Foto: Marcelo Gotti / MMEC
Uma das minhas grandes decepções no futebol é ver a subutilização do marketing. A prospecção de recursos de uma empresa ou instituição deve ter sempre o setor como uma das prioridades. Quando o assunto é futebol a relevância é ainda maior. Perder oportunidades de mercado pela deficiência do marketing significa perder dinheiro. E perder dinheiro significa que algo não está certo em determinada gestão.
Em 2015 a inoperância do marketing do São Paulo chamou a atenção. Foram pouquíssimas as ações durante o último ano do maior ídolo da torcida. Mês a mês a despedida deveria ter sido explorada. Em cada cidade em que Ceni jogaria pela última vez, uma ação com os são paulinos que, ali, teriam a última oportunidade de vê-lo. A festa garbosa realizada no Morumbi, no dia 11 de dezembro, dá o tom da dimensão do atleta. E do quanto o São Paulo perdeu durante estes meses que antecederam sua retirada.
Se em clubes grandes como o São Paulo, com milhões de fanáticos consumidores, já há falhas no marketing. Imagine você em um clube de menor proporção. O Mogi Mirim pouco utilizou em 2015 o fato de completar 30 anos de seu acesso. No dia 14 de dezembro foram poucas as lembranças a respeito do feito registrado 30 anos antes. Podem argumentar que, em dezembro, o clube vivia uma ebulição política. E nem estava em campo, devido ao fim de uma agonizante Série B. Que seja. Houve um ano todo para se planejar e executar ações.
O ano virou e o clube está inerte em relação a um das principais promessas da ‘Era Luiz Oliveira’. O projeto Sócio Torcedor foi apresentado com pompas na Associação Comercial e atraiu torcedores em busca de apoio ao clube ou de retorno à sua fidelidade. A tal crise política travou as ações. Os profissionais antes ligados à campanha já saíram. E o marketing voltou a ser uma ferramenta que passa longe do dia a dia do clube. Em ação, teriam apresentado o principal reforço com mais glamour. Com novos patrocinadores (já que alguns estão de saída) em um backdrop e a camisa 30 cedida a Lulinha por João Magoga, Oscarzinho ou outra estrela aquele time de 1985.
Em tempo, Lulinha não é gênio. Jorge Wagner, ainda não descartado, tem mais bagagem para assumir esse papel nesta eventual jogada de marketing. O ponto é que o ex-corintiano chegou e tem mídia para ser usado assim. Se é impossível rolar uma apresentação oficial após o atleta já ter falado à imprensa, ainda há tempo para confeccionar o uniforme com numeral alusivo aos 30 anos da estreia do clube na elite paulista. A estreia de Lulinha deve acontecer no dia 14 de fevereiro, contra o XV.
Ou no dia 17, diante do Oeste. No dia 23 de fevereiro o clube completará 30 anos de seu debute na divisão principal de São Paulo. Bem trabalhada, a ação tornaria a camisa 30 visada e com alto potencial de procuro por parte dos torcedores. São ideias. Algumas que já devem ter passado por aqueles que passaram pelo clube. Algumas que talvez passe por quem esteja no clube. Mas, aqui entre nós, eu e você, torcedor, temos apenas ideias e, no máximo, a iniciativa de torná-la pública. Cabe à instituição idealizar e colocar em prática. Usar o marketing à favor hoje, para não chorar amanhã, pela falta de dinheiro. Ou de apoio da cidade...
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