quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

E se os jogadores da Esportiva fizessem um BO contra a arbitragem?

FOTOS: ALE VIANNA / JUVENTUS.COM

Juventus e Esportiva Itapirense se enfrentaram no estádio Conde Rodolfo Crespi nesta quarta-feira (25). A partida válida pela sétima rodada da Série A3 terminou com vitória de 1 a 0 do Moleque Travesso, mas foi marcada pelo extra-campo. Confusão causada por uma decisão da arbitragem, que resultou em cenas inusitadas e que deve complicar ainda mais a vida da Vermelhinha na A3.

Primeiro pelo resultado. O empate em 0 a 0 era a proposta da equipe, que entrou em campo em meio a um jejum de vitórias e problemas por lesão. O plano era bem executado pelo mérito defensivo, mas também pela forte chuva que alagou o gramado da Rua Javari. Até que aos 45 minutos, o árbitro Marcelo Fabiano Mingoranci marcou falta de Bismaque na entrada da área. O lance já revoltara a comissão técnica da Esportiva e na cobrança, mais um encontro entre ‘bola e mão’, desta vez de Magno, se transformou em pênalti para o Juventus.

VÍDEO
ÁRBITRO CORRE E FOGE DOS JOGADORES DA ESPORTIVA


O lance revoltou a Esportiva. Muito porque, aos 11 minutos, Mingoranci não marcou pênalti de Rodolfo e ainda não expulsou o zagueiro juventino, que era o último atleta na linha defensiva dos mandantes. Lelo foi expulso, o preparador físico Antônio Fontana também, além do goleiro Victor, reserva na Javari. Aos 53, após muita confusão, Abraão cobrou a penalidade e marcou. Os jogadores da Esportiva esboçaram deixar o campo antes do apito final, mas voltaram e segundos depois Mingoranci apitou!


Ou melhor, contracenou uma das cenas mais alternativas do futebol. Já bem próximo da linha lateral, ele finalizou a partida e já saiu correndo. Feito um maratonista, se escondeu no vestiário da arbitragem, que fica entre os bancos de reserva do sacrossanto estádio. Os atletas da Itapirense partiram em direção ao árbitro, mas foram contidos pela Polícia Militar.

Enfim, confusão posta, Mingoranci registrou a expulsão de mais três jogadores da Esportiva. Mike, Magno e Ricardo foram expulsos, segundo o árbitro, sem o uso de cartão vermelho. Ou seja, aleatoriamente. E é aí que começo a questionar as atitudes do juiz e a falta de direitos iguais para a manifestação de jogadores e árbitros.

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Começando por Mingoranci. Se ele correu feito um fundista para o vestiário, vendeu a imagem de alguém que devia. Pelo erro. Ou por algo além. Como autoridade que é, deveria ter ficado no gramado e mais do que isso, ter acompanhado seus colegas, os auxiliares, que foram abandonados pelo afugentado apitador. Também questiono como ele pôde ter a noção exata, em meio à bagunça, de quais jogadores o agrediram verbalmente? Estava ele, recluso, protegido pela PM e com um bloco de notas?

Claro que há meios para registrar tais fatos, mas o mais interessante é enaltecer que a caneta está apenas na mão do árbitro. É ele a autoridade máxima e deve sim ser respeitado. Tenho amigos que atuam na arbitragem, como o itapirense Juba e o campineiro Marcelo Luís Silva, colega de trabalho na Unicamp há anos atrás. A maioria dos profissionais é competente como eles, mas há também os de baixo nível e me pergunto. Como fazer para orientá-los, educá-los ou puni-los? . E não digo apenas tecnicamente, mas também de moral.

E é aí que eu desvio o foco de Mingoranci e amplio para uma análise mais geral. Quem garante que tudo o que está relatado em súmula é fato? Assim como os exaltados jogadores, os árbitros são seres humanos e também emitem palavrões. Estas agressões proferidas contra os jogadores são relatadas em qual súmula? Lelo, Fontana, Victor, Mike, Magno e Ricardo com certeza serão julgados pelo TJD da Federação Paulista com base nos termos descritos na súmula assinada pela arbitragem.Mas e os erros dos árbitros? Quem é que julga com a mesma frequência?

No caso da Rua Javari, não defendo a atitude dos jogadores da Esportiva Itapirense se ela, em dado momento, foi violenta. Até mesmo os xingamentos, com o calor do jogo, não podem ser tratados com normalidade. É claro que o clima quente contribui, mas o foco é outro. A FPF e sua escala de arbitragem precisam ser questionadas (como o quadro da CBF e até da FIFA, que cansam de errar). A profissionalização, seguida de valorização, é o um caminho difícil, mas que parece se aproximar do ideal.

Porém, enquanto isso não acontece, gostaria de ver jogadores, técnicos e/ou dirigentes tomando medidas do mesmo nível das dos árbitros. Se não há súmula e escudos da PM, há Boletim de Ocorrência e Delegacia de Polícia. No caso da partida contra o Juventus, talvez até coubesse o enquadramento por roubo, já que um ponto (ou até três) foi sacado da agremiação (como o mesmo Juventus, que perdeu para o São José, na mesma Javari, em falha da arbitragem). Porém, quando houver qualquer tipo de xingamento, ameaça e/ou palavrão, um caminho capaz de reduzir os erros e o excesso de autoridade do maus árbitros (friso, dos maus árbitros!) é a Delegacia de Polícia. Com o BO como súmula.

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