terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Olho Tático: Com Val, meio-campo assume protagonismo no Mogi Mirim

A disposição das 22 peças no tabuleiro do futebol é a grande magia do esporte bretão. Esqueça a frase simplista de quem é oposição. "Que graça tem ver 22 caras correndo atrás de uma bola?". O futebol vai muito além da bola. Há a dança das posições sem ela, algo que, no futebol moderno, tem se tornado importante e até derrubado um pouco da arte que cativou a paixão em bilhões de boleiros. Hoje, na prancheta do Mogi Mirim, esta coordenação tática tem como grande protagonista o meio-campo. Nos últimos dois jogos do Sapo, resolvi observar o desenho deste setor vital em qualquer clube.

Não por coincidência, Val atuou nestas duas partidas e transformou o meio-campo no protagonista atual do Mogi Mirim. Na estreia, foram 45 minutos de Val. O volante atuou na vaga de Valdir, obrigando Edson Ratinho a retornar à lateral direita, posição de origem do ex-jogador do Joinville. Bem a frente da linha formada por Rato, Fábio Sanches, Wagner e Leonardo estava Magal, centralizado. Val, parceiro de fato de Magal, começou um pouco mais à frente, pela direita. Ainda mais à direita estava Hygor, volante marcador nos jogos sem Val, o ex-jogador de Bangu e Joinville não foi eficiente na marcação como nas três partidas anteriores, mas demonstrou uma faceta ofensiva que, lapidada, poderia render frutos. Foi assim, atacando, que Hygor perdeu um gol feito aos 18 minutos, em tabela com Magrão (figura que falarei mais adiante).


No primeiro tempo de domínio do Mogi, Everton Heleno atuou centralizado, com Geovane aberto na esquerda. Aos 22, Magrão inaugurou a jogada que encontrou Geovane na esquerda e Everton Heleno no centro da área para perder gol feito e depois sofrer o pênalti convertido por Magrão. O Mogi seguiu imponente, desperdiçou boas chances e não ampliou. Na volta do intervalo, Val saiu para descansar. Estava parado desde novembro e era algo planejado. Claudinho lançou o atacante Thomas Anderson. Alteração arrojada, mas que abriu espaço para o meio-campo do Bragantino brilhar.

Caio, experiente, entrou na etapa final e arreganhou a defesa do Sapo. Resultado? Gol de empate e virada iminente do Braga até Rivaldo Júnior furar a retranca bragantina em uma bola parada. Repare no vídeo abaixo que, enquanto estava 1 a 1, Marco Aurélio travou a entrada da área, estacionando um ônibus ali. A última linha tinha seis jogadores, com outras duas linhas com dois atletas em casa. Até Diego Maurício, agora vice-artilheiro do Paulistão, ignorava a camisa 9 e marcava como um lateral. Para vencer a tática? A eficiente bola parada e a estrela de Claudinho e Rivaldo Júnior.



CAPIVARIANO


Já na terça-feira (10), o Mogi Mirim teve uma mudança sensível. Valdir retornou à lateral direita e Edson Ratinho assumiu a camisa 10 na vaga de Everton Heleno. Até a expulsão de Wagner, o desenho tático era bem diferente daquele que por 45 minutos enfrentou o Bragantino. Val se transformou no cabeça de área. Ficou ali, plantado a frente da defesa e distribuindo o jogo com passes curtos. Magal e Hygor jogaram mais a frente, formando um triângulo no setor. Edson Ratinho fez um partidaço, aberto da direita e Geovane (sacrificado pela expulsão de Wagner) atuou no lado posto.



Magrão, como disse lá atrás, foi um diferencial. Como campo encharcado, o atacante recuava a todo instante para ganhar pelo alto as bolas quebradas pela defesa do Sapo. Tudo funcionava legal. Magrão abriu o placar aos 6 minutos em bela jogada de Leonardo (em uma de suas melhores partidas pelo Mogi). O lateral avançou bem demais, deixando Valdir mais preso. E nem precisava muito do lateral direito. Ratinho, aberto, era um tormento e assim ele criou a jogada do segundo gol e outras três oportunidades quase fatais. Hygor e Magal também foram muito bem.

Souberam marcar e sair para o jogo e não se intimidaram com o piscinão do Carlos Colnaghi e nem com a desvantagem numérica. O problema, neste jogo, foi a bola parada. Em duas delas saíram os gols do Capivariano e em outras tantas o Leão quase marcou. Com oito dias de folga, Claudinho ganhou tempo suficiente para corrigir os defeitos desta bola alta e também para aprimorar o coração deste promissor Mogi Mirim.

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