Lucas Valério
lucasluis_valerio@hotmail.com
Os ateus da bola que me perdoem, mas após este dia 20/11, é melhor colocar a mão na consciência. Seja negro, branco, vermelho. O Deus do Futebol existe. E ele é meticuloso, sadista talvez. No Morumbi, São Paulo e Ponte Preta fizeram a primeira partida, da semifinal, da Copa Sul-Americana. O duelo que já seria tenso por si só, ganhou ares ainda mais nebulosos com a empáfia são paulina. Não há como negar que o regulamento estava à favor do São Paulo. Isto é fato concreto.
Mas, em meio à uma decisão contra um rival de menor calibre, para que dar munição? A Ponte Preta já havia conquistado feitos herculanos, despachando Pasto e Velez. E a luta contra o rebaixamento na Série-A se tornaria a grande batalha pontepretana no fim da temporada.
Mas, a diretoria do São Paulo, com sua soberba soberana, resolveu solicitar à Conmebol, o veto ao Moisés Lucarelli. Após uma guerra já contada, aqui e acolá, inclusive Juvenal Juvêncio fechando a porta para um suplicante Marcio Della Volpe, a batalha foi para o campo. E foi aí que entrou uma força superior.
Mas, a diretoria do São Paulo, com sua soberba soberana, resolveu solicitar à Conmebol, o veto ao Moisés Lucarelli. Após uma guerra já contada, aqui e acolá, inclusive Juvenal Juvêncio fechando a porta para um suplicante Marcio Della Volpe, a batalha foi para o campo. E foi aí que entrou uma força superior.
O sadismo, citado no início do texto, ficou por conta do enredo. Para que uma vitória sobre Golias, Davi, sem sofrimento? A Ponte saiu atrás do placar, com Ganso, uma luz de genialidade em meio ao buraco negro de técnica do time são paulino. A vantagem abateu a Ponte por minutos, e o Tricolor, como é costumeiro na temporada, deitou com o 1 a 0 como se fosse dormir com a Bruna Marquezine...
O Deus do Futebol então viu o cenário perfeito para assumir a batuta. Ignore o fato de Muricy ter escalado o São Paulo errado, com o perdido Evangelista sem saber se era Lucas, Marcos, Mateus ou João. Ignore também a obediência de uma Ponte concebida para contra atacar. Essa realidade é a visão mundana, a divina tem outros olhos.
Com Rildo inspirado, El Diós mostrou o lado esquerdo do ataque da Macaca como um caminho virtuoso. Por ali, aos 44 do primeiro tempo, Uendel cruzou e Antonio Carlos, contra, empatou. O Deus do Futebol sabia que o gol mudaria todo o cenário. A Ponte, guerreira e aplicada taticamente, facilitou a vida divina. Os 11 jogadores, além de Jorginho, nem precisavam da benção da mão de Deus, mas, ele quis entrar em ação. No segundo tempo, aos 8 minutos, Rogério Ceni, o Sr. da noite, fez defesa estupenda em cabeçada, mas no rebote, a bola foi ofertada a Leonardo e como em um jantar dos deuses, o camisa 29 virou o jogo. Virou o cenário. Virou tudo.
O Deus do Futebol então viu o cenário perfeito para assumir a batuta. Ignore o fato de Muricy ter escalado o São Paulo errado, com o perdido Evangelista sem saber se era Lucas, Marcos, Mateus ou João. Ignore também a obediência de uma Ponte concebida para contra atacar. Essa realidade é a visão mundana, a divina tem outros olhos.
Com Rildo inspirado, El Diós mostrou o lado esquerdo do ataque da Macaca como um caminho virtuoso. Por ali, aos 44 do primeiro tempo, Uendel cruzou e Antonio Carlos, contra, empatou. O Deus do Futebol sabia que o gol mudaria todo o cenário. A Ponte, guerreira e aplicada taticamente, facilitou a vida divina. Os 11 jogadores, além de Jorginho, nem precisavam da benção da mão de Deus, mas, ele quis entrar em ação. No segundo tempo, aos 8 minutos, Rogério Ceni, o Sr. da noite, fez defesa estupenda em cabeçada, mas no rebote, a bola foi ofertada a Leonardo e como em um jantar dos deuses, o camisa 29 virou o jogo. Virou o cenário. Virou tudo.
O São Paulo, ali, morreu. No purgatório, o auxiliar de Deus já falava com o morimbundo, explicando os trâmites da ida ao inferno e os motivos para a pena máxima. JJ tentou argumentar e como novo punição, veio o chute de Uendel. Mascado, desviou na defesa, encobriu Rogério Ceni e transformou a vitoria ponte pretana em conquista épica. O segundo tempo ainda teve a entrada de Luís Fabiano, anjo da guarda são paulina que, caído, foi punido com o banco.
Sem muitas opções, Muricy foi misericordioso, mas o Deus do Futebol, não. Luís Fabiano tentou na primeira. Parou em Roberto. Tentou a segunda, parou em César. Na terceira, passou para Welliton, e o camisa 21 parou em Artur. Mesmo sem a tavola redonda, Artur esbravejou como um rei. Sabia que, ali, com uma salvação majestosa, havia aproximado a Ponte se seu maior feito em 113 anos. O São Paulo foi punido e sagrou em sua terra, e como contrapeso, o correio celeste ainda enviou uma final internacional para a Ponte. Agora, com Mogi Mirim como palco, resta a Macaca receber a encomenda e mostrar, a todos, que o Deus do Futebol existe e que pune os soberbos com a bola.