Foto: João Valdevite / Agência Botafogo
Há alguns dias, conversava com um amigo a respeito do clima. Assunto ‘modinha’, é verdade, mas de fato o calor no sudeste, principalmente em São Paulo, está insuportável. A falta de chuva norteava o papo até que ele sacou uma teoria interessante. “Quando nós éramos criança, assistíamos mais jogos da Copinha porque sempre estava chovendo, não tinha o que fazer e aí ficávamos caçando sinal da Rede Vida, todo chuviscado, para poder ver as partidas”. O pior é que ele tem uma dose de razão. E ainda acrescentou. “Quantos jogos ruins, com campo tudo encharcado. Hoje em dia nem na Copinha chove mais”.
Muita coisa mudou. Inclusive o nível da competição que sempre foi marcada por revelar talentos. Fato é que, na atual edição, pelo menos deve haver um petisco de rivalidade. As semifinais foram definidas nesta terça-feira (20) e nos reservou uma quinta-feira recheada. A partir das 18h30, Palmeiras e Botafogo-SP se enfrentam na Arena Barueri. Já às 21h00 será a vez do Majestoso São Paulo x Corinthians, no estádio Major José Levy Sobrinho (Limeirão), em Limeira. Mais do que criar um cenário com clássico na final, a fase que antecede a grande decisão expôs o sucesso do estado na atual edição.
Apesar de, dos 9.345 clubes, 8.900 (adoro exagerar nas estatísticas, ainda mais quando elas, originalmente, são exageradas) serem de São Paulo, apenas em seis, das 45 edições já finalizadas, a semifinal foi puramente paulista. Vi a lista no grupo Futebol Alternativo, um reduto espetacular de mentes futeboleiras no Facebook. A primeira ‘semi paulista’ aconteceu em 1984, ano em que o Santos foi campeão, mas que teve Nacional, São Paulo e Corinthians no páreo.
1995, 1997, 2000, 2001 e 2006. Nestes outros anos o panorama foi parecido, mas pelo peso das camisas, tenho que destacar os dois últimos. Em 2001, o São Paulo de Harisson, Renatinho e Oliveira (Kaká no banco) foi vice-campeão, ao perder a decisão para o Roma Barueri. Porém, me lembro bem mesmo é da semifinal entre São Paulo e Primavera. Os dois clubes, de distintos e uniformes semelhantes empataram em 1 a 1 no tempo normal e o Tricolor da capital só alcançou a final após marcar duas vezes na prorrogação. Na outra chave, o Roma fez 5 a 3 no Bragantino e seguiu rumo á insólita decisão, que terminou 4 a 4 no tempo normal e 6 a 5 para o coloridissimo clube de Barueri.
Já em 2006 aconteceu a mais alternativa das semifinais legitimamente bandeirante. O América de São José do Rio Preto venceu o Grêmio Barueri em uma das pernas. Na outra, o Comercial de Ribeirão Preto superou o Juventus na Mooca nas penalidades. Nada de time grande, muito de futebol caipira, já que os interioranos fizeram a final. Em um Pacaembu esvaziado, América e Comercial empataram em 0 a 0 e, nos pênaltis, o título mais alternativo foi para Rio Preto.
AS SEMIFINAIS PAULISTAS
2006
América-SP (campeão), Grêmio Barueri, Comercial e Juventus
2001
Bragantino, Roma Barueri (campeão), Primavera e São Paulo
2000
São Paulo (campeão), Guarani, Juventus e Santos
1997
Corinthians, Guarani, Santos e Lousano Paulista (campeão)
1995
Corinthians (campeão), São Paulo, Ponte Preta e Novorizontino
1984
Nacional, Santos (campeão), Corinthians e São Paulo
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