AUTOR: Lucas Valério | Crédito da imagem: Marcelo Gotti/MMEC
O espírito de competição muitas vezes isola análises mais importantes. É o caso da Copa São Paulo de Futebol Júnior. Na gula por resultados de suas agremiações, os torcedores cobram resultados de alguns clubes, quando, na verdade, o fruto do trabalho desenvolvido na base é mais útil que qualquer título ou boa campanha.
O caso do Mogi Mirim é um exemplo. O Sapinho jamais foi uma sumidade na competição e é claro que as circunstâncias da queda geram frustração. O time estava a m empate da vaga e perdeu a classificação para o Paysandu no saldo de gols. Se tivesse mantido os 3 a 0 na vitória que terminou em 3 a 2 diante do Papão o Sapinho estaria classificado.
OK, a derrota dói. Ninguém quer perder. Comissão, jogadores e dirigentes podem lamentar e rever alguns conceitos. Mas, o Mogi apresentou o desenvolvimento de Romildinho, o retorno de Ramon e o bom futebol do volante Renatinho. No futebol real, mais vale a revelação de boas peças do que um título. O Corinthians foi campeão tantas vezes da Copinha (é o maior vencedor) e revelou menos nomes que Santos e Internacional, por exemplo.
Um problema maior é vivido por clubes como o Palmeiras, por exemplo. Após ficar próximo de uma eliminação que ganahria status de vexatória, o Verdão venceu o São José, na noite desta quinta (7) e avançou. Vale lembrar que o clube passou por uma ampla reformulação em seu departamento de futebol amador. O Alviverde jamais venceu a Copinha e também não costuma subir bons nomes. Mesmo assim, reparem que, em dois anos, conseguiu alçar os promissores Matheus Salles e Gabriel Jesus, além de peças interessantes, como Nathan e Lucas Taylor.
Os empates com Sampaio Corrêa e Estanciano mancharam o ego do torcedor e até tiraram o sono do sempre mogiano João Burse, técnico do sub20. Mas, o importante, é o desenvolvimento anual. É oferecer condições para que seja implantada uma filosofia parelha com a do profissional (como faz com excelência o Barcelona há duas décadas) e alçar bons nomes para o ‘time de cima’.
De volta ao interior. Se o Mogi usar quatro nomes da atual Copinha no profissional em 2015, dois deles forem importantes e um vendido a curto ou médio prazo, o resultado terá sido melhor do que qualquer vitória na competição sub20. Cobrar a garotada não é o ponto. Eles nem estão no ponto. Pense menos nos garotos. Pense mais nos marmanjos de terno. Pense menos na Copinha. Cobre menos em janeiro. Cobre da diretoria do seu clube, o ano todo, um respeito profissional à base.
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