Por Lucas Valério | lucasluis_valerio@hotmail.com | Foto: Marcelo Gotti/MMEC
A culpa da criação de panoramas tão diferentes (claro que, com uma bela pitada de exagero na terceira...) é justamente a montanha-russa que virou a política do Sapão. Um dia o presidente é Luiz Oliveira. No outro seu ex-patrão, Victor Simões. No outro nenhum dos dois. A bagunça política, gerada por uma guerra de egos, ainda existe. E deve perdurar na Justiça, cheia de brechas e caminhos alternativos.
A disputa também atrasou a montagem do elenco, que chegou ao final de dezembro sem anúncios. E aí se coloque no lugar do torcedor que, sem conhecer os bastidores, imaginava: “Se caiu fácil na Série B com 30 reforços, imagina assim, no Paulistão. O cenário começou a trocar as nuvens negras pelo céu branco quando o trabalho de três figuras foi evidenciado. Toninho Cecílio, Marcus Vinicius e Juninho assumiram o papel de diretor de futebol em meio à falta de um profissional adequado para a função.
O conhecimento na área permitiu que os responsáveis pelo campo construíssem um elenco que minou o pessimismo. Claro que o trabalho no gramado precisará ser avaliado, já que foram contratados para isso. Porém, é inegável o alto percentual de importância na formação de um plantel que chama mais a atenção que outros clubes de porte semelhante. E até de outras formações do próprio Sapão.
ANÁLISE - POSIÇÃO POR POSIÇÃO
ZAGUEIRO - A defesa foi o setor que mais derrubou cabelos de Cecílio. Os primeiros nomes anunciados foram Leandro Amaro e Adriano Alves e ambos desistiram. Foram os únicos a não suportar a instabilidade, gerando revolta no treinador, que deixou claro não querer mais trabalhar com a dupla. Na reta final das contratações, repôs as saídas com duas peças de potencial ainda maior.
Renato Santos foi muito bem no Avaí e chegou a defender o Flamengo. Já Saimon foi revelado pelo Grêmio com projeção de ir à Europa, travou a carreira e vem a Mogi após passagem sem destaque pelo Figueirense. Jovem, com 24 anos, pode ver no Sapo a grande chance para explodir de vez. O mesmo ocorre com a provável dupla titular para as primeiras rodadas.
Gabriel Dias já foi até titular do Palmeiras e Bruno Costa surgiu muito bem no Atlético-PR, apesar da queda de peso das camisas nos últimos anos. A dupla também está respaldada pela versatilidade, já que ambos podem atuar pela lateral e como volantes. Porém, para a primeira rodada, Bruno Costa será ausência devido à falta de regularização e Paulão, remanescente do rebaixamento, será titular. Com tantos experientes zagueiros quem se deu mal foram os garotos Vinicius e João Pedro (Piauí), que seguirão apenas treinando com o grupo.
LATERAL - Justamente por optar por versáteis em outras posições, as laterais foram preenchidas com menos volume. Na direita a comissão técnica não quis manter Valdir e Michel Tiago e contratou Alex Reinaldo. O lateral teve destaque no São Bento graças à boas investidas no ataque e pode ser uma válvula de escape. Ou uma avenida. Tudo depende da disposição tática que terá, do lado oposto, um ex-jogador de time grande. Bruno Teles deixou o Vasco da Gama e assinou com o Mogi em busca de reafirmação no mercado. Não é um ótimo apoiador, mas pode dar um balanço adequado ao time devido à costumeira consistência defensiva.
MEIO-CAMPO - O meio-campo pode ser dividido em dois setores. Na contenção há dois especialistas. Wendel agradou pouco os palmeirenses, mas tem experiência para assumir a função que foi de Magal nos últimos anos. O problema é que Josa vive fase melhor e foi campeão paulista em 2014, pelo Ituano. Ambos terão a concorrência de Diego Lorenzi, Bruninho, Neto e Henrique Motta. O último já pertencia ao elenco e é um dos únicos ligados ao grupo Big (vinculado à diretoria) a permanecer em Mogi.
Como a tendência é a utilização de três volantes em alguns jogos, a concorrência pode ser reduzida. O problema é que a armação está ficando encorpada. Lulinha foi anunciado às vésperas da estreia e só jogará a partir da 3ª rodada. Não é o gênio plantado na base do Corinthians, mas fez ótimo Paulistão pelo Red Bull em 2015 e foi bem também no Botafogo, na Série B.
O meia pode ter a concorrência de Jorge Wagner, experiente meia que ganhou destaque no São Paulo, mas que teve as negociações esfriadas com o Sapo. Seja como for há ainda dois nomes para o setor. Jean Deretti tem potencial para brilhar em clubes maiores, mas ainda não deslanchou. Se o time encaixar como a teoria mostra, pode ser o parceiro ou até o titular em detrimento a Lulinha. Gustavo, muito elogiado por Toninho, tem potencial apesar de o ligarem mais a Rivaldo (seu sogro) que à técnica. A vantagem sobre os demais é que deve ser titular na estreia e se emplacar, segura...
ATACANTE - No ataque há as maiores carências. Bruno Mineiro, anunciado na primeira semana de janeiro, tem problemas de saúde na família e a vinda ao Mogi é quase impossível. O atacante seria o ‘9’ ideal em um time com mais peças de beirada que para fazer a referência. Ronielli, cria do São Paulo, é a opção, em tese, com mais cacife. Falta entrar no nível físico dos colegas, mas é favorito na briga com Ortigoza, outro que pertence ao Grupo Big. Para atuar pelo flancos o Mogi perdeu Bruno Veiga, liberado para o Paysandu e contratou Léo Artur, atacante que tem a base feita no Corinthians e que deve ser titular contra o Audax. Ruster e Keké, garotos que estavam no sub20 em 2015, são as promessas.
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