GOLEADA - Nesta quarta-feira (10) a Esportiva perdeu por 5 a 1 para o Atibaia. A goleada ocorrida em Indaiatuba é a maior que o Coelho sofreu desde que retomou o futebol profissional. Nas duas temporadas em que esteve na Segunda Divisão, na única campanha na A2 e nas outras sete participações na Série A3 o clube jamais havia sofrido cinco gols em um mesmo jogo. O placar mais dilatado havia sido registrado em 2011, quando a Vermelhinha perdeu por 4 a 0 para o Juventus, no Chico Vieira. Abaixo, a lista com as maiores derrotas do clube em cada temporada. Reparem que, mesmo com a péssima campanha do ano passado, quando a Esportiva só escapou da degola na última rodada, a equipe não perdeu um jogo sequer por dois ou mais gols de diferença.
Maiores derrotas em cada temporada
2006 - Segunda Divisão - 3 a 0 União Mogi (Itapira)
2007 - Segunda Divisão - 3 a 0 Guaçuano (Mogi Guaçu)
2008 - Série A3 - 3 a 0 Nacional (Itapira)
2009 - Série A3 - 2 a 0 Votoraty (Votorantim)
2010 - Série A3 - 4 a 2 Grêmio Barueri (Barueri)
2011 - Série A3 - 4 a 0 Juventus (Itapira)
2012 - Série A3 - 4 a 2 Osvaldo Cruz (Itapira)
2013 - Série A3 - 3 a 1 Francana (Franca)
2014 - Série A2 - 3 a 0 Mirassol (c), Rio Branco (f) e Catanduvense (f)
2015 - Série A3 - 2 a 1 Cotia (c) e Internacional (f)
INSCRIÇÃO – Passar quatro rodadas com apenas 14 jogadores inscritos entra fácil na lista de vexames. Devido a problemas internos (para não chamar de incompetência interna), a Esportiva ainda não registrou metade dos jogadores que pode utilizar na Série A3. Como já postei outras vezes, não consegui extrair dos dirigentes nenhum argumento plausível, que justifique a demora. É óbvio que, com poucas opções, o clube está sujeito a derrotas como a desta quarta e é candidato forte ao rebaixamento.
Mesmo que o quadro melhore a partir do próximo sábado (há a promessa de mais 3 inscrições) já foram 11 pontos desperdiçados nestas rodadas em que o técnico Mirandinha foi obrigado a escalar o que a diretoria lhe ofereceu e não o que treinou por 60 dias. Em tempo, vale ressaltar que a inscrição dos jogadores está nas mãos de Sandro Candreva e Paulinho Ceará, figuras que, inicialmente, não ficariam mais no clube a pedido da nova parceira, a Itaquerão Soccer, mas, que são homens de confiança do presidente Luiz Marcos de Paula, o Marcão. Há ainda Claudemir Peixoto, coordenador de futebol e Edivaldo Pires, representante da empresa. Todos os envolvidos possuem sua parcela de culpa no cartório...
MOTIM - O início da Esportiva na A3 de 2015 não foi tão ruim como neste ano. Porém, com a equipe perto da zona da degola, o técnico Lelo foi demitido. A queda aconteceu em Barueri, no sábado. No dia seguinte um dirigente me garantiu a mudança. O técnico, aliás, me garantiu que ficou sabendo da demissão ao ler a postagem deste blog. Na segunda, um motim dos jogadores. Eles não queriam a saída de Lelo e ameaçavam não entrar em campo caso a demissão persistisse. Claudemir Peixoto já estava acertado com a diretoria, mas, com o protesto, foi preciso recuar e Lelo ficou. A permanência não durou muito. A Esportiva perdeu na rodada seguinte, em casa, para o Cotia e Lelo caiu. E Claudemir assumiu...
