quarta-feira, 18 de março de 2015
O equilíbrio interno explica a incompetência externa dos clubes da Premier League?
O Barcelona protocolou sua classificação para as quartas de final da Liga dos Campeões pela 12ª temporada consecutiva. Na noite desta quarta-feira (18), os culés venceram o Manchester City por 1 a 0, no Camp Nou. O resultado apenas confirmou a expectativa de classificação espanhola, já que os catalães haviam vencido por 2 a 1 no Etihad Stadium, em Manchester.
O agregado até foi estreito, já que poderia ter terminado em uns 8 a 1 para o Barça. Hart foi o cara, apesar da eliminação. Pegou pênalti de Messi na Inglaterra e fez umas 32 defesas à queima roupa em Barcelona. E não falo de defesas simples, mas sim de gols que já estavam convertidos e que se transformaram em não-gol graças ao inglês.
A atuação monumental de Hart indica sua qualidade? Sim! Mas também a fragilidade dos Citiziens, que foram arreganhados pelas tramas de Messi, Suárez e Neymar. Rakitic foi o único a marcar, aos 30 minutos do primeiro tempo. Um golaço, em que o croata, tocou por cima de Hart, algo que os colegas, minados pela precisão do arqueiro, esqueceram (ou não conseguiram) fazer. Quem também não fez foi Aguero, ótimo artista ao simular pênalti e péssimo cobrador ao não convertê-lo e parar em Ter Stegen, outro herói no Camp Nou.
QUEDAS
A eliminação do Manchester City colocou o clube azul em uma prateleira empoeirada com outros três ingleses que também ficaram para trás na UEFA Champions League. Liverpool, Chelsea e Arsenal também se despediram precocemente da competição e repetem nesta temporada uma situação que foi muito criticada por aqui em 2014.
Na Copa Libertadores do ano passado, Atlético-MG, Cruzeiro, Grêmio, Flamengo e Botafogo caíram antes das quartas e pela primeira vez, em quase 20 anos, o Brasil não teve um representante entre os oito melhores do continental. Em termos técnicos e financeiros, é inegável que o Brasil tem a principal liga entre os países que disputam que a Libertadores.
Já o Campeonato Inglês, é simplesmente a melhor competição nacional da Europa. Um futebol vistoso, que atrai cada vez mais torcedores, investidores e jogadores. Financeiramente, a Barclays Premier League também é forte, mas individualmente, os clubes não possuem um disparate. Na comparação, por exemplo, com Barcelona, Real Madrid e Bayern de Munique, a força dos citados é maior.
Os três, aliás, costumam disparar em suas competições e não possuem rivais à altura. O surgimento de um Borussia Dortmund ou de um Atlético de Madrid é algo esporádico. Talvez pelas competições internas não chamarem tanto a atenção quanto a Inglesa, nós costumamos colocar os clubes da Premier League no mesmo patamar. E não estão.
Chelsea, Arsenal, Liverpool e City fazem jogos equilibrados com outros clubes fortes, como o Manchester United (em transição, mas principal força na Inglaterra), Tottenham, Everton, Southampton... Equipes como Swansea, Newcastle e West Ham. Campeões europeus, como o Nottingham Forest(bicampeão) e o Aston Villa e o vice-campeão Leeds United, estão na segunda divisão. A Championship, aliás, é muito mais forte do que muitas ligas principais de países que disputam a Champions. E esta força inglesa está no equilíbrio. As cotas de televisão são distribuídas em fatias aproximadas entre os clubes.
Não justifica. City e Chelsea, que possuem elencos mais fortes, tinham a obrigação de caminhar mais. Além da incompetência, pegaram os também fortes PSG e Barcelona. Já o Arsenal tropeçou no próprio cardaço, já que o Monaco possui hoje um time modesto, bem diferente da realidade do principado. Já o Liverpool, que cresceu em 2015, se despediu ainda em 2014, na primeira fase, em um grupo com Basel e Ludogorets. Pois é, advogar a favor ou contra os clubes da Premier League possui tantas brechas quanto a legislação brasileira.
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