Vou tentar explicar o que aconteceu. Sobre o registro. O Regulamento Geral da Competição prevê que os atletas que serão utilizados na estreia deverão ser registrados até o dia 22 de janeiro. Por registro, muita gente entendeu como regularização no BID, controle de inscrições da CBF. Por isso, houve muita expectativa sobre a presença dos nomes no site da entidade. No caso da Esportiva, que só disputa a Série A3 e depois fica inativa, não há um nome sequer no BID. Ou seja, não haveria time para a estreia?
Sandro Candreva, dirigente responsável pelos registros, garantiu que 16 jogadores tiveram o registro protocolado na FPF. Candreva garantiu que este ato já cumpre o artigo do RGC citado neste parágrafo. No entendimento dele, agora, resta aguardar o registro no BID até sexta-feira e seguir aquilo que é tradicional por aqui. Há anos é assim. Para estar em condição de jogo, o jogador precisa aparecer no BID um dia antes da partida. Se for assim mesmo, minhas críticas ao clube são muito mais pelo amadorismo de deixar para o último dia. Prefiro voltar as palavras mais pesadas à FPF, que não deixa claro. E ainda demora para responder, via assessoria, os questionamentos feitos pelos jornalistas.
Claudemir Peixoto, coordenador de futebol da Esportiva, também havia me explicado outro item que não é claro no RGC. Há um mínimo de atletas que precisam ser registrados para a estreia? Como não é citado, os clubes trabalham com o mínimo tradicional. 11 titulares e pelo menos um reserva. Foi assim que o Flamengo de Guarulhos estreou na A3 de 2015, por exemplo.
Enfim, agora, o torcedor da Esportiva tem até sexta (29), para ver quais nomes serão publicados no BID. Se der 12, tem jogo. O prazo é o mesmo para o Mogi registrar seus reforços ainda não regularizados. A assessoria de imprensa garantiu que todos os 14 nomes que trabalham com Toninho Cecílio foram protocolados na sexta (22). Caso não apareçam, é bom que haja uma justificativa plausível. Burocracia não pode ser desculpa. Apenas Josa, Diego Lorenzi, Alex Reinaldo e Gustavo Gomes foram registrados (todos aconteceram na segunda, 18). Na sexta, os garotos Ian e Jaílton deixaram o vínculo amador e agora estão com contrato profissional publicado.
O tema gerou divergências internas e não é para menos. Falta um gerente de futebol, uma figura que controle negociações e seja o meio-campo entre diretoria e comissão técnica. Esta figura precisa ser do futebol, entender as entranhas jurídicas e burocráticas. Simplício chegou, mas não assumiu. Faz parte do outro grupo. Outro grupo? O Mogi Mirim é um só. E não estou aqui como empresário de Simplício. O Sapo precisa de alguém como ele, não necessariamente ele. Poderia ser Henrique Stort, César Sampaio ou o Alexandre Mattos, mito do Palmeiras. Sem ser do ramo, nem um executivo de uma multinacional daria jeito. O futebol é mundo subterrâneo, com as já citadas entranhas.
Toninho Cecílio e Marcus Vinicius poderão falhar no campo, na tática. Faz parte do jogo e deverão ser cobrados por isso. Mas, canonizá-los pelo trabalho de bastidor não é um exagero. Trabalharam muito para não mancharem seus nomes, muito mais fixados no meio do que de qualquer dirigente atual do clube. E isso independente de ser do grupo de Luiz Oliveira ou de Victor Simões.
Para fechar o tema inscrições, o prazo que encerrou no dia 22 não é para o campeonato todo. É um limite apenas para a estreia. O São Paulo, por exemplo, não registrou Jonathan Calleri, o argentino nem é reforço confirmado. Mas, nem por isso, estará impedido de disputar o Paulistão caso acerte com o Tricolor. A lista que tem o limite de 28 nomes deverá ser apresentada, obrigatoriamente, até o dia 28 de janeiro. É uma lista inicial, que poderá ser complementada até o dia 26 de fevereiro. Assim como em boa parte do RGC, também não há nada sobre qual o mínimo de atletas que precisam ser apresentados até o dia 28.
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ESTÁDIO - O texto está enorme, mas é preciso ainda falar dos estádios. O Chico Vieira chegou na sexta-feira (22) sem o AVCB, documento emitido pelo Corpo de Bombeiros. Sandro Candreva me garantiu que o documento foi enviado à FPF e que uma resolução, liberando o estádio para a estreia, sábado (30), contra o Nacional, será publicada nesta semana no site da entidade.
Do lado do Mogi Mirim não recebi nenhum retorno se as vistorias culminaram em algo positivo. O mais impressionante é que os responsáveis pelos laudos estiveram no clube apenas aos '48 do segundo tempo'. O discurso dos dirigentes sempre foi de otimismo. É, não poderia ser diferente. Só que o que torcedor quer é informação. É trabalho. E cumprimento de exigências. Liberar o estádio nada mais é do que obrigação.
Sobre datas. A FPF pecou mais uma vez nas datas limites para as liberações dos estádios. Há duas semanas a assessoria me passou que, o clube que não tiver o estádio liberado até oito dias antes de sua estreia, deverá, neste prazo, indicar um novo palco para o jogo. Ao fazer as contas, você chega à data limite de 22 de janeiro para a Esportiva (estreia dia 30) e 23 de janeiro para o Mogi Mirim (estreia dia 31). Como dia 22 era uma sexta, ficou mais fácil o raciocínio sobre o Chico Vieira.
Já o Mogi tinha como limite um sábado. Ou seja, o prazo seria ampliado para o dia útil posterior ou encurtado para o dia útil anterior? A FPF não escreveu. Nem respondeu. Pior. O primeiro dia útil posterior, na sede da entidade, é dia 26, já que, no dia 25 de janeiro, é feriado na capital. A FPF também não deixou claro se, apenas o recebimento dos laudos ou a data de assinatura dos laudos, já indicaria o cumprimento do prazo e não haveria a necessidade de publicação de resoluções em seu site, procedimento tradicional. Um amadorismo que não combina com o futebol atual e que mostra porque seus filiados não se importam muito com profissionalismo...
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