mineiro deve tentar a renovação de seu vínculo até o final do ano e frustrar os planos do São Paulo. O camisa 8 celeste seria o cão de guarda da defesa, que andou desprotegida em 2011. Outra referência do jogador é o aclamado espírito guerreiro. Rafael Moura, atacante do Fluminense, Marquinhos Paraná, volante do Cruzeiro e Bruno, lateral do Figueirense, são outros nomes que pipocam no Morumbi, mas ainda como mera especulação de mercado.
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