VAI E VOLTA – Em 2014, aos microfones da Rádio Clube, o presidente do clube, Marcão, concedeu entrevista garantindo que, com mais um resultado adverso, Paulinho Ceará não seria mais técnico da Esportiva. A Vermelhinha perdera por 3 a 1 para o União Barbarense e na quarta-feira seguinte foi até Catanduva. Lá no estádio Silvio Salles, Paulinho fez seu último jogo antes da demissão. Porém, Ruy Scarpino, seu substituto, já acompanhava a partida. O treinador iniciou bem, com três bons resultados, mas o elenco rachou, a Esportiva perdeu três jogos e Scarpino caiu. E adivinhem quem reassumiu a equipe? Paulinho Ceará... Não fosse a relação pessoal entre o treinador e o dirigente, seria quase impossível pensar que o demitido retomaria o cargo seis rodadas depois...
CAI CAI – Na reestreia de Paulinho Ceará a Esportiva protagonizou um de seus grandes vexames. Um dos maiores daquela Série A2. A partida teve um minuto de silêncio pela morte do ícone maior da Itapirense, Hideraldo Luiz Bellini, porém, seu passado não foi respeitado no estádio Bruno José Daniel. Com três jogadores expulsos, a Vermelhinha apelou para o ‘cai-cai’. Segundo relato do árbitro Marcos Alves da Silva, aos 34 minutos, o meia Diego Morais sentiu lesão e o técnico Paulinho Ceará teria dito as seguintes palavras: “Põe a mão na coxa e cai”. O jogo ficou paralisado nove minutos e o árbitro, equivocadamente, apitou o final. A partida recomeçou, mas, adivinhem? Seis minutos depois mais dois jogadores caíram (Jefferson e Diego Barbosa) e o confronto terminou por número insuficiente de jogadores. A Vermelhinha perdeu por apenas 1 a 0. E perdeu boa parte do respeito dos adversários...
SOCO E B.O. – A campanha da Esportiva na Série A2 de 2014 não poderia ter terminado de forma diferente. A Vermelhinha foi rebaixada, mas, o veredicto final ocorreu apenas na rodada final. O elenco não era ruim. Trabalhei em 17 dos 19 jogos da equipe naquele ano e era possível, sim, escapar do descenso. A degola foi confirmada na derrota por 3 a 1 diante do Capivariano, que jogou para ser campeão e ir à Copa do Brasil do ano seguinte. A queda, porém, faz parte do jogo. O que não dá é pegar a escalação e ver o presidente do clube como técnico (sendo que o treinador, de fato, foi o então auxiliar Juary). No banco, no segundo tempo, Diego Barbosa ainda quebrou o nariz do preparador físico Sérgio Tanaka, em caso que resultou até em B.O na Delegacia de Polícia. Tanaka ficara no clube mesmo após o fim do compromisso com quem o trouxe, Scarpino. E o preço pela ajuda foi participar de uma cena das mais lamentáveis...
Há ainda outros casos. Do azar das abelhas em duelo com a Inter de Bebedouro, que quase vitimou uma senhora alérgica no Chico Vieira à confusão generalizada na Rua Javari, em 2015, quando o técnico Lelo e quatro jogadores foram expulsos e enquadrados em diversos artigos do CBJD por agressões e até ameaça de morte ao árbitro daquele jogo. Há outros casos que não relembro. Há histórias que, sem provas, ainda não se podem ser publicadas. Há uma história a zelar. Espero que os dirigentes que estão à frente do clube leiam este texto com o olhar necessário.
O olhar de admissão dos erros e de redenção. Há tempo para evitar um rebaixamento que parece certo. Trabalhem pela instituição e não por interesses próprios. Não façam com que os poucos torcedores que ainda amam o clube sejam mais uma vez privados da chance de ver o time em uma divisão profissional. E, caso aconteça o rebaixamento, assumam o papel desempenhado (ou não desempenhado...) neste período fatídico. Também considero primordial responsabilizar jogadores e comissão técnica, porém, com a medida correta. Quem está acima precisa estar no mesmo pacote de críticas. A sociedade itapirense também precisa agir, assim como a administração municipal, que, seja lá qual for a gestão, sempre foi um braço forte para a agremiação. Cada cidadão que gosta do clube tem seus meios para ajudar. E deve, sim, agir. Não é hora de omissão. É hora de cada um assumir sua responsabilidade. E evitar que a lista de vexames fique ainda maior...
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