O São Paulo 2016 gira em torno do ‘Patón’ Bauza

Diego Lugano, Jonathan Calleri, Eugênio Mena e Kieza. Estas são as novas cartas, postas à mesa para ‘El Patón’ Bauza. O novo treinador do São Paulo tem inúmeros desafios para a temporada. Fazer renascer o espírito vencedor, arrumar a defesa sem tornar o ataque acéfalo, sem graça e sem poderio. O São Paulo é o ‘Grande Paulista’ que passará por mais mudanças para 2016. É também o que mais precisa.

Afinal, os rivais não viveram guerras políticas e ainda faturaram títulos. O clube ainda tem o desafio de não naufragar na areia. Cair na primeira fase da Copa Libertadores abriria feridas quase incuráveis. Como seria o clima de Jony Calleri, que chegou a São Paulo falando com obsessão sobre a competição? A chegada do argentino simboliza a força da parceria Patón/São Paulo. Além de ter o câmbio a seu favor, o São Paulo foi além de outros brasileiros na busca por sulamericanos.

A presença de Bauza, um técnico respeitado na Argentina, facilitou a chegada de Calleri. O lateral Buffarini e o volante Ortigoza, ainda sonhos da diretoria, também possuem respaldo e respeito mútuo junto ao treinador campeão da Libertadores em 2014 pelo San Lorenzo. Vale destacar ainda a participação do Patón na negociação que trouxe o ídolo uruguaio Diego Lugano e a aprovação à chegada de Eugênio Mena. Independente dos casos não resolvidos, é um São Paulo com perfil copeiro e versátil.

Lugano pode atuar no 4-4-2, mas, se encaixaria perfeitamente no 3-5-2. Com Mena o São Paulo têm um lateral que marca melhor que as opções de 2015, algo que casa com a missão inicial de Bauza, de elevar a qualidade defensiva de um São Paulo que foi presa fácil no ano passado. Mena pode atuar neste 3-5-2 (ou dar a vaga para Carlinhos; ou até Michel Bastos). Também pode fechar como zagueiro pela esquerda. Rodrigo Caio, brasileiro de estilo agressivo, sudaco, também transita em duas faixas distintas: zaga e meio-campo.

Ainda não citei Alan Kardec, Thiago Mendes, Breno e outros que se encaixam neste perfil polivalente. Sem dinheiro em caixa, o São Paulo de Leco/Bauza tem sido cirúrgico nas contratações. Por isso, vai o destaque para o que falta. A defesa não pode ficar à mercê de garotos (Rodrigo Caio, Lucão e Lyanco), um experiente com recente histórico de lesões (Diego Lugano) e um jogador que passou 4 anos sem atuar em alto nível (Breno). As chances de desfalques são enormes e por isso é necessário o investimento em mais um zagueiro.

Na lateral-direita não é possível acreditar em Bruno, por mais que o ex-Fluminense tenha mostrado evolução na pré-temporada. Gosto de Auro e Caramelo, garotos que brigam por espaço com Bauza. Porém, são altamente ofensivos e para um técnico que pretende lançar um esquema cauteloso, compacto, apostar em alas só será válido se o esquema for o 3-5-2 (ou uma de suas variáveis).

Buffarini, polivalente como outros atuais são paulinos, seria a peça ideal. Ataca com desenvoltura, marca com correção e ainda joga como ponta ou volante. Foi campeão com Bauza e pode ser mais um exemplo da força do treinador no mercado vizinho. O problema é que tirá-lo de Almagro não é fácil. Buffa é ídolo junto aos hinchas do San Lorenzo e é melhor que o São Paulo tenha mais opções em sua lista. O difícil é achar alguém como Buffarini, que também pode ser volante.

Thiago Mendes é o único com notas altas para ser titular. Hudson e Wesley ainda estão abaixo do corte, apesar do potencial eterno do segundo. Já ventilaram Lucas Silva e Rômulo, utopias até aqui. Cabe a Bauza, articulador deste novo São Paulo, ir além da força com estrangeiros. Até porque o elenco já tem Wilder e Centurión (que aposta muito em Bauza para explodir em 2016).

Como apenas cinco estrangeiros podem atuar em uma partida num clube brasileiro, a influência de Bauza tem limite. E o São Paulo precisa ultrapassar seu limite de paciência com o treinador. Se não atingir resultados, ficará refém e forçado a não cumprir o modus operandi comum dos dirigentes brasileiros. Jogar a culpa no treinador...