Cresci escutando dos amigos mais experientes que há coisas que só acontecem com a Portuguesa. Ser campeã dividindo o campeonato não poderia ocorrer apenas uma vez com um clube como a Lusa que conseguiu a façanha em duas oportunidades. Histórias fantasmagóricas sobre o estádio do Canindé, a lamentável morte do craque Denner e o “roubo” histórico de Javier Castrilli estão entre algumas das passagens que ouvi ou até mesmo vi.
Só que as lendas parecem não ter fim.
A áurea misteriosa que cerca o clube rubro-verde segue na temporada 2013 em alta escala. E quem tem sido obrigado a se adaptar a este histórico é Guto Ferreira. O ex-técnico do Mogi Mirim e da Ponte Preta assumiu a Lusa há três semanas e em cinco jogos teve apenas um duelo sem que possamos traçar um paralelo sobrenatural. A queda diante do Atlético-PR, em casa, foi a exceção para confirmar a regra.
Logo na estreia, contra o Criciúma de Vadão, a Lusa de Guto vencia até o 49 minutos, quando sofreu novo baque. Duas rodadas depois a derrota parecia certa para o Flamengo, longe de casa. Porém, aos 49 minutos, lá foi Lauro marcar o gol de empate. O gol poderia ser normal, não fosse um goleiro marcando de cabeça. Pior, quatro dias depois de completar 10 anos de outro gol marcado justamente contra o... Flamengo!
O pé-de-coelho seguiu Lauro na rodada seguinte.
De volta ao Canindé a Lusa vencia o São Paulo, mas em 30 segundo da etapa final sofrera um golaço e uma pressão absurda do desesperado rival. Então um pênalti surgiu para o Tricolor e o mesmo Lauro defendeu. O jogo mudou de figura, Diogo desempatou e a Lusa estava com a vitória nas mãos. Aí veio os acréscimos e novo gol. Desta vez, porém, a certeira bola de Ganso foi tirada com as mãos e não foi a santificada de Lauro. Aloísio, um dos mais raçudos do São Paulo, inverteu de posição com Lauro e Ceni e impediu o gol contra a Portuguesa.
Empolgada por uma nova salvação no “Guto time” a Lusa foi ao Couto Pereira enfrentar o Coritiba na noite da última quarta-feira, 14. Gilberto, na etapa final, colocou a Lusa em vantagem contra um acéfalo Coxa Branca sem Alex. Nos acréscimos (olha ele aí), Neílson teve boa chance e Correia teve estupenda chance de matar o jogo. Ambos desperdiçaram, ou melhor, atiçaram o azar. E como o ponteiro ainda trabalharia aos 49 minutos, um bate-rebate na área lusitana terminou em um resvalo de Bill e o impiedoso gol contra a Portuguesa. Ê, Portuguesa. E assim a Lusa segue com a sina sobrenatural. E no próximo jogo, os acréscimos decidirá contra ou a favor?! Veremos, o pá